Em relato emocionante em sua página no Facebook, o fotógrafo Araquém Alcântara, um dos precursores da fotografia de natureza no Brasil, usou uma foto que fez de um tamanduá-mirim fugindo do fogo para falar de sua revolta diante do aumento das queimadas e da política de desmatamento propagada por Jair Bolsonaro na Amazônia.
“Essa foto reflete muito bem o meu sentimento de revolta diante dos últimos acontecimentos”, disse ele, que já fez mais de 50 incursões pela floresta e hoje vê o debate em torno da Amazônia como uma maneira de salvá-la.
“Fiquei surpreso com o retorno, a atenção, a indignação das pessoas. Falar da Amazônia, pois acho que aí ela pode ser salva”, relata Araquém no vídeo, ressaltando que a “floresta luta, sim, por sua sobrevivência”.
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Fotos
Um dos maiores ícones da fotografia da natureza no mundo, Araquém Alcântara também divulgou fotos e um texto em que fala um pouco da sua relação com a Amazônia.
“Eu estive lá e vi. E fotografei. Sou testemunha ocular. A Amazônia é a minha matriz criativa. Já foram mais de cinquenta viagens e expedições. Não de avião, mas andando, de mochila nas costas, de barco e de carro. Já subi o Pico da Neblina duas vezes, já pisei onde ninguém pisou, já fiz quatro livros sobre a floresta e seu povo, já ganhei o Jabuti, já publiquei centenas de reportagens neste 49 anos de jornalismo e fotografia”, relata.
Dedicando-se desde 1970 à fotografia da natureza, Araquém é o primeiro fotógrafo a realizar um ensaio sistemático sobre os ecossistemas e as unidades de conservação do país, trabalho que só finalizou após vinte e dois anos de incessantes expedições pelo sertão do Brasil.