A arrecadação de igrejas no Brasil praticamente dobrou em oitos anos. A renda passou de R$ 13,3 bilhões, em 2006, para R$ 24,2 bilhões, em 2013, segundo dados de reportagem da Folha de S.Paulo desta segunda-feira (19), obtidos por meio da Lei de Acesso à Informação. Com Jair Bolsonaro, a imunidade tributária deve continuar, mesmo com a reforma que deverá ser votada neste segundo semestre.
Segundo levantamento da Folha, o resultado é decorrente do aumento no número templos religiosos no país e de mais doações, dízimos e ofertas. No entanto, a falta de tributação também influencia no montante, apesar da Receita Federal não calcular o quanto deixa de arrecadar por causa da imunidade tributária a igrejas.
“Elas são imunes. Então, o tributo nem alcança. Se não sei nem como se tributaria essa receita, não tem como saber o que deixou de ser arrecadado”, disse o coordenador de previsão e análise do Fisco, Marcelo Gomide.
Os dados da Receita apontam ainda para um aumento significativo na quantidade de igrejas no Brasil, de 10 mil, em 2006, para 18,5 mil, em 2013. Em 2018, o número subiu para 25 mil.
Bolsonaro
No começo deste mês, o presidente Jair Bolsonaro (PSL) se reuniu com os principais líderes evangélicos do país para discutir a reforma tributária. Silas Malafaia, RR Soares, Jonatas Câmara e José Wellignton Costa Junior são alguns dos que se encontraram com o presidente, além de 27 deputados da bancada evangélica, como o pastor Marcos Feliciano (Podemos-SP) e Silas Câmara (PRB-AM).
Neste encontro, foi apresentado ao presidente uma série de propostas tributárias que beneficiam igrejas e outros templos religiosos. “Falamos sobre reforma tributária, dizendo ao presidente que nós temos interesse que a Constituição seja tratada com seriedade quando ela diz que as igrejas são portadoras da imunidade tributária. Isso é um princípio importante da isonomia e do estado laico. Governo é governo, igreja é igreja”, disse o deputado Câmara.