O ministro do Clima e Meio Ambiente da Noruega, Ola Elvestuen, anunciou nesta quinta-feira (15) a suspensão dos repasses de 300 milhões de coroas norueguesas, o equivalente a R$ 133 milhões, a medidas para conter o desmatamento na Amazônia.
A informação foi publicada pelo jornal norueguês Dagens Næringslaiv . A publicação lembra que o país nórdico trabalha há dez anos em estreita colaboração com o Brasil para proteger a Amazônia e, neste período, doou 8,3 bilhões de coroas norueguesas, ou cerca de R$ 3,69 bilhões, para o fundo brasileiro cujo objetivo é conter o desflorestamento.
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A gestão do Fundo Amazônia , cujo principal doador é a Noruega , seguido pela Alemanha, virou alvo de controvérsia nos últimos meses, depois que o ministro Ricardo Salles começou a criticar a destinação dos recursos e a forma como eles vêm sendo geridos. O governo quer utilizar parte dos recursos para indenizar ruralistas por desapropriações de terras em unidades de conservação. Os governos europeus são contrários à medida.
Salles diz também haver suposta falta de “sinergia” e visão “estratégica” na aplicação dos recursos. Segundo ele, o fundo teria se transformado num mecanismo de mera distribuição de recursos sem dispositivos de avaliação dos resultados, o que colocaria em risco os objetivos estabelecidos para a sua própria constituição.
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O jornal O Globo entrou em contato com o Ministério do Meio Ambiente brasileiro e com a Embaixada da Noruega, mas ainda não obteve resposta.
A Alemanha já havia anunciado o corte de repasses ao Brasil, mas a projetos de preservação da floresta que não estavam ligados ao Fundo Amazônia . O governo brasileiro reagiu afirmando não precisar do dinheiro do país europeu.