Por Alexandre Putti.
O ministério da Saúde anunciou na segunda-feira 22 o encerramento das redes sociais do Departamento de Doenças de Condições Crônicas e IST, parte do órgão que é responsável pela divulgação de dados sobre HIV, Aids e doenças sexualmente transmissíveis. A rede fazia, em média, um post informativo por dia.
O departamento anunciou via post que todas as informações serão postadas no perfil oficial do Ministério da Saúde. Segundo informou a assessoria de imprensa do ministério, a ideia é que os esclarecimentos sejam todos concentrados apenas em um único perfil, que até então era utilizado para divulgar medidas do governo e o dia a dia do ministro, Henrique Mandetta.
O médico infectologista da Santa Casa de São Paulo, Pedro Campana, comenta que a medida desfavorece a divulgação de informações sobre HIV/Aids porque tira prioridade do tema. “A partir do momento que você agrega o HIV à outras doenças, você diminui a importância e o foco na atenção a essa doença específica”, disse.
Além de perder a prioridade, Campana explica que as ONGs que tratam do assunto terão maiores dificuldades em acessar as informações oficiais sobre o tema, pois estarão misturadas com outras áreas. “Tirar um veículo de acesso à informação é privar os brasileiros de terem essas informações prontas. Além disso, esses conteúdos não serão priorizados, e virão com outras informações do ministério da Saúde, o que é muito ruim”, afirmou.
Em abril deste ano, o presidente Jair Bolsonaro acabou com o Departamento de Vigilância, Prevenção e Controle das Infecções Sexualmente Transmissíveis, do HIV/Aids e das Hepatites Virais, rebaixando-o para uma coordenação que cuida também de outras doenças.