30 obras danificadas: exposição com arte indígena é vandalizada em Embu das Artes

Reportagem de Guilherme Queiroz na Veja São Paulo informa que, no último dia 16, uma exposição em Embu das Artes, na Grande São Paulo, foi alvo de vandalismo. A mostra M´Bai, aberta no dia 6 no Centro Cultural Mestre Assis, gerido pela prefeitura municipal, chegou a sua terceira edição neste ano, desta vez com a temática do Ano Internacional das Línguas Indígenas, comemorado pela Unesco. Dezesseis artistas produziram quarenta peças para o evento. Destas, trinta foram danificadas. A organização acredita que os vândalos tenham entrado de madrugada no endereço, que só abre às 8h. Quando os funcionários chegaram ao espaço encontraram diversos itens, como peças de cerâmica e quadros, danificados. Apesar do ocorrido, a mostra gratuita segue aberta até sua data final, nesta sexta-feira (26). “Foi uma tristeza muito grande”, conta a curadora Margarith Foga. Este ano a organização conseguiu reunir artistas de sete etnias indígenas diferentes para a produção de obras que abrangem diversos assuntos da cultura dos povos originários. A exibição anual retoma as raízes de Embu das Artes, uma aldeia até 18 de julho de 1869, quando passou a ser classificada como freguesia. “Não havia sinais de arrombamento nas portas, parece que era alguém que tinha a chave”, acredita Margarith. Quando chegou ao local, a polícia havia sido acionada e foi registrado boletim de ocorrência. Até agora, no entanto, não há nenhuma pista sobre os autores ou motivações do ato.

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Segundo a publicação, além do episódio, a organização enfrenta outro embate com a prefeitura de Embu, que gere o centro cultural. Após o ocorrido, os artistas pediram que os trabalhos continuassem expostos. “A maioria entendeu que se deixassem as obras danificadas, teria uma arte protesto. Entendemos e apoiamos”, explica Margarith. A curadora relata, no entanto, que a administração municipal retirou os objetos danificados, e que se recusa a devolvê-los para os autores. “Entramos com uma ação com um advogado. Muitos artistas não têm sequer fotos das obras, e também não sabem como ficaram depois do vandalismo”, relata Margarith.

No Facebook, um dos artistas que expunha no local, Thiago Carvalho Wera´i, escreveu sobre o episódio. Na postagem, que conta com mais de 4 000 compartilhamentos, o rapaz expôs sua indignação com o episódio. “Manifesto meu profundo repúdio ao ato de vandalismo à mostra, que ocasionou na destruição de algumas obras de artes dos artistas expositores, inclusive a minha”, disse. “Peço à Secretaria de Cultura de Embu das Artes a devolução da minha obra (em seu estado atual de ‘destruída’) após o ato criminoso que ocasionou na descaracterização da obra original”, completa o site.

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