Camponeses e camponesas no Equador deram início, nessa segunda-feira (15), à greve nacional contra o governo de Lenín Moreno. Na mobilização que será realizada até o próximo dia 19, os manifestantes criticam as políticas neoliberais do governo de Moreno, as recomendações econômicas do Fundo Monetário Internacional (FMI ) e a entrega da Ilha de Galápagos como base aérea dos Estados Unidos.
No final de maio, o ministro de Defesa do Equador, Oswaldo Jarrín, anunciou que os Estados Unidos seriam os responsáveis pela ampliação do aeroporto da ilha de São Cristóvão no arquipélago de Galápagos, considerado pela Unesco como Patrimônio Natural da Humanidade.
Ao longo do primeiro dia de greve, foram realizados protestos em diversas vias públicas do país, com bloqueio de rodovias e atos públicos. Outros setores aderiram à paralisação convocada pelos camponeses, como organizações populares, trabalhadores da saúde e dos transportes. O país amanheceu com protestos no primeiro dia da greve em diversas províncias do país, entre elas, Guayas, Bolívar e El Oro.
Os manifestantes também criticam o anúncio realizado por Lenín Moreno em fevereiro deste ano sobre a possibilidade de privatizar empresas públicas estratégicas do país, como a Corporação Nacional de Telecomunicações (CNT) e outras do setor elétrico. Na ocasião, os sindicatos, organizações do campo e movimentos populares saíram às ruas em Quito, capital do Equador, para se posicionar contra o indicativo do governo.
No mesmo mês, o Fundo Monetário Internacional aprovou um empréstimode 2,2 bilhões de dólares para apoiar as políticas econômicas de Lenín Moreno no período de três anos.
Os protestos sociais convocados pelo movimento camponês para esta semana ocorrem em meio a uma guinada à direita por parte do presidente do país. Embora fosse considerado “herdeiro” do seu antecessor, o ex-presidente Rafael Correa e da Revolução Cidadã, Moreno completou dois anos no governo com políticas opostas às de Correa.
Entre as decisões mais emblemáticas do governo de Moreno no último período estão a retirada do asilo político concedido pelo governo equatoriano a Julian Assange em 2012 e a prisão de Ola Bini, programador e ativista digital, detido pela justiça equatoriana por mais de 70 dias sem acusações formais, em um caso denunciado pelos movimentos populares e organizações de direitos humanos como perseguição política.
Edição: Luiza Mançano