Por Renato Rovai.
Um militar da Aeronáutica brasileira foi detido nesta terça-feira (25) no aeroporto de Sevilha, na Espanha. Hoje Bolsonaro que está indo ao Japão participar do G20 faria escala no mesmo aeroporto. Na última hora mudou-se a rota. O avião titular da presidência da República fez escala em Lisboa.
Sim, a nova do dia é que agora a presidência da República tem avião titular e reserva. E neste avião reserva o militar que o governo não identificou foi preso por suspeita de transportar drogas.
O ministério da Defesa de Bolsonaro diz que os fatos estão sendo apurados e que foi determinada a instauração de Inquérito Policial Militar (IPM). Nada mais. Como se traficar drogas a partir de agora passasse a ser considerado segredo de Estado.
A reportagem do UOL, que solicitou mais detalhes sobre o caso à assessoria de comunicação social do ministério da Defesa, não obteve resposta sequer se o militar estava na Espanha a trabalho. E o que estava fazendo em Sevilha, para onde, vamos repetir isso para ficar bem claro, Bolsonaro voaria hoje.
A cobertura midiática para um escândalo dessa proporção tem sido absurdamente tímida. E mais do que tudo, o passa-panismo levou a criação de um avião reserva da presidência da República. Se ele é um avião usado pelo presidente, ele é um avião da frota presidencial. Ponto final. É como jogador reserva. Ele é do time. Não deixa de ser do time por ser reserva.
Se um avião da frota presidencial foi usado para o tráfico de drogas com um militar de alto escalão pilotando-o a sociedade tem que ser informada de todos os detalhes que envolvem essa história. O resto é conversa para boi dormir. Ou para o gado bolsonarista se distrair nas redes sociais.
PS: Após a publicação do texto surgiram as informações, como o blog já suspeitava e o leitor pode perceber pelo texto, que o militar preso fazia parte da comitiva presidencial de Bolsonaro. Leia aqui o que a imprensa espanhola já está divulgando.
Este post foi modificado pela última vez em 26/06/2019 08:43