(Português/Español).
Nossa terra, a que nos pertence porque nascemos nela, nossa pátria, hoje convertida em tesouro desejado pela pirataria transnacional em tempos de decadência e de crise sistêmica do capital.
As transnacionais, Sarmiento Angulo y Santodomingo, Efremovich y Francisco Santos, e muitos outros ferozes piratas de tapa olho e faca, tem-se lançado à pilhagem das riquezas que ainda existem na Colômbia, com a anuência gangster e patente do corso Presidente Santos.
Investir na terra tem hoje alcances estratégicos. A geografia, o território, se tem convertido na obsessão da avareza do capital. Diante do declínio da produção petroleira em escala mundial as empresas têm voltado seus olhos para a perspectiva de ganhos rápidos com a produção de biocombustíveis e a exploração do subsolo. A Amazônia, a região do Orenoco e a extensa faixa do Pacífico são os novos espaços cobiçados pelo capital para a obtenção de lucros a qualquer preço. A terra já não interessa tanto como meio de produção pecuarista e de geração de soberania em alimentação. O negocio está na produção de biocombustíveis, de etanol, no cultivo do milho, cana-de-açúcar, palmeira africana e na exploração do que há na superfície e debaixo dela: petróleo, ouro, carvão, columbita-tantalita, ferro-níquel, água e biodiversidade, sem nenhum tipo de barreiras éticas nem sócio-ambientais.
Durante 25 anos, os últimos governos prepararam o terreno para o assalto. Temos vivido um quarto de século de despojo violento comandado pelo Estado, de expropriação de terras, de massacres paramilitares, de deslocamentos forçados. Definitivamente a mão negra do Estado é o paramilitarismo. Nesse lapso foram deslocados 5 milhões de camponeses e expropriados 7 milhões de hectares. O paramiltarismo de Estado, o plano Colômbia, a ingerência norteamericana no conflito interno, foram utilizadas como aríete criminoso para quebrar o povo e gerar condições de segurança para a entrada em cena dos investidores.
Após 8 anos de governo ilegítimo, ilegal e mafioso, Uribe acabou ensanguentado até os cabelos. Santos simplesmente está lavando o sangue o respinga no regime. É um falso samaritano tentando tampar com cosméticos o desprestigio internacional de um governo. Diferencia-se de Uribe porque não assassina descaradamente, mas mata e despoja em nome da constituição e da lei.
Modificam-se as aparências, mas o lucro e o saque são sagrados. Não se mexem. Nisso é igualzinho ou pior do que Uribe. A confiança dos investidores é o eufemismo que encobre a entrega da soberania. Uribe assinou com as transnacionais, contratos de segurança jurídica até por 20 anos, os encheu de incentivos, de isenções tributárias, de garantias para o espolio…Quantos fardos de dólares e moedas de prata terão acrescentado ao bolso deste Judas da Colômbia? E Santos? Está fazendo o mesmo. Seu empenho é aprofundar a política neoliberal e nesse contexto é o propulsor de uma legislação que privilegia os direitos do capital diante do interesse comum e da pátria. Transformou 90 mil soldados do exército colombiano em taciturnos seguranças das transnacionais, em guardas da infraestrutura e dos lucros do capital estrangeiro contra a inconformidade social. Não foi esse o papel designado ao exército pelo Libertador. Ele falou de defender as fronteiras e as garantias sociais.
Dia e noite, centenas de vagões de carvão e cerca de um milhão de barris de petróleo por dia saem do país rumo ao mercado internacional, espalhando também, grande contaminação ambiental, e Santos, cheio de incompreendida satisfação, proclama que as exportações estão crescendo e a que a economia crescerá 7%. Vale se perguntar, tal como o sugerem os especialistas e acadêmicos do pais, quão tão colombiana é a economia colombiana? Quem exporta o petróleo, o carvão, o ferro-níquel e o ouro? As transnacionais. A prosperidade é, então, das transnacionais e dos governantes vendidos, não o país. A este sobram apenas os buracos e socavões vazios e o desastre sócio-ambiental.
Toda a população de Marmato, Caldas – povoado de antiga tradição mineira – pretende ser deslocada pelo governo para que uma transnacional canadense possa explorar seu ouro a céu aberto. Agora estão tentando criminalizar a mineração artesanal da que depende o sustento de milhares de colombianos, para entregar o monopólio da exploração aurífera às transnacionais. À frente desta campanha está o ministro de Minas e Energia. Por todos os lugares se ouve sua ladainha mentirosa de que este tipo de mineração está ligado aos bandos criminosos e ao terrorismo. O cúmulo da desfaçatez! É urgente amarrar esse burocrata louco que Santos colocou à frente do ministério, Mauricio Cardenas, antes de acabe destroçando o pouco de soberania que milagrosamente ainda temos.
Todos os esforços da estratégia de Santos estão dirigidos a legalizar o despojo, quer dizer, despojar e expropriar em nome da lei; suavemente, sem esse derramamento de sangue que tanto escandaliza a opinião pública internacional. Esse é o espírito que domina o pacote legislativo que será enviado ao Congresso em março. A lei de terras e indenização das vitimas promovida por Santos é um engano, assim como confundir sobre a verdadeira identidade dos culpados. De forma insólita resolveu pregar ultimamente, atirando para todos os lados, que a insurgência é a causa do despojo, quando historicamente está demonstrado que o responsável é o Estado com seu exército, seus paramilitares, seus latifundiários, seus pecuaristas e suas leis. Assim, o Presidente se assemelha ao ladrão que grita: pega ladrão!
Sim. Santos começou a dar o titulo de terras a supostos ou verdadeiros deslocados, mas o que está entregando é um direito à superfície, um papel de ilusões que leva o camponês a acreditar que é o dono da terra, sendo que na realidade o que está entregando é um titulo para que possa vender ou alugar. Logo cairão sobre os camponeses, como abutres, as transnacionais e a agroindústria, para alugar com direito a 20 ou 30 anos para produzir etanol e extrair ouro, petróleo, carvão, enquanto o camponês continuará confinado nos mesmos cinturões de miséria das grandes cidades, longe da sua terra, vivendo talvez de uma renda precária.
A terra, nestas circunstâncias, faz com que a categoria PÁTRIA perceba-se mais nítida e se aferre com todas suas forças ao coração dos colombianos. Lutar pela soberania deixa de ser uma bandeira abstrata, incompreendida e etérea, para se converter em exigência de dignidade das maiorias. Dessa forma, o punho da pátria levantado contra o saque das riquezas nacionais e a devastação do meio ambiente, adquire novas dimensões e ao mesmo tempo denota um novo nível de consciência de luta popular. Defender o nosso, nossa terra, é defender nossa dignidade.
Montanhas da Colômbia, fevereiro de 2012
(*) Iván Márquez é comandante e membro do Secretariado das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia – Exército do Povo (FARC-EP).
Fonte: Anncol
Nuestra Tierra
Por Iván Márquez.
Nuestra tierra, la que nos pertenece porque nacimos en ella, nuestra patria, se ha convertido hoy en tesoro codiciado por la piratería transnacional en tiempos de decadencia y de crisis sistémica del capital.
Las transnacionales, Sarmiento Angulo y Santodomingo, Efremovich y Francisco Santos, y muchos otros piratas feroces de parche y cuchillo, se han abalanzado al saqueo de las riquezas que aún le quedan a Colombia, con la anuencia gansteril y patente de corso del Presidente Santos. Invertir en la tierra, tiene hoy alcances estratégicos. La geografía, el territorio, se han convertido en la obsesión de la avaricia del capital. Ante la declinación de la producción petrolera a escala mundial las empresas han volcado sus ojos hacia la perspectiva de ganancias rápidas con la producción de agro-combustibles y la explotación del subsuelo. La Amazonía, la Orinoquía y la extensa franja del Pacífico son los nuevos espacios ambicionados por el capital para la extracción de ganancias, a como dé lugar.
La tierra ya no interesa tanto como medio de producción ganadera y de generación de soberanía alimentaria, no. El negocio está en la producción de bio-combustibles, de etanol, en el cultivo de maíz, caña y palma africana, y en el saqueo de lo que hay en la superficie y debajo de ella: petróleo, oro, carbón, coltán, ferroníquel, agua y biodiversidad, sin ningún tipo de barreras éticas ni socio-ambientales.
Durante 25 años, los últimos gobiernos prepararon el terreno para el asalto. Hemos vivido un cuarto de siglo de despojo violento capitaneado por el Estado, de expropiación de tierras, de masacres paramilitares, de desplazamiento forzoso. Definitivamente la mano negra del Estado es el paramilitarismo. En ese lapso fueron desplazados 5 millones de campesinos y expropiadas 7 millones de hectáreas. El Paramilitarismo de Estado, el Plan Colombia, la injerencia estadounidense en el conflicto interno, fueron utilizados como ariete criminal para quebrar al pueblo y generar condiciones de seguridad para la entrada en escena de los inversionistas.
Al cabo de 8 años de gobierno ilegítimo, ilegal y mafioso, Uribe terminó ensangrentado hasta la coronilla. Santos simplemente está lavando la sangre que salpica al régimen. Es un falso samaritano intentando tapar con cosméticos el desprestigio internacional de un gobierno. Se diferencia de Uribe porque no asesina desembozadamente, pero mata y despoja a nombre de la Constitución y la Ley.
Se modifican las apariencias, pero las ganancias y el saqueo, son sacrosantos. No se tocan. En eso es igualito o peor que Uribe. La confianza inversionista es un eufemismo que encubre la entrega de la soberanía. Uribe les firmó a las transnacionales, contratos de seguridad jurídica hasta por 20 años, los colmó de incentivos, de exenciones tributarias, de garantías para el expolio… Cuántos fajos de dólares y monedas de plata habrán acrecentado la bolsa de este Judas de Colombia. ¿Y Santos? Está haciendo lo mismo. Su empeño es profundizar la política neoliberal y en ese marco es el propulsor de una legislación que privilegia los derechos del capital frente al interés común y la patria misma. Ha convertido a 90 mil soldados del ejército colombiano en taciturnos guachimanes de las transnacionales, en guardianes de la infraestructura y de las ganancias del capital foráneo contra la inconformidad social. Ese no fue el papel que le asignó al ejército el padre Libertador. Él habló de defender las fronteras y las garantías sociales.
Noche y día, cientos de vagones de carbón y cerca de un millón de barriles diarios de petróleo salen del país rumbo al mercado internacional, asperjando además, gran contaminación ambiental, y Santos, henchido de incomprendida satisfacción, proclama que están creciendo las exportaciones, y la economía en un 7%. Vale preguntarse, tal como lo sugieren especialistas y académicos del país, ¿qué tan colombiana es la economía colombiana? ¿Quién exporta el petróleo, el carbón, el ferroníquel, el oro? Las transnacionales. La prosperidad es entonces de las transnacionales y de los gobernantes vendidos, no del país. A esté sólo le quedan los huecos y socavones vacíos y el desastre socio-ambiental.
Toda la población de Marmato, Caldas -pueblo de antigua tradición minera-, pretende ser desplazada por el gobierno para que una transnacional canadiense pueda explotar su oro a cielo abierto. Ahora están tratando de criminalizar la minería artesanal de la que depende el sustento de miles y miles de colombianos, para entregarle el monopolio de la explotación aurífera a las transnacionales. Al frente de esa campaña está el ministro de Minas y Energía. Por todas partes se escucha su mentirosa cantilena que ésta minería está ligada a bandas criminales y al terrorismo. ¡El colmo de la desfachatez! Con urgencia hay que amarrar a ese burócrata loco que ha colocado Santos al frente del ministerio, Mauricio Cárdenas, antes de que haga trizas lo poco de soberanía que milagrosamente nos queda.
Todos los esfuerzos de la estrategia de Santos están dirigidos a legalizar el despojo, es decir, a despojar y expropiar a nombre de la ley; suavemente, sin ese derramamiento de sangre que tanto escandaliza a la opinión internacional. Ese es el espíritu que domina el paquete legislativo que hará trámite en el Congreso a partir de marzo. La Ley de tierras y reparación de víctimas promovida por Santos es un engaño, como lo es también confundir sobre la verdadera identidad de los victimarios. De manera inaudita se le ha dado por pregonar últimamente, tirándole a las escopetas, que la insurgencia es la causante del despojo, cuando históricamente está demostrado que el responsable es el Estado con su ejército, sus paramilitares, sus terratenientes, sus ganaderos, y sus leyes. Se asemeja así el Presidente al ladrón que grita: ¡agarren al ladrón!
Sí. Santos ha empezado a titular tierras a presuntos o verdaderos desplazados, pero lo que está entregando es un derecho a la superficie, un papel de ilusiones que le hace creer al campesino que es dueño de la tierra, cuando en realidad lo que le está entregando es un título para que pueda vender o arrendar. Pronto le caerán al campesino, como buitres carroñeros, las transnacionales y la agro-industria, para que les arriende con derecho a 20 y 30 años para producir etanol y extraer oro, petróleo, carbón y coltán, mientras el campesino seguirá confinado en los mismos cinturones de miseria de las grandes ciudades, lejos de su tierra, viviendo tal vez de una renta precaria.
La tierra, en estas circunstancias, hace que la categoría PATRIA se perciba más nítida y se aferre con todas sus fuerzas al corazón de los colombianos. Luchar por la soberanía deja de ser una bandera abstracta, incomprendida y etérea, para convertirse en exigencia de dignidad de las mayorías. De esa manera, el puño de la patria en alto contra el saqueo de las riquezas nacionales y la devastación del medio ambiente, adquiere nuevas dimensiones y al mismo tiempo denota un nuevo nivel de conciencia de lucha popular. Defender lo nuestro, nuestra tierra, es defender nuestra dignidad.
Montañas de Colombia, febrero de 2012
(*) Iván Márquez es comandante y miembro del Secretariado de las Fuerzas Armadas Revolucionarias de Colombia – Ejército del Pueblo (FARC-EP).