Foi formalizado na terça-feira (21) o registro de mais 31 agrotóxicos pelo Ministério da Agricultura (Mapa), somando 169 produtos liberados apenas neste ano, de acordo com matéria publicada no portal G1. Dos 31 agrotóxicos registrados, 29 são considerados produtos técnicos equivalentes, ou seja, reproduções de princípios ativos já autorizados no Brasil. Três são compostos do glifosato, substância associada ao desenvolvimento de câncer e ligada a processos bilionários nos Estados Unidos. O número de defensivos aprovados no Brasil vem crescendo desde o golpe contra a presidenta Dilma Roussef em 2016. Em 2015, por exemplo, foram 139. Já em 2018, 450.
O Brasil é o líder mundial no consumo de agrotóxicos, com 7,3 litros por ano para cada um dos habitantes do país. Em entrevista ao Brasil de Fato, o deputado federal Nilto Tatto (PT) disse que a articulação entre a bancada ruralista e a cúpula que organizou o golpe contra a ex-presidenta Dilma Rousseff foi fundamental para atender medidas em benefício do agronegócio no país, incluindo a liberação de agrotóxicos.
A partir da eleição de Jair Bolsonaro, essa relação se estreitou através da ministra da agricultura, Tereza Cristina, conhecida como “musa do veneno”. Já Alan Tygel, da Campanha Permanente Contra os Agrotóxicos e Pela Vida, também em entrevista ao Brasil de Fato, responsabilizou, entre outras coisas, o alinhamento ideológico entre a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama), Ministério da Agricultura e o Ministério do Meio Ambiente com o agronegócio pela facilitação da aprovação de agrotóxicos a partir de mudanças internas a partir do impeachment. Para ser registrado pelo Ministério da Agricultura, o agrotóxico precisa passar pela autorização da Anvisa, que avalia os riscos à saúde, e também pelo Ibama, que verifica perigos ambientais.