Por V. B., para Desacato.info.
Não há como sermos quem não somos. Se há uma essência em nós, estaremos sempre e eternamente em busca dela, percorrendo as proximidades onde a façam florescer e resplandecer. Talvez, ou ao menos nos momentos dos encontros suscetíveis entre nosso eu verdadeiro e nosso eu ideal seja onde ela apareça. Ela, a essência, quer ser pura, imanente, de gente linda. Como se fôssemos pessoas lindas, só que o mundo acoou, o mundo deixou a gente encolhidinho, fechadinho e fazendo a gente aprender de novo a florescer, a se abrir para o mundo e se abrir de novo para a vida. E isso demora. Isso demora e dói, dói muito, mas devagarinho a gente vai se abrindo de novo, mesmo com dor – essa dor, bastante -, até que se desabrocha. E quando a gente se desabrochar a gente começa a se abrir ao encontro de gente linda, porque afinal somos gente linda sendo quem somos, sem ter que ser quem não somos, quem nunca poderíamos ser. O nunca é o lugar do ‘não faz sentido’ ser, digo, ser o que não somos em essência.
Creio, – pois minha essência é acreditar-, que quando estiveres bem abertinha, as coisas serão melhores, não só para a gente, mas para todos os que estiverem pertinho de nós, pois nossa alegria fará a todos felizes, todos aqueles que nos amam verdadeiramente. Então, olharemos para dentro, para o tempo e para o caminho, e o entendimento ressignificar-se-à.
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