Morreu hoje, quinta-feira (18) o catador Luciano Macedo, 27 anos, baleado por oficiais do Exército enquanto tentava prestar socorro à família do músico Evaldo Santos Rosa, cujo carro foi atingido por mais de 80 balas em frente a um quartel no bairro de Guadalupe, no Rio de Janeiro, enquanto ia com a família a um chá de bebê.
Macedo estava internado desde o dia 7 de abril no Hospital Estadual Carlos Chagas, em Marechal Hermes. Ainda segue internado no Hospital Albert Schweitzer, em Realengo, Sérgio Guimarães de Araújo, sogro de Evaldo, que foi baleado nos glúteos.
No veículo abordado pelo Exército estavam Evaldo, sua esposa – Luciana Nogueira –, seu sogro, o filho do casal de 7 anos e uma amiga da família.
Luciano Macedo, que levava o nome da mãe no braço, Aparecida Macedo, deixa a esposa, Daiana Horrara, grávida de cinco meses.
Dos 12 militares em patrulha naquele dia, nove seguem presos e serão investigados e julgados pela Justiça Militar. O tenente Ítalo da Silva Nunes Romualdo, oficial de mais alta patente entre os envolvidos, é reconhecido como o primeiro a atirar, ao que se seguiram os outros. A Polícia Civil encontrou apenas no carro 80 marcas de tiro.
Repercussão oficial
“O Exército não matou ninguém, não”. Com essas palavras, o presidente Jair Bolsonaro (PSL) comentou pela primeira vez, na última sexta-feira (12), a morte de Evaldo dos Santos Rosa, de 51 anos, no Rio de Janeiro.
A frase foi dita por Bolsonaro durante a inauguração de um aeroporto em Macapá (AP). “O Exército é do povo, e não pode acusar o povo de ser assassino, não. Houve um incidente, uma morte”, acrescentou o presidente. “No Exército sempre tem um responsável”.
Bolsonaro havia se manifestado sobre o tema por meio do porta-voz, Otávio Rêgo Barros, na última terça (9), pedindo que o caso fosse esclarecido “rapidamente”.
Sérgio Moro, ministro da Justiça e Segurança Pública, se manifestou apenas uma vez sobre o caso, de maneira genérica: “Lamentavelmente esses fatos podem acontecer”.