Esse movimento é o ponto de luz no cenário de chumbo em que estamos. Ele se insurge contra a apatia ou mesmo a cumplicidade dos adultos no que se refere à aceleração em curso das mudanças climáticas. No âmbito desse movimento, que vem crescendo e que esperamos cresça cada vez mais, ocorrerá no próximo dia 15, sexta-feira, uma greve global dos adolescentes pelo clima. Também os estudantes brasileiros começam agora a se mobilizar. Quando escrevi o artigo, há apenas 2 dias, a adesão dos estudantes brasileiros ainda era baixa (apenas 8 eventos previstos no Brasil todo). Hoje são muitas dezenas e vamos trabalhar para que se tornem centenas ou milhares.
O papel da Universidade aqui é muito importante. A Universidade tem o grande mérito de ter alertado e continuar alertando a sociedade sobre os riscos crescentes das mudanças climáticas. Mas esse mérito só faz aumentar a necessidade, para seus membros e para a própria instituição, de sair de suas zonas de conforto, de interconectar seus nichos de especialidade e assumir as responsabilidades éticas e políticas de seu saber.
É nosso dever como cidadãos adultos e, em especial, como membros dessa comunidade universitária, aí incluídos estudantes e funcionários, apoiar ativamente essa greve. Ela não é apenas dos adolescentes. É de todos nós. Por que não reservar um momento para discuti-la em classe e demais espaços universitários nesta próxima sexta-feira? Fica a sugestão.
A greve global dos adolescentes pelo clima
JORNAL DA UNICAMP
TEXTO LUIZ MARQUES
FOTOS REPRODUÇÃO | RUDY PICKÉ | FLICKR
EDIÇÃO DE IMAGEM LUIS PAULO SILVA
Em outubro de 2018, o IPCC publicou seu Special Report on Global Warming of 1.5oC. O propósito principal desse relatório é comparar os diferentes impactos de um aquecimento médio global de 1,5oC e de 2oC acima do período pré-industrial. Ele mostra que um aquecimento médio global de 1,5oC é já terrivelmente ameaçador para o funcionamento elementar das sociedades contemporâneas. Para se conservar uma chance razoável de não ultrapassar essa primeira barreira, as emissões de CO2 precisam cair pela metade a cada década, de modo que as emissões líquidas de CO2 devem zerar até 2050. Além disso, após essa data, precisaríamos ter tecnologia para iniciar “emissões negativas” em grande escala, ou seja, retirar da atmosfera algo como 12 bilhões de toneladas de CO2 por ano até 2100, uma quantidade maior que as emissões anuais da China. [1] Dado que as emissões de gases de efeito estufa estão ainda crescendo e continuarão a crescer num futuro discernível, o Relatório de 2018 conclui ex silentio que a porta de acesso para se manter o aquecimento em 1,5oC está fechada. Ainda que formulado em surdina, há aqui um chamado à ação emergencial contra as mudanças climáticas que nada tem de conservador. Brian Hoskins, do Imperial College de Londres, bem resumiu essa mensagem do IPCC: “Não temos evidência de que um aquecimento de 1,9oC é algo com que se possa lidar facilmente, e 2,1oC é um desastre.” [2] De fato, já em 2009, os cientistas do RealClimate afirmavam que um aquecimento médio global de 2oC “deixará a Terra mais quente do que o foi em milhões de anos”, [3] uma temperatura portanto jamais experimentada pelos humanos e a fortiori pela agricultura e pela civilização florescida ao longo dos 11.700 anos de estabilidade climática do Holoceno.
As dinâmicas atuais de aquecimento são únicas na história conhecida do clima planetário. Um artigo publicado na revista ESD (Earth System Dynamics) em 2018 constata: “O sistema Terra está atualmente em um estado de rápido aquecimento, sem precedentes mesmo nos registros geológicos”. [4] Tal rapidez é, de fato, fulminante e nada tem a ver com aquecimentos em épocas geológicas anteriores, que evoluíam em escalas de tempo de milênios: cada década desde a de 1970 foi claramente mais quente que a década precedente [5]. Desde os anos 1980, o aquecimento global entrou em aceleração. E justamente porque se trata de uma aceleração, já no segundo decênio do século XXI, em particular desde 2014, o aquecimento verdadeiramente decolou. O gráfico da Figura 1 mostra a evolução não linear do ritmo do aquecimento. Ele compara a taxa média de aquecimento entre o período 1970-2014 (+0,17oC por década) com o aquecimento de 0,43oC da última década (2008-2017), em relação ao período 1951-1990. O ritmo do aquecimento multiplicou-se por 2,5 na comparação entre esses dois períodos.
Nada indica que o ritmo atual do aquecimento planetário (0,43oC por década) diminuirá a partir de 2020. Ao contrário. Por causa, sobretudo, da crescente queima de combustíveis fósseis e do desmatamento, mais e mais CO2 e outros gases de efeito estufa (GEE) estão se concentrando na atmosfera; e enquanto o aumento dessas concentrações persistir, o planeta inevitavelmente continuará se aquecendo. Segundo Michael E. Mann, “para não se ultrapassar o limiar de aquecimento de 2oC, os níveis de CO2 na atmosfera devem-se manter abaixo de 405 partes por milhão (ppm). [6] As concentrações atmosféricas de CO2 estavam em fevereiro de 2019 em 411 ppm, contra 280 ppm no século XIX e 400 ppm atingidos pela primeira vez em 2013. Elas estão subindo cada vez mais rapidamente, nos últimos anos à taxa de 3 ppm por ano. Em 2013, essas concentrações já estavam mais altas do que haviam sido, pelo menos, nos últimos 800 mil anos. Há 800 mil anos, o Homo sapiens sequer existia. [7]
O decênio em curso (2014-2023) será o mais quente dos registros históricos. Até 2023, o aquecimento médio global pode ultrapassar pela primeira vez, na média anual, 1,5oC acima do período pré-industrial, isto é, o patamar de aquecimento que o Acordo de Paris, de 2015, almejava não ultrapassar. O MET Office, a agência britânica encarregada de monitorar a meteorologia e o clima, [8] prevê com 95% de confiança para 2019-2023 um aquecimento do planeta, na média anual, entre 1,03oC e 1,57oC acima do período pré-industrial, como mostra a Figura 2.
Os adolescentes reagem
Os que estão hoje no poder – nomeadamente as corporações e seus governos – denegam a realidade que se escancara nos dados acima referidos e não se importam, na prática, com o mundo terrivelmente hostil que estão legando aos seus e nossos filhos. Mas as crianças e adolescentes se importam. E com toda a razão. Em primeiro lugar porque as bombas climáticas de 1,5oC – 2oC vão explodir nas mãos deles, e isso não deve correr num longínquo e abstrato final do século, mas, segundo projeções convergentes, provavelmente entre 2025 e 2040. Em segundo lugar, porque, como afirmou Greta Thunberg, uma sueca de 16 anos, alguém tem que assumir a posição de adulto, quando os adultos agem como crianças. Em dezembro passado, na COP24, na Polônia, Greta, descendente de Svante Arrhenius (Prêmio Nobel de química em 1903 e um dos pais da ciência das mudanças climáticas), declarou aos delegados, num discurso de enorme impacto:
“Vocês sempre falam em seguir adiante com as mesmas más ideias que nos criaram essa confusão, mesmo quando a única coisa sensata a fazer é puxar o freio de emergência. Vocês não são suficientemente maduros para dizer as coisas tais como elas são. Mesmo esse fardo, vocês deixam para nós, crianças. (…) Nossa civilização está sendo sacrificada para que uma pequena minoria continue a ganhar enormes quantidades de dinheiro. Nossa biosfera está sendo sacrificada para que os ricos em países como o meu possam viver no luxo. É o sofrimento da maioria que paga pelo luxo de poucos. (…) Vocês dizem que amam seus filhos acima de tudo, mas estão roubando seu futuro bem diante de seus olhos. Enquanto vocês não puserem o foco no que é necessário fazer, e não no que é politicamente possível, não há esperança. Não se pode resolver uma crise sem a tratar como uma crise. Precisamos manter os combustíveis fósseis no subsolo e precisamos focar em equidade. E se soluções dentro deste sistema são tão difíceis de encontrar, talvez devamos mudar o próprio sistema. Não viemos aqui para implorar aos líderes do planeta para que se importem. Vocês nos ignoraram no passado e nos ignorarão de novo. Não estamos mais no tempo das desculpas e não temos mais tempo. Viemos aqui para lhes dizer que, gostem ou não, a mudança está chegando. O poder real pertence ao povo. Obrigada.”
E em janeiro de 2019, aos milionários e bilionários em seu “retiro espiritual” de Davos, Greta declarou: [9]
“Em lugares como Davos, as pessoas gostam de contar histórias de sucesso. Mas seus sucessos vieram com preços impensáveis. E no que se refere às mudanças climáticas, temos que reconhecer que fracassamos. Todos os movimentos políticos em sua forma atual fracassaram. E a mídia fracassou em criar uma ampla preocupação a respeito. Mas o Homo sapiens não fracassou ainda. Sim, estamos fracassando, mas ainda há tempo para virar o jogo. Ainda podemos consertar isso. As coisas ainda estão em nossas mãos. Agora é tempo de dizê-lo claramente. Resolver a questão climática é o mais complexo desafio com que o Homo sapiens já se confrontou. A solução principal, entretanto, é tão simples, que mesmo uma criança pode entendê-la: temos que cessar as emissões de gases de efeito estufa. E ou bem fazemos isso, ou não. Vocês dizem que nada na vida é preto ou branco. Mas isso é mentira. Uma mentira muito perigosa. Ou evitamos um aquecimento de 1,5oC, ou não. Ou evitamos desencadear uma irreversível reação em cadeia além do controle humano, ou não evitamos. Ou escolhemos manter a civilização, ou não. Isso é perfeitamente preto ou branco. Precisamos mudar quase tudo em nossas sociedades atuais. Os adultos costumam dizer: ‘Temos o dever de dar esperança aos jovens’. Eu não quero a sua esperança. Eu não os quero esperançosos. Eu os quero em pânico. Quero que sintam o medo que eu sinto todos os dias. E então quero que ajam. Quero que ajam como numa crise. Quero que ajam como se a casa estivesse em chamas. Porque ela está.”
Não era possível resumir essas longas citações, porque tudo o que Greta Thunberg diz é essencial e nenhum adulto consegue dizê-lo melhor que ela. Por isso, num de seus admiráveis artigos, Eliane Brum fez suas, as palavras de Greta: “num planeta governado por adultos infantilizados como Trump e Bolsonaro, meninas de diferentes países lideram uma rebelião pelo clima e marcam uma greve global de estudantes para 15 de março”. [10]
Uma greve global de adolescentes
Sim, a ótima notícia nesse cenário de chumbo é que, apesar dos adultos, há forças vitais que começam a se ocupar do planeta. Os adolescentes puseram-se em marcha, vêm fazendo desde novembro manifestações crescentes e marcaram uma greve global para a próxima sexta-feira, dia 15 de março, em protesto contra a cumplicidade ou omissão dos adultos no que se refere à crise climática. Haverá doravante novas manifestações, não apenas na forma de greves, em outras sextas-feiras. A Theresa May, Primeira-Ministra do Reino Unido, que diz lamentar que os estudantes percam “horas de aula”, Greta respondeu: “os políticos, por sua inação, perderam 30 anos, é um pouco pior”. [11] E os grevistas levantam um cartaz com o seguinte recado aos adultos que se tomam por sábios: “Farei a minha lição de casa quando você fizer a sua”. [12] Os adolescentes contam com o apoio de muitos de seus professores. Patrick Lancksweerdt, diretor de uma escola de Bruxelas, declarou ao jornal De Standaard, “a educação tem que tornar os jovens em adultos. Por suas ações, eles provaram que o são”. [13] Na Bélgica, nada menos que 3.000 cientistas assinaram uma carta aberta em apoio aos estudantes. [14]Na Holanda, 350 cientistas firmaram outra carta aberta: “Tomando por base os fatos fornecidos pela ciência, os que se manifestam estão certos. Tal é a razão por que nós, cientistas, os apoiamos”. Também na Inglaterra, 224 acadêmicos entre os mais eminentes das Universidades britânicas manifestaram seu “completo apoio aos estudantes”: “Eles têm todo o direito de estarem em cólera pelo futuro que lhes legaremos, se ações urgentes e proporcionais não forem tomadas”. [15]
O site FridaysForFuture.org traz uma tabela dos eventos de protesto desse movimento: ao todo são 1.226 em 90 países. Há 1.018 protestos em preparação em 86 países, sendo que 957 ocorrerão na greve global de 15 de Março em 82 países.
Infelizmente, poucos ainda ouviram falar disso no Brasil. Entre nós, o registro do FridaysForFuture (FFF) mostra apenas 8 eventos de protesto relacionados com a greve global de 15 de Março. Num artigo da Folha de São Paulo, Marcelo Leite se indaga: “Por que estudantes brasileiros não fazem greve pelo clima?”. “Por aqui”, constata ele, “a moçada anda meio quieta”. [16] Sim, está na hora do Brasil educar os seus jovens. O Movimento Mapa Educação, desenvolvido por Tabata Amaral, Renan Ferreirinha e Lígia Stocche, é uma iniciativa fundamental para despertar nos jovens a percepção de que a educação é um direito deles e que os jovens são parte essencial e indispensável das soluções. [17] É preciso aproximar os jovens da ciência. Educação científica é, antes de mais nada, entender que não podemos viver sem florestas e que é preciso defender a cobertura vegetal da Amazônia, do Cerrado, da Caatinga e dos demais biomas brasileiros, devastados pelo agronegócio. Educação científica é entender que não podemos viver sem os polinizadores e que é preciso defender as abelhas e outras espécies, além de nossa própria saúde, dos agrotóxicos. Educação científica é também entender que os rios devem ser defendidos da devastação operada pela mineração, que destrói paisagens e mata as pessoas em sua busca inescrupulosa de lucro. Está mais que na hora do Brasil inteiro acordar. E os jovens, adolescentes e universitários (onde estão esses últimos?) têm um papel fundamental nesse penoso, mas impreterível sobressalto. Precisamos deles para nos sacudir de nossa arrogância e de nossa abulia.
Os líderes dessa greve internacional de adolescentes sabem, melhor que ninguém, explicar as razões de seu movimento. A palavra está, mais uma vez, com eles.
Carta-aberta do Grupo de coordenação global da greve climática do dia 15 de março liderada pelos jovens (1/III/2019): [18]
“Nós, os jovens, estamos profundamente preocupados com o nosso futuro. A humanidade está agora causando a sexta extinção em massa de espécies e o sistema climático global está na iminência de uma crise catastrófica. Seus impactos devastadores já estão sendo sentidos por milhões de pessoas no mundo todo. E, entretanto, estamos longe de atingir os objetivos do Acordo de Paris.
Os jovens representam mais de metade da população global. Nossa geração cresceu com a crise climática e teremos que lidar com isso pelo resto de nossas vidas. Apesar disso, a maioria de nós não está incluída nos processos locais e globais de tomadas de decisão. Somos o futuro privado de voz da humanidade.
Não aceitaremos mais essa injustiça. Exigimos justiça para todas as vítimas passadas, atuais e futuras da crise climática, e por isso estamos nos levantando. Milhares de nós saíram às ruas nas últimas semanas em todo o mundo. Agora faremos nossas vozes serem ouvidas. No dia 15 de março, protestaremos em todos os continentes.
Precisamos, enfim, tratar a crise climática como uma crise. É a maior ameaça na história da humanidade e não aceitaremos a inação dos tomadores de decisão do mundo que ameaça toda a nossa civilização. Não aceitaremos uma vida com medo e devastação. Temos o direito de viver nossos sonhos e esperanças. A mudança climática já está acontecendo. As pessoas morreram, estão morrendo e vão morrer por causa disso, mas podemos e vamos parar com essa loucura.
Nós, os jovens, começamos a nos mover. Vamos mudar o destino da humanidade, quer vocês gostem ou não. Unidos vamos nos levantar até obtermos justiça climática. Exigimos que os tomadores de decisão do mundo assumam responsabilidade e resolvam essa crise.
Vocês nos falharam no passado. Se continuarem a fazê-lo no futuro, nós, os jovens, faremos a mudança acontecer por nós mesmos. A juventude deste mundo começou a agir e nosso movimento será sem repouso.
O movimento dos jovens pelo clima é, sem sombra de dúvida, o fato central da atualidade em escala global. Quando tudo parecia entregue aos indiferentes ou aos que negam ou tergiversam ou se perdem em distinguos sobre a gravidade extrema da casa em chamas, os jovens chegam para interromper a flauta de Hamelin em que nos embalamos. Como afirmou um ativista veterano como Bill McKibben, autor do clássico The end of nature (1989) e fundador em 2007 do movimento 350.org: “O movimento que Greta desencadeou é uma das coisas mais esperançosas acontecidas em meus 30 anos de trabalho sobre a questão climática. Ele lança o desafio geracional do aquecimento global, conferindo-lhe sua mais aguda expressão, e desafia os adultos a provarem que são, de fato, adultos.” [19]
Ao invés de apenas nos envergonharmos de nossas receitinhas inócuas de “sustentabilidade”, ao invés de continuarmos em nossa posição de mercadores de falsas esperanças, é sempre tempo de receber uma lição de realidade e, com todas as nossas forças, apoiar ativamente essa mobilização científica e política. Ela é também da Universidade. Ela é de todos nós.
[1] Cf. Dominic Lenzi et al., “Don’t deploy negative emissions without an ethical analysis”. Nature, 19/IX/2018.
[2] Citado por Andrew Simms, “A cat in hell’s chance – why we’re losing the battle to keep global warming below 2C”, The Guardian, 19/I/2017: “We have no evidence that a 1.9C rise is something we can easily cope with, and 2.1 is a disaster.”
[3] O RealClimate é um blog criado em 2004 por eminentes climatologistas como Gavin Schmidt, Michael Mann, Raymond Bradley, Caspar Ammann, entre outros. Cf. “Hit the breaks hard”, 29/IV/2009: “Global warming of 2°C would leave the Earth warmer than it has been in millions of years”.
[4] Cf. M. Aengenheyster, Q.Y. Feng, F. van der Ploeg & H.A. Dijkstra, “The point of no return for climate action: effects of climate uncertainty and risk tolerance, Earth System Dynamics, 9, 2018, pp. 1085-1095: “The Earth system is currently in a state of rapid warming that is unprecedented even in geological records.”
[5] Cf. Climate Change: A Summary of the Science, Royal Academy, 2010: “Each decade since the 1970s has been clearly warmer than the one immediately preceding”.
[6] Cf. Michael E. Mann, “Earth Will Cross the Climate Danger Threshold by 2036”. Scientific American, 1/IV/2014.
[7] Cf. Andrew Freedman, “The Last Time CO2 Was This High, Humans Didn’t Exist”. Climate Central, 3/V/2013: “There is no single, agreed-upon answer to those questions as studies show a wide date range from between 800,000 to 15 million years ago.”
[8] Cf. MET Office, “Forecast suggests Earth’s warmest period on record”, 6/II/2019.
[10] Cf. Eliane Brum, “As crianças tomam conta do mundo”. El País Brasil, 27/II/2019.
[11] Cf. Amélie Bottollier Depois, “Adolescente provoca greves pelo mundo às sextas-feiras” Folha de São Paulo, 20/II/2019.
[12] Cf. Frédéric Simon, “Scientists tell Belgian school kids on climate strike: ‘You are right”. Euractiv, 1/II/2019.
[13] Cf. “Brussels climate protest: More than 10,000 children skip school to join demonstration in Belgian capital”. The Independent, 17/I/2019.
[14] Cf. Frédéric Simon, “Scientists tell Belgian school kids on climate strike: ‘You are right”. Euractiv, 1/II/2019.
[15] Cf. “School climate strike children’s brave stand has our support”. The Guardian, 13/II/2019.
[16] Cf. Marcelo Leite, “Por que estudantes brasileiros não fazem greve pelo clima?” Folha de São Paulo, 25/II/2019.
[17] Cf. Fábio Takahashi, “Três jovens criam movimento por educação de qualidade e protagonismo”. Folha de São Paulo, 7/XI/2017.
[18] We, the young, are deeply concerned about our future. Humanity is currently causing the sixth mass extinction of species and the global climate system is at the brink of a catastrophic crisis. Its devastating impacts are already felt by millions of people around the globe. Yet we are far from reaching the goals of the Paris agreement. Young people make up more than half of the global population. Our generation grew up with the climate crisis and we will have to deal with it for the rest of our lives. Despite that fact, most of us are not included in the local and global decision-making process. We are the voiceless future of humanity. We will no longer accept this injustice. We demand justice for all past, current and future victims of the climate crisis, and so we are rising up. Thousands of us have taken to the streets in the past weeks all around the world. Now we will make our voices heard. On 15 March, we will protest on every continent. We finally need to treat the climate crisis as a crisis. It is the biggest threat in human history and we will not accept the world’s decision-makers’ inaction that threatens our entire civilization. We will not accept a life in fear and devastation. We have the right to live our dreams and hopes. Climate change is already happening. People did die, are dying and will die because of it, but we can and will stop this madness. We, the young, have started to move. We are going to change the fate of humanity, whether you like it or not. United we will rise until we see climate justice. We demand the world’s decision-makers take responsibility and solve this crisis. You have failed us in the past. If you continue failing us in the future, we, the young people, will make change happen by ourselves. The youth of this world has started to move and we will not rest again. (The global coordination group of the youth-led climate strike).
[19] Citado por Jonathan Watts, “’The beginning of a great change’: Greta Thunberg hails school climate strikes”. The Guardian, 15/II/2019: “The movement that Greta launched is one of the most hopeful things in my 30 years of working on the climate question. It throws the generational challenge of global warming into its sharpest relief, and challenges adults to prove they are, actually, adults.”
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Luiz Marques é professor livre-docente do Departamento de História do IFCH /Unicamp. Pela editora da Unicamp, publicou Giorgio Vasari, Vida de Michelangelo (1568), 2011 e Capitalismo e Colapso ambiental, 2015, 2aedição, 2016. Coordena a coleção Palavra da Arte, dedicada às fontes da historiografia artística, e participa com outros colegas do coletivo Crisálida, Crises SocioAmbientais Labor Interdisciplinar Debate & Atualização (crisalida.eco.br).