Tomei conhecimento da greve de fome do jornalista Pedro Rios Leão hoje, quarta, pela manhã. O protesto, contra o pacto de silêncio da mídia em relação ao massacre em Pinherinho, acontece em frente à sede da TV Globo, no Jardim Botânico, no Rio.
É estranho que eu tenha demorado tanto tempo para me inteirar da notícia. Afinal, por obrigação profissional, monitoro vários veículos de comunicação. Talvez muitos de vocês estejam tomando conhecimento do protesto por esta mensagem.
Na verdade, a minha ignorância se justifica pelo fato de todos os veículos da grande imprensa estarem boicotando o protesto. Da mesma forma, em uníssono, trataram do massacre perpetrado pela polícia do governador Geraldo Alckmin como um fato corriqueiro. Sem me alongar na questão, há denúncias de mortes e de ocultação de cadáveres, tudo feito em nome da reintegração de posse de um terreno de Naji Nahas, o escroque que quebrou a Bolsa de Valores do Rio de Janeiro.
Pedro está em greve de fome há quase três dias, algemado em frente à TV Globo, e a grande imprensa ignora o fato. Estes são os mesmos veículos que estamparam na primeira página e abriram seus telejornais à cobertura das greves de fome contra o governo de Cuba e contra o projeto de transposição do Rio São Francisco.
Vejam os detalhes sobre o protesto na mídia alternativa:
http://www.vermelho.org.br/ce/noticia.php?id_secao=8&id_noticia=174533
Conheço Pedro desde a infância. Não é um maluco, como certamente vão tentar caracterizá-lo. É um rapaz perfeitamente equilibrado, extremamente inteligente, um estudioso do Brasil e do mundo, e, sobretudo, um idealista que não se cala contra a injustiça.