Morreu na tarde desta quinta-feira (17) em um hospital de Belo Horizonte (MG) o professor do Instituto Federal de Minas Gerais (IFMG) em Outro Preto, Haroldo de Paiva Pereira, de 63 anos. Ele dava aulas de artes no instituto e foi espancado no último sábado (12) em sua casa, também em Ouro Preto.
De acordo com polícia, vizinhos perceberam que a casa do professor estava com a porta aberta, as janelas fechadas e que, desde a manhã, ele não saia de casa. Quando entraram no imóvel, encontraram Haroldo caído e com diversos ferimentos na cabeça e no rosto. A Polícia Militar, então, foi acionada e o professor encaminhado ao hospital. A morte hoje foi decorrente da gravidade dos ferimentos.
O suspeito pelo espancamento, Rafael Luís Oliveira Fernandes Ferreira, foi detido e confirmou o crime. Ele não deu detalhes, no entanto, sobre a motivação. Apenas disse que espancou Haroldo até a morte após uma discussão.
Ferreira e o professor foram vistos juntos em um bar no dia anterior e investigações da polícia apontam que chegaram juntos na casa de Haroldo. A vítima e o agressor, no entanto, não se conheciam.
Após o espancamento, o suspeito roubou a moto de Haroldo, o que leva a polícia a acreditar que o crime tenha sido um latrocínio.
O professor, no entanto, era conhecido por sua militância LGBT e anti-homofobia, o que leva a população local, bem como entidades LGBT, a acreditarem que o crime tenha ocorrido por motivações homofóbicas.
O Movimento Itabiritense de Lésbicas Gays Bissexuais e Travestis (ITALGBT), por exemplo, divulgou uma nota em que destaca o ativismo do professor. “Agradecemos imensamente a grande contribuição que Haroldo deu aos seus alunos e a sociedade ouro pretana, que será sempre lembrado pelo profissionalismo, inteligência, competência e sensibilidade para lidar com as adversidades, fazendo um enfrentamento a LGBTfobia. Sua morte não será em vão”, diz a entidade.
O corpo do professor será velado na noite desta quinta-feira (17) na galeria de arte do IFMG.