Por Débora Mabaires, de Buenos Aires, para Desacato.info.
Tradução: Tali Feld Gleiser, para Desacato.info. (Port/Esp).
Quando Mauricio Macri chegou ao governo da Argentina, o fez com uma fachada democrática. Empresas britânicas usaram a manipulação ilegal de perfis do Facebook para fazerem campanhas direcionadas a determinados grupos de argentinos, que eram avalizadas pela mídia hegmônica. Uma simbiose perfeita para conseguir colonizar as mentes.
Assim que ele venceu a eleição, em apenas três anos, os argentinos e argentinas perdemos direitos humanos básicos, como trabalhar, comer, ter acesso a moradia, circular livremente pelo país. Milhares de pessoas estão fechando suas empresas, vendendo-as a preço de banana, revirando o lixo para comer ou vendo seus parentes morrer sem poder comprar remédios para salvar suas vidas.
Sempre digo que o governo de Mauricio Macri não é um governo convencional, é um governo de ocupação. Age como um exército inimigo que ocupa o território nacional.
No primeiro mês de governo, desmantelou o sistema de cobertura de Saúde Pública territorial, foram eliminados os planos de vacinação para as populações indígenas e os remédios de graça para a maioria dos idosos. Os remédios do Programa Remediar, medicamentos gratuitos para quem não pode pagar foram reduzidos a 10%. Isso é claramente um plano de extermínio da população mais vulnerável. Hoje, três anos mais tarde, Macri continua com medidas mais drásticas, tais como demissão de médicos, enfermeiras e maqueiros; fechamento de serviços de neonatologia ou de terapia intensiva infantil; fechamento de serviços de cardiologia; não fornece as vacinas que o mesmo Estado obriga a dar às crianças – vacinas cuja dose tem o valor de meio salário mínimo, cerceando o direito à educação, porque estar vacinado é condição para ingressar à escola.
O Estado argentino virou inimigo da população mais vulnerável porque lhe tirou direitos assistenciais básicos a pessoas com deficiência, suspendeu o pagamento dos serviços de diálise para os doentes renais, reduziu a entrega de medicamentos ou de tiras reagentes para os doentes de diabetes. Ainda, tirou as pensões por deficiência e o direito à assistência sanitária. No Congresso, Macri tem uma lei que pretende privatizar a saúde pública.
Argentina está sendo submetida com a economia. Não é uma crise. É um saqueio planejado de recursos mediante a inflação, as importações e a destruição da indústria nacional. O uso da força e dos operativos da imprensa para subjugar a população é imperioso.
Podem chamá-la como mais gostarem, mas isto não é uma democracia, nem uma república. A divisão de poderes não funciona. Macri cooptou o Poder Judiciário, e nos últimos dias confirmamos, através da divulgação de uma conversa telefônica, o que já suspeitávamos: alguns legisladores da “oposição” estão se enriquecendo enquanto trabalham para ele.
Mediante extorsões, perseguição judicial, humilhações e até ameaças de morte às famílias de funcionários do Poder Judiciário, Mauricio Macri concentra o poder público.
Alguns comunicadores mal chamados ” intelectuais ” insistem em chamar isto de “nova direita moderna e democrática”. A nova direita não tem nada de novo, nem é democrática. Assim que chegam ao poder, violam leis, violam a Constituição, subjugam os outros poderes mediante a força ou o dinheiro e viram tiranos.
Outros insistem em chamar isto de “neoliberalismo”, embora não seja novo e, muito menos, liberal. Eu o chamo NEOCOLONIALISMO.
Macri entregou a soberania econômica ao Fundo Monetário Internacional lhe dando poder para ditar as regras do jogo em nosso país. E precisamos entender por quê.
O mundo está em meio a uma guerra pelos recursos naturais. Vemos isso no Oriente Médio, na África, mas também em nossa região. Argentina tem um litoral marítimo rico em variedades de peixes. Um mundo de proteínas de primeira qualidade nada em nossas costas, cedidas por Macri em um vergonhoso tratado, o pacto Foradori-Duncan, à Grâ Bretanha. Nada menos que ao país que ademais ocupa ilegalmente as ilhas Malvinas, ponto geoestratégico de interesse econômico pela pesca, a mineração e o petróleo, mas sobretudo, militar, por sua proximidade à Antártida e o passo bioceânico obrigado do comércio mundial neste setor do planeta. E até tiveram o prazer de instalar uma plataforma de mísseis comprada a Israel, apontando para nossa Tierra del Fuego.
A Argentina tem a terceira reserva mundial de petróleo e gás. A segunda, de lítio. A 1primeira do mundo de prata.
Macri assinou acordos pelos quais o governo da Grã-Bretanha e Israel podem realizar tarefas de espionagem aos cidadãos e cidadãs argentinas.
Além disso, cedeu a soberania aeroespacial quando entregou a operação dos dois satélites a uma empresa francesa, e a Rede Federal de Fibra Ótica a Carlos Slim, o multimilionário empresário mexicano da mídia, vinculado a serviços secretos estrangeiros.
Em diferentes tratados cedeu a soberania jurídica diante das corporações; e a soberania militar quando assinou com o ex-presidente Barack Obama um acordo de “cooperação” em que submete nossas tropas aos desígnios das tropas norte-americanas que venham “impor a paz” (assim diz o tratado).
A pressão econômica sobre os argentinos, os aumentos indiscriminados de tarifas, a brutal desvalorização, as leis regressivas e as humilhações constantes dos membros deste governo à cidadania argentina têm um objetivo: submeter o povo. Mas não descarto que exista um objetivo militar: pressioná-lo até que exploda para militarizar nosso território com tropas estrangeiras.
Não pareceria ter sentido porque os principais recursos naturais da Argentina, gás, petróleo, lítio, cereais, mineração e água, já foram cedidos ao estrangeiro. Mas a Argentina é a porta de entrada para submeter seu principal sócio econômico na região: Brasil.
Quando Mauricio Macri estava para vencer as eleições, lembro de ter escrito, quase como uma súplica: não votem nele. Se a Argentina cair, cai o Brasil e, com ele, Latinoamérica toda. Não passou muito tempo entre a posse de Macri e o impeachment do governo democraticamente eleito de Dilma Rousseff no Brasil.
A perseguição a Cristina Fernández de Kirchner e Luiz Inacio “Lula” Da Silva faz parte do plano desta direita neocolonial. Precisam desses líderes fora do jogo para colocar seus títeres e oprimir os povos.
Desde o sul, avançam sobre o Brasil, o gigante da América do Sul e sétima economia mundial.
Por isso hoje, irmãos e irmãs brasileiras, lhes imploro, lhes suplico: NÃO VOTEM NA DIREITA. Não votem em quem nem sequer dissimula sua violência e seu classismo. Votem por seus filhos. Votem pelo futuro.
O plano é regional e está à vista. Por favor, parem isto!
Se salvem! Nos salvem!
Vocês têm o poder de frear essa invasão nas eleições do próximo domingo.
Vocês são a nossa última esperança.
Mauricio Macri, su plan y Brasil
Cuando Mauricio Macri arribó al gobierno de la Argentina, lo hizo tras una fachada democrática. Empresas británicas usaron la manipulación ilegal de perfiles de Facebook, para hacer campañas direccionadas a determinados grupos de argentinos, que eran avaladas desde los medios de prensa. Una simbiosis perfecta para lograr colonizar las mentes.
Una vez que ganó la elección en apenas tres años, los argentinos perdimos derechos humanos básicos, tales como trabajar, comer, acceder a la vivienda, transitar libremente por el país. Miles están cerrando sus negocios, malvendiendo sus empresas, revolviendo la basura para comer, o viendo morir a sus familiares sin poder acceder a los remedios para salvar sus vidas.
Siempre digo que el gobierno de Mauricio Macri no es un gobierno convencional, es un gobierno de ocupación. Actúa como un ejército enemigo que ocupa el territorio nacional.
En el primer mes de gobierno, desmanteló el sistema de cobertura de Salud Pública territorial, se eliminaron los planes de vacunación para las poblaciones aborígenes, se eliminaron los remedios gratuitos para la mayoría de la población anciana, y se redujeron al 10% los remedios del Programa Remediar que proveía gratuitamente la medicación a quienes no la pudieran pagar. Eso, es claramente un plan de exterminio de la población más vulnerable. Hoy, tres años después, continúa con medidas más drásticas, tales como despido de médicos, enfermeras y camilleros; cierre de servicios de neonatología o de terapia intensiva infantil; cierre de servicios de cardiología; no provee las vacunas que el mismo Estado obliga a dar a los niños – vacunas cuya dosis tiene el valor de medio salario mínimo, cercenando el derecho a la educación, ya que es condición estar vacunado para ingresar a la escuela.
El Estado argentino se ha puesto como enemigo de la población más vulnerable al quitarles derechos asistenciales básicos a discapacitados; suspendiendo el pago de los servicios de diálisis para los enfermos renales; reduciéndole la provisión de medicamentos o de tiras reactivas a los enfermos de diabetes. Quitándoles sus pensiones por discapacidad, además, les quitó el derecho a la asistencia sanitaria. Y tiene en el Congreso una ley que pretende privatizar la salud pública.
Argentina está siendo sometida con la economía. No es una crisis. Es un saqueo planificado de recursos mediante la inflación, las importaciones, y la destrucción de la industria nacional. El uso de la fuerza brutal y de las operaciones de prensa para sojuzgar a la población es imperioso.
Llámenlo como más les guste, pero esto no es una democracia, ni una república. La división de poderes no funciona. Macri coptó el Poder Judicial, y en los últimos días confirmamos a través de la difusión de una conversación telefónica, lo que sospechábamos: algunos legisladores de la “oposición” están enriqueciéndose mientras trabajan para él.
Mediante extorsiones, persecuciones judiciales, humillaciones e incluso, con amenazas de muerte hacia las familias de funcionarios judiciales, Mauricio Macri tiene la suma del poder público.
Algunos comunicadores mal llamados “intelectuales” insisten en llamar a esto “nueva derecha moderna y democrática”. La nueva derecha no tiene nada nuevo, ni es democrática. Una vez que logran hacerse del poder, violan leyes, violan la Constitución, subyugan a los otros poderes mediante la fuerza o el dinero, y se convierten en tiranos.
Otros insisten en llamar a esto “neoliberalismo” aunque no es nuevo, y mucho menos es liberal. Yo lo llamo NEOCOLONIALISMO.
Macri entregó la soberanía económica al Fondo Monetario Internacional dándole poder para dictar las reglas de juego en nuestro país. Y hay que entender por qué.
El mundo está en medio de una guerra por los recursos naturales. Lo vemos en Oriente Medio, en África, pero también en nuestra región. Argentina tiene un litoral marítimo rico en variedades de peces. Un mundo de proteínas de primera calidad nada en nuestras costas, que Macri le cedió en un vergonzoso tratado, el pacto Foradori-Duncan, a Gran Bretaña. Nada menos que al país que además ocupa ilegalmente las islas Malvinas, punto geoestratégico de interés económico por la pesca, la minería y el petróleo pero sobre todo, militar, por su cercanía a la Antártida y su cercanía al paso bioceánico obligado del comercio mundial en este sector del planeta. Y hasta se dieron el gusto de poner una plataforma de misiles comprada a Israel, apuntando hacia nuestra Tierra del Fuego.
Argentina tiene la 3º reserva mundial de petróleo y gas. La 2º reserva mundial de litio. La 1º del mundo de Plata.
Macri firmó acuerdos por los que el gobierno de Gran Bretaña e Israel, pueden realizar tareas de espionaje sobre los ciudadanos argentinos.
Cedió además la soberanía aeroespacial al entregarle la operación de los dos satélites a una empresa francesa; y la Red Federal de Fibra Óptica a Carlos Slim, el multimillonario empresario mexicano de medios de prensa, vinculado a servicios secretos extranjeros.
En diferentes tratados cedió la soberanía jurídica ante las corporaciones; y la soberanía militar al firmar con el ex presidente Barack Obama un acuerdo de “cooperación” en el que somete a nuestras tropas a los designios de las tropas norteamericanas que vengan a “imponer la paz” (así dice el tratado).
La presión económica sobre los argentinos, los aumentos indiscriminados de tarifas, la brutal devaluación, las leyes regresivas, y las humillaciones constantes de los funcionarios de este gobierno hacia los ciudadanos argentinos tienen un objetivo: someter al pueblo. Pero no descarto que haya un objetivo militar: presionarlo hasta que estalle para poder militarizar con tropas extranjeras nuestro territorio.
No pareciera tener sentido ya que los principales recursos naturales de la Argentina, gas, petróleo, litio, cereales, minería y agua, ya los cedió al extranjero. Pero Argentina es la puerta de entrada para someter a su principal socio económico en la región: Brasil.
Cuando Mauricio Macri estaba por ganar las elecciones, recuerdo haber escrito, casi como una súplica: no lo voten, si cae Argentina, cae Brasil y con él, toda latinoamérica. No pasó mucho tiempo entre la toma del gobierno de Macri y la destitución del gobierno democráticamente elegido de Dilma Roussef en Brasil.
La persecución a Cristina Fernández de Kirchner y a Luiz Inacio “Lula” Da Silva es parte del plan de esta derecha neocolonial. Necesitan a esos líderes fuera de juego para colocar a sus títeres y oprimir a los pueblos.
Desde el sur, avanzan sobre el gigante de Sudamérica y la séptima economía mundial.
Por eso hoy, hermanos y hermanas brasileños, les ruego, les suplico: NO VOTEN A LA DERECHA. No voten a quien ni siquiera disimula su violencia y su clasismo. Voten por sus hijos. Voten por el futuro.
El plan es regional y está a la vista. ¡Por favor, detengan esto!
¡Sálvense! ¡Sálvennos!
Ustedes tienen el poder de frenar esta invasión en las elecciones del domingo.
Ustedes son nuestra última esperanza.
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Débora Mabaires é cronista e mora em Buenos Aires.