Ministro da Cultura do Chile renuncia depois de críticas sobre Museu da Memória

O ex-Ministro tinha sido nomeado na semana passada.

Ex-ministro Mauricio Rojas na posse do cargo, no dia 9 de agosto. Foto: Marcelo Segura

O ministro da Cultura, Artes e Patrimônio do Chile, Mauricio Rojas, renunciou hoje (13), após divulgação de uma opinião dele sobre a necessidade de manter o Museu da Memória – construído em homenagem às vítimas da ditadura de Augusto Pinochet (1973-1990). O pedido de demissão foi aceito pelo presidente chileno, Sebastián Piñera.

Nota de Desacato: Mauricio Rojas declarou sobre o Museu da Memória: “Mais do que um museu (…) trata-se de uma montagem cujo propósito, que sem dúvida consegue impactar o espectador, deixá-lo pasmo, lhe impede raciocinar.”

À imprensa, Piñera rebateu qualquer crítica à construção do Museu da Memória.

“Com respeito à situação do Mauricio Rojas, por suas declarações efetuadas há alguns dias, queremos ser firmes e claros: não compartilhamos suas opiniões e declarações no sentido sobre o objetivo do Museo da Memória. Tampouco compartilhamos a intenção de certos setores do nosso país de impor uma verdade única.”

A opinião de Rojas em que questiona a relevância do museu está no livro “Diálogo de Conversos” , publicado em 2015. A ditadura de Pinochet foi uma das mais duras das Américas. A estimativa de organizações não governamentais é que mais de 40 mil pessoas foram vítimas, das quais 3 mil foram mortas.

Em substituição ao demissionário, Piñera nomeou Consuelo Valdés Chadwick. Ela é arqueóloga de formação, respeitada por sua atuação na área de museologia e já atuou também da Universidade do Norte.

*Com informações da TVN, emissora pública de televisão do Chile.

Edição: Sabrina Craide

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