Livro “Além dos Corpos” provoca olhar mais humano sobre as profissionais do sexo

A obra, escrita por Danielly Ribeiro, estará dia 11 de agosto na Bienal do Livro em São Paulo.

“Eu só realizo as fantasias de desconhecidos. Não tenho liberdade para ser eu mesma.”

Assim como tudo o que é considerado tabu, a prostituição carrega uma série de preconceitos e curiosidades que cercam o tema – muito pela falta de diálogo sobre ele. Tendo em vista desmistificar o assunto e permitir uma análise mais profunda sobre a “profissão mais antiga do mundo” e quem a pratica, a jornalista Danielly Ribeiro optou por entrevistar profissionais do sexo para o livro “Além dos Corpos”, que foi seu trabalho de conclusão de curso em Jornalismo na Faculdade Estácio, em São José (SC).

“Não é fácil ir para a cama com um cara que tu tem nojo, que é velho, gordo ou fede.”

Após o trabalho ser aprovado com nota máxima, recebeu incentivo da orientadora e da banca para publicá-lo. Seguiu o conselho e, mesmo com uma recente experiência como escritora, Danielly estreará em grande estilo: já está com o livro em mãos para ser lançado na próxima Bienal do Livro em São Paulo, no dia 11 de agosto. Lá, a autora passará por uma sessão de autógrafos e conversará com quem passar pelo estande da editora Chiado Books, por meio da qual está lançando o seu livro,

“Eu não tenho nenhuma história triste. Estou nessa vida porque eu gosto. Não tenho vergonha de admitir.”

A obra consiste em contextualizar a prostituição desde a forma como é retratada na literatura, em filmes, na história e até na política. Sem fazer juízo de valor sobre o assunto, a autora permite aos leitores que tenham uma reflexão fundamentada sobre o tema e possibilita que desenvolvam um olhar mais humanizado sobre as profissionais do sexo. Um dos objetivos também foi poder dar voz às mulheres que vivem esta realidade pois, num geral, são muito julgadas e pouco ouvidas.

“Durante a minha vida toda eu transei sem ter vontade e com pessoas que eu não queria. Pelo menos agora me pagam pra isso.”

Com nomes fictícios, cinco mulheres relatam no livro como entraram na prostituição e o que as motivam a continuar trabalhando no ramo. Uma delas, por exemplo, já havia sido abusada diversas vezes na infância, então considera que dormir com estranhos para ganhar dinheiro é melhor do que os abusos que sofreu. Já outra, afirma não ter nenhuma história triste, e alega trabalhar com prostituição por causa do vício em sexo. Com histórias distintas entre si, é possível conhecer diferentes razões pelas quais elas resolveram exercer uma profissão tão julgada pela sociedade.

“Tem alguns homens que eu cobro bem caro só para recusarem e irem embora.”

Danielly optou por envolver apenas mulheres em início de carreira na publicação de sua obra, visando dar a elas uma oportunidade de mostrarem seus talentos. Estão envolvidas neste trabalho a ilustradora Ana Bonnassis (23 anos), a designer Antonella Vanoni (22 anos), a fotógrafa Eduarda Bittencourt (19 anos) e a própria autora, que tem 23 anos.

Serviço

Livro “Além dos Corpos” na Bienal do Livro de São Paulo

Data: 11/08/2018

Crédito Imagens em anexo: Eduarda Bittencourt

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