Por Ítalo Gimenes.
A Agência Nacional de Petróleo anunciou hoje o resultado da venda da partilha das bacias de pré-sal, “Dois Irmãos”, “Três Marias”, “Uirapuru”. A Petrobras abriu mão de 14 bilhões de barris de petróleo, que correspondem a trilhões de dólares, e o governo aceitou o negócio por nada mais que R$3,15 bilhões de… reais, e uma promessa de investimentos de somente R$738 milhões. Veja abaixo o resultado final das ofertas:
Dois Irmãos
Petróleo Brasileiro S.A.* (45%) – Petrobras
Statoil Brasil Óleo e Gás Ltda. (25%) – Norueguesa
BP Energy do Brasil Ltda. (30%) – Inglesa
Três Marias
Petróleo Brasileiro S.A.* (30%) – Petrobras
Chevron Brazil Ventures LLC. (30%) – Americana
Shell Brasil Petróleo Ltda. (40%) – Americana
Uirapuru
Petróleo Brasileiro S.A.* (30%) – Petrobras
Petrogal Brasil S.A. (14%) – Portuguesa
Statoil Brasil Óleo e Gás Ltda. (28%) – Norueguesa
ExxonMobil Exploração Brasil Ltda. (28%) – Americana
Essa foi a primeira ação de Ivan Monteiro, substituto de Pedro Parente para seguir sua política de preços pró-imperialista e privatista, aprovada pelas patronais do agronegócio e das transportadoras que pautaram as paralisações de caminhoneiros. Com os combustíveis caros e o Pré-sal entregue em mãos a essas grandes empresas, o imperialismo deslumbra maiores lucros sobre os recursos naturais do país e ainda maior dependência econômica para o país. Assim, a empresa ganhadora do leilão pagaria alguns valores simbólicos pela extração, sendo que esta soma não pode ultrapassar 25% do preço do barril do petróleo.
Ano passado, Temer realizou mudanças que regulavam a exploração do Pré-sal e a participação das empresas estrangeiras: pela primeira vez o golpista retirou as obrigatoriedade da Petrobras da participação estatal do contrato de extração do Pré-sal. Mas a lei que aprovava a “concessão” de áreas do Pré-sal, que supostamente voltariam para o povo brasileiro na forma dos royalties, (grande parte sugados pelo pagamento da dívida) começou no governo Dilma, que nada se dispôs a se enfrentar com as pressões imperialista, pelo contrário.
O outro lado entreguista e traidor do PT se dá pelo não enfrentamento com a política privatista de Temer, que permitiu que o descontamento popular com o aumento dos combustíveis, fosse capitalizado pelo movimento patronal de caminhoneiros e defensor dessa política. Poderiam muito bem, através da FUP-CUT, ter mobilizado verdadeiramente os petroleiros contra a privatização, ao invés de propor nada mais que uma greve de 72h em feriado. Mas a traição é de antes, desde o golpe, principalmente durante a aprovação da Reforma Trabalhista, ou mesmo a prisão de Lula, a CUT desmobilizou os sindicatos de todo o país e impediu que fossem os trabalhadores a responderem à raiva contra o governo Temer.
O espaço que existia contra a política de preços pró-imperialista da Petrobras, contra a sua privatização, e de apoio aos petroleiros, foi deixado vazio pela inação da CUT e do PT, e tornou-se uma avenida para a direita se fortalecer apoiando-se agora nesse sentimento. Fizeram uma paralisação que corresponde a seus objetivos eleitorais de dizer que apenas o voto no candidato do PT pode se enfrentar com isso, e não os próprios trabalhadores, enquanto seus governos provam o contrário.