– O apartamento é seu?
– Não.
– Tem certeza?
– Tenho.
– Então não é seu?
– Não.
– Nem um pouquinho?
– Não.
– Ou seja que o senhor nega que seja seu?
– Nego.
– E quando o comprou?
– Nunca.
– E quanto custou?
– Nada.
– Desde quando você o tem?
– Desde nunca.
– Ou seja que não é seu?
– Não.
– Tem certeza?
– Tenho.
– E, me diga: por que escolheu esse apartamento e não outro?
– Não o escolhi.
– O escolheu sua mulher?
– Não.
– Quem o escolheu?
– Ninguém.
– E então quem o comprou?
– Não comprei.
– Deram de presente…
– Não.
– E como o conseguiu?
– Não é meu.
– Nega que seja seu?
– Já lhe falei.
– Responda a pergunta.
– Já le respondi.
– O nega?
– O nego.
– Ou seja que não é seu…
– Não.
(…)
– Senhor juiz, o sehor tem alguma prova de que o apartamento seja meu, que eu tenha morado ali, que tenha passado ali alguma noite, que minha família tenha se mudado: o tem algum contrato, uma assinatura minha, um recibo, uma transferência bancária, algo?
– Não, por isso lhe pergunto.
– Já lhe respondi.
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Confira íntegra do depoimento de Lula a Sergio Moro em 13/09/17
