A China respondeu nesta sexta-feira (23/03) às ameaças do presidente americano Donald Trump de dar início a uma guerra comercial com o país, ao anunciar a tarifação dos produtos chineses.
O Ministério chinês do Comércio divulgou em um comunicado que Pequim não quer uma guerra comercial, mas, em represália, divulgou uma lista de produtos norte-americanos passíveis de tarifas, totalizando cerca de US$ 3 bilhões. A China também exige uma resposta rápida do governo norte-americano para evitar danos maiores às relações entre os dois países.
De vinho a alumínio reciclado
No total, são 128 produtos, divididos em dois grupos. O primeiro, que será taxado em 15%, inclui mercadorias como frutas, vinho, etanol e ginseng, que representaram quase US$ 1 bilhão em importações para a China em 2017.
O segundo grupo, que tem de carne de porco a alumínio reciclado, terá uma taxação de 25%, e respondeu por quase US$ 2 bilhões em importações no ano passado, segundo o ministério do Comércio chinês. A lista não inclui a soja, que totalizou US$ 14 bilhões em exportações dos Estados Unidos em 2017.
A China anunciou ainda que avalia ativar um procedimento contra as medidas americanas junto à Organização Mundial do Comércio (OMC).
Roubo de propriedade norte-americana
Trump decidiu nesta quinta (22/03) impor tarifas aos produtos chineses para retaliar um suposto roubo de propriedade intelectual americana. A medida representa US$ 60 bilhões.
Anunciando como a “primeira de muitas” ações comerciais, Trump assinou a ordem que também deseja restringir o investimento chinês nos Estados Unidos. “Temos uma situação tremenda de roubo de propriedade intelectual acontecendo”, disse Trump ao assinar a ordem comercial.
O representante comercial americano (USTR) Robert Lighthizer deve divulgar nas próximas duas semanas uma lista de produtos alvo das taxas. Em 2017, os Estados Unidos registraram um déficit comercial de US$ 333,2 bilhões com a China.