O Fórum Social Mundial de Salvador 2018 trabalhou para a construção de uma carta de convergência de dez pontos inegociáveis para a agenda feminista internacional.
Aos executivos e legislativos (municipais, estaduais, e nacional) cabe: propor, fiscalizar e defender ações que superem as desigualdades e desnaturalizem as violências cotidianas contra as mulheres.
Aos movimentos sociais, sindical, de mulheres e feministas: lutar e defender os 10 pontos, em todos os espaços que circulam. Dialogar cotidianamente com a sociedade, a família, vizinhas, amigas.
Seguem os 10 pontos:
* Pelo pleno reconhecimento do trabalho produtivo e reprodutivo, contra o assédio sexual e moral no trabalho, pela equidade salarial, exigimos políticas públicas para garanti-las;
* Pelo fim dos feminicídios, transfeminicídios e de todas as formas de violência, sejam elas sexuais, físicas, psicológicas, domésticas praticadas em âmbito público, privado e no ativismo;
* Pelo direito de decidir sobre os nossos corpos, sentimentos e pensamentos com autonomia, sem a interferência do Estado, dos fundamentalismos religiosos e do poder corporativo;
* Pela emancipação real e substantiva e pelo acesso ao poder político;
* Pelo fim da utilização de nossos corpos como arma de guerra. Pelo fim da perseguição e assassinato de defensoras e defensores de direitos humanos;
* Pelo acesso de todas e todos à educação universal emancipadora, libertadora e não sexista;
* Contra o racismo, a xenofobia, o genocídio e o fim do encarceramento das pessoas negras, indígenas e pobres;
* Pelo reconhecimento de nossa identidade e expressão de gênero, auto-percebida/auto-determinada. Pela plena garantia de nossos direitos. Pelo fim da discriminação e da violência contra a orientação sexual, a identidade e a expressão de gênero;
* Pelo desmantelamento da estrutura patriarcal dos meios de comunicação, pelo fim da mercantilização e hipersexualização de nossa imagem. Nossa invisibilidade nesses meios contribui para o silenciamento de nossas lutas;
* Pela justiça climática. Somos parte da natureza, e não donas dela. Contra o capitalismo, colonialismo e imperialismo que nos explora e nos expulsa em várias partes ao redor do planeta.
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