Por Claudia Weinman, para Desacato. info.
Hoje, dia 16 de março de 2018 fica pronta mais uma edição do Jornal Comunitário, um periódico que nasceu de uma experiência há quase 10 anos da Pastoral da Juventude do Meio Popular (PJMP) e Pastoral da Juventude Rural (PJR) e que foi se transformando nesse material que hoje em dia é distribuído de porta em porta na região do Extremo-oeste de Santa Catarina.
O jornal é um órgão de imprensa política. Precisa chegar a todos os lugares, nas mãos do atendente de loja, na cozinha do restaurante, para quem assiste a uma apresentação no banco da praça, ao camponês e a camponesa. Esse jornal não tem a tarefa de dar vez ao dominador que já paga para que sua informação seja divulgada e possui diversas inserções nas rádios da cidade, na televisão, nos jornais impressos que são vendidos para os assinantes.
O Jornal Comunitário precisa ser o espaço onde o povo possa denunciar, contar uma boa nova, falar de cultura, ter VEZ. O povo não tem vez, embora tenha voz, em um veículo comercial. Só tem VEZ em um meio desses quem paga para que a sua informação seja anunciada como verdade.
Sem uma imprensa política é impossível fazer política e fazer política significa dialogar com a realidade, querer transformar ela. É preciso despertar a paixão do povo novamente para que ele se organize e a comunicação tem papel fundamental porque é uma das ferramentas importantes nesse processo.
Cada vez que alguém financia a mídia comercial dá um passo atrás na proteção aos direitos dos povos porque essa mídia está entrelaçada aos interesses do capital e por isso jamais vai falar da classe trabalhadora da maneira como se deseja. Nunca vai se colocar do lado para defender uma escola no campo, uma pessoa que precisa de atendimento na saúde, não vai dar VEZ a todo o momento como as mídias independentes fazem.
“Um jornal, todavia, não tem somente a função de difundir ideias, de educar politicamente e de conquistar aliados políticos. O jornal não é somente um propagandista e agitador coletivo, mas também um organizador coletivo. Sobre esse último aspecto, se pode comparar o jornal com a estrutura de andaimes que envolvem o edifício em construção, mas permite adivinhar seus traços, facilita os contatos entre os construtores, lhes ajudando a subdividir o trabalho e a dar conta dos resultados gerais obtidos com o trabalho organizado”. (Por Onde Começar – 1901).
Mais uma edição do Jornal Comunitário está chegando às mãos dos/as leitores/as do interior do estado e esses/as possuem a importante tarefa de difundi-lo, contribuindo para que ele exista hoje e sempre. A partir de hoje essa edição ficará disponível à comunidade, será levado naquela mesma perspectiva, de porta em porta, fazendo o movimento. Você entrega um jornal e conversa, conhece as pessoas, chama pra luta.
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Claudia Weinman é jornalista, diretora regional da Cooperativa Comunicacional Sul no Extremo Oeste de Santa Catarina. Militante do coletivo da Pastoral da Juventude do Meio Popular (PJMP) e Pastoral da Juventude Rural (PJR).