Por Eliane Gonçalves.
Os foliões vão para casa e entra em cena o bloco da limpeza. Das 2h às 10h, garis varrem e lavam as ruas da capital paulista para a festa recomeçar. Sem essa turma, que usa vassouras ao invés de bateria, o carnaval seria outro.
Para fazer esse trabalho, foram escaladas 700 pessoas pela Autoridade Municipal de Limpeza Urbana (Amlurb). A tarefa é feita com exclusividade pelas concessionárias, inclusive a coleta de material reciclado.
Foi justamente essa exclusividade que levou as cooperativas de reciclagem a colocar o bloco na rua no último dia de carnaval em São Paulo. Tambores, maracas e estandartes foram usados pelo Bloco da Reciclagem para protestar contra a suspensão do convênio que garantia um caminhão de coleta para cada cooperativa. O protesto aconteceu em um dos polos centrais do carnaval paulistano, o Largo da Batata.
A assessoria de imprensa da Amlurb confirmou que a prefeitura não fornece mais os caminhões para as cooperativas porque o contrato acabou e a nova licitação não foi concluída. Desde o dia 9 de janeiro, a coleta de material reciclável está a cargo das duas concessionárias contratadas pela prefeitura.
A licitação não acabou por recomendação do Tribunal de Contas do Município (TCM). Segundo o tribunal, existem indícios de superfaturamento nos preços dos contratos dos caminhões.