O que move o mundo é a luta de classes

Por Marcela Cornelli.
O professor do Departamento de História da UFSC, Waldir José Rampinelli, durante palestra para os servidores da Previdência, Saúde e Anvisa, no dia 9 de dezembro, falou sobre a necessidade do movimento sindical retomar a luta.“É fundamental pensar sobre os problemas do mundo e transformar o mundo. Um outro mundo é possível”, disse o professor convidando todos a refletirem.
Rampinelli falou sobre a crise mundial que atingiu o Brasil e disse que a crise é bem vinda no sentido de que possa trazer alternâncias. “Quando o feudalismo entrou em crise veio o capitalismo. E o que poderá vir agora com a crise do capitalismo? Dependerá de nós”.

O professor observou que quem paga a crise são os países pobres e a classe trabalhadora. Rampinelli ponderou que adiante da conjuntura atual os trabalhadores e os sindicatos precisam se reorganizar. “Quanto mais desorganizados, mas difícil é para enfrentar as conseqüências da crise”, completou. Ele citou que em 1917 na Rússia os trabalhadores se organizaram nos soviets, comitês formados pelos trabalhadores, o que possibilitou a revolução e mudança de regime político.

O professor disse que hoje no Brasil há 13% de analfabetos e há fome, mas isso não é divulgado pela mídia burguesa. Ele alertou ainda sobre as ameaças da privatização da Previdência Pública, inclusive a dos servidores públicos, o que, na sua opinião, será um retrocesso para os todos os trabalhadores. Para ele, o Brasil e o mundo vivem hoje uma crise “integral”, “multidimensional”, cultural, política, financeira, energética, crise da democracia, etc. “Enquanto o sistema capitalista existir, sempre haverá crise, depressão. No entanto, a mídia repete o tempo todo que são os donos do capital que têm razão, que o capitalismo deu certo”.

O professor disse que hoje há uma super produção e um sub consumo. “O trabalhador compra, mas como paga? Através de financiamentos intermináveis. O trabalhador financia tudo, a casa, os móveis, as roupas tudo”.

Rampinelli lembrou que a criação da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) pode trazer um ânimo na luta e resistência ao capitalismo. E que no Brasil os avanços dependerá de como País se comportará daqui pra frente. Ele comentou sobre o governo Lula dizendo que Lula é um mito e que como todo mito é ruim, pois despolitiza. “Diante do mito, muitos se curvam”. Para Rampinelli, no governo Lula, o MST e outros movimentos inclusive parte do movimento sindical não foi para o enfrentamento como se fazia antes. “Quem mais tem ganhado nos últimos tempos foi o agronegócio, os bancos. Para os banqueiros foi dado bilhões para os pobre suma cesta básica. Não é com políticas compensatória que o País avança. E a Dilma segue a linha do Lula”.

“Para mudar esta realidade, os trabalhadores precisam reorganizar a luta. É preciso desmentir a mídia burguesa de que o capitalismo deu certo e de que tudo funciona bem no capitalismo. É preciso retomar a luta de classes. A luta de classes é o que move o mundo”, finalizou.

 

1 COMENTÁRIO

  1. Primeiro, q o movimento sindcal é morimbundo, no brasil, desde qdo atrelado ao estado – leia-se legalizado – e, portanto, controlado, e, além disso, os sindicatos/listas não querem largar o osso da arrecadação e conchavo politiqueiro… é um anacronismo esperar dos sindicatos algo de bom, a não ser q voltassem ou se constituissem na ilegalidade, livres, sem controle, contando com a autogestão e ajuda mútua dos trabalhadores.
    Segundo, como estados podem resistir ao capitalismo, se na história moderna, nascem ligados como irmãos siameses ao mesmo e, mais, um estado é um organismo autoritário,hierárquico, q vive da divisão de classes, dele não vem nem igualdade, nem liberdade, as esperanças na CELAC é só isso esperança, dos socialistas estatistas. Querem apagar da memória do século 20 tudo o q os estados socialistas fizeram de atrocidades, incluindo cuba?
    O desacato cheira à armário da vovó: a naftalina.

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