Veja como cada deputado votou nas principais votações de 2017

Por Isabella Macedo.

O DEM foi mais fiel que o próprio MDB – Foto: Luís Macedo/Agência Brasil

O Congresso em Foco levantou como cada deputado votou nas principais votações de 2017 (saiba mais sobre os projetos abaixo de cada tabela). O índice de fidelidade da base governista nessas deliberações foi de 76%. O DEM foi mais fiel que o próprio MDB. A lista está dividida por semestre. Confira nome por nome:


Durante o primeiro semestre, os temas econômicos dominaram a pauta legislativa do Congresso. Relembre as principais votações na Câmara na primeira metade do ano e veja como cada deputado votou na tabela abaixo.

Repatriação de recursos não declarados (14 de março)

303 votos favoráveis x 124 contrários

Ampliou de 38 para 120 dias o prazo para declarar recursos no exterior. Os declarantes garantiam anistia de diversos crimes tributários. Foi a segunda rodada da repatriação em um período de um ano. Norma estabeleceu a cobrança de 15% de Imposto de Renda e 20,25% de multa.

Terceirização (22 de março)

231 votos favoráveis x 188 contrários x 8 abstenções

Projeto originário da década de 1990, lei permitiu que empresas pudessem terceirizar também as chamadas atividade-fim (essenciais e específicas para o ramo de exploração da empresa). Também aumentou prazo do trabalho temporário para seis meses, prorrogáveis por outros três.

Pós-graduação paga em universidades públicas (17 de fevereiro / 29 de março)

318 votos favoráveis x 129 contrários x 4 abstenções (1º turno)

304 votos favoráveis x 139 contrários x 2 abstenções (2º turno) – rejeitada

Permitiria que as universidades públicas cobrassem pelos cursos de pós-graduação lato sensu. Foi rejeitada em segundo turno e arquivada.

Recuperação fiscal dos estados (18 de abril)

301 votos favoráveis x 127 contrários x 7 abstenções

Suspende o pagamento das dívidas dos estados com a União por três anos (prorrogáveis por outros três) mediante contrapartida. Os governos estaduais têm de aprovar um plano de recuperação, comprometendo-se a privatizar, congelar reajustes de servidores públicos e não realizar novos concursos.

Reforma trabalhista (27 de abril)

296 votos favoráveis x 177 contrários x 1 abstenção

A base da proposta está na prevalência do negociado sobre o legislado. Texto flexibiliza a jornada de trabalho, permitindo que o empregado trabalhe 12 horas ininterruptas, sem intervalo, em troca de 36 horas de descanso, permite o parcelamento das férias em até três vezes e limita as hipóteses para indenizações por danos morais e patrimoniais. Torna facultativa a contribuição ou financiamento sindical e afasta da Justiça trabalhista a possibilidade de anular acordos e convenções coletivas contrárias à lei.

MP das concessões (2 de maio)

284 votos favoráveis x 99 contrários x 4 abstenções

Permite prorrogação, renovação e repactuação de concessões nos setores de transporte – aeroportos, ferrovias e rodovia – feitas nos últimos 12 anos. Contratos do setor ferroviário contemplem novos trechos ou ramais ferroviários com a extensão necessária para atender polos geradores de carga.

Denúncias contra Temer mobilizaram a Câmara e travaram a pauta. Relembre as principais votações e veja como cada deputado votou em cada uma delas.

1ª denúncia contra Temer (2 de agosto)

263 votos a favor do presidente x 227 contra – 2 abstenções e 19 ausências

Após a delação premiada do empresário Joesley Batista, o então procurador-geral da República Rodrigo Janot apresentou denúncia contra Temer por corrupção passiva.

Foro privilegiado para Moreira Franco (26 de setembro)

203 votos a favor x 198 contra – 7 abstenções

Temer editou MP recriando a Secretaria de Governo para acomodar Moreira Franco, até então responsável pelo Programa de Parcerias e Investimentos, e livrá-lo do risco de ser julgado pela primeira instância na Operação Lava Jato. Moreira Franco é citado nas delações da Odebrecht e do grupo J&F, da JBS.

Exclusão do Refis para políticos (3 de outubro)

205 votos contra x 164 a favor – 9 abstenções

Estabeleceu regras para refinanciamento de dívidas tributárias de pessoas físicas e jurídicas com a União. Prevê descontos sobre os juros que podem variar de 50% a 90%, conforme a modalidade de pagamento escolhida, e de 25% a 70% para as multas. Dívidas de até R$ 15 milhões terão condições especiais e débitos superiores poderão ser parcelados em 175 vezes. Os deputados rejeitaram uma emenda que excluía políticos do programa de refinanciamento.

Criação do fundo eleitoral (4 de outubro)

223 votos a favor x 209 contra – 3 abstenções

Conjunto de novas regras eleitorais, que passam a valer neste ano. Entre as mudanças, criou-se fundo eleitoral com recursos públicos, no valor estimado de R$ 1,7 bilhão, para financiar campanhas.

2ª denúncia contra Temer (25 de outubro)

251 votos a favor do presidente x 233 contra – 2 abstenções e 25 ausências

Temer foi denunciado, pela segunda vez, poucos dias antes do fim da gestão de Rodrigo Janot à frente do MPF. Temer, Moreira Franco e Eliseu Padilha foram acusados de obstrução da Justiça e organização criminosa.

MP do Fies (31 de outubro)

255 votos a favor x 105 contra 1 abstenção

Cobrança da primeira parcela a ser paga pelo estudante de instituições de ensino privado vinculado ao Fies foi antecipada para o primeiro mês após conclusão do curso. Pagamento  pode ser consignado à folha de pagamento caso o ex-estudante esteja empregado. O saldo da dívida restante deverá ser quitado em mensalidades equivalentes ao maior valor entre o pagamento mínimo e o cálculo do percentual vinculado à renda bruta do estudante ou amortizado e quitado integralmente com redução de encargos.

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