Nessa quinta-feira, 2, o Fórum Econômico Mundial (WEF) divulgou resultados de seu relatório anual que compara a situação entre homens e mulheres de 144 países. São analisadas as áreas de trabalho, educação, saúde e política.
A conclusão do relatório é que 2017 marca a volta do aumento da desigualdade. Se antes a situação já era absurda – com uma redução tão lenta das desigualdades que se previa que se fosse mantido o ritmo de combate a estas apenas em 170 anos se chegaria em um patamar de igualdade – a piora na desigualdade marcada no relatório aponta que esse prazo teria passado para 217 anos.
Em relação ao trabalho, a piora não foi novidade: há quatro anos o relatório aponta aumentos constantes da desigualdade, e atualmente se atingiu o mesmo patamar de 2008, classificado pelo WEF como um “retrocesso histórico”.
O que, evidentemente, o relatório não discute são as relações intrínsecas entre o capitalismo e a desigualdade entre gêneros. Se o machismo é um pilar de sustentação elementar do capitalismo, garantindo que a opressão das mulheres tenha como fruto o trabalho doméstico não remunerado, os piores empregos e salários (pressionando ao rebaixamento salarial de todos os trabalhadores, independente de gênero), em um momento de aguda crise do capitalismo, em que se procura descarregar sobre os ombros dos trabalhadores os custos por essa catástrofe capitalista, é evidente que a desigualdade ganha contornos mais drásticos.
A crise capitalista joga ainda mais na miséria bilhões de mulheres em todo o mundo, que são as mais atingidas pela pobreza em todas as partes. A ideia que se procurava vender de um “lento e gradual” avanço rumo à igualdade caiu por terra, junto com todo o discurso de que o capitalismo pode superar o machismo e trazer uma sociedade de igualdade. É impossível superar essa brutal desigualdade que oprime as mulheres em todo o mundo sem derrubarmos o sistema de exploração que a sustenta.
Fonte: Esquerda Diário
