Por Lidiane Ramos Leal.
Ho ho ho…
Alguns meses antes do Natal as ruas começam a ficar iluminadas e expondo árvores natalinas e papais noéis gigantes, com horário marcado para o povo esperar o conhecido “bom velhinho” de carne e osso. Nas instituições públicas e privadas os funcionários precisam entrar no clima, em alguns locais os trabalhadores até se submetem a trabalhar com aquela toca vermelha com pompom. As casas mais enfeitadas recebem até premiações, aquelas músicas típicas começam a ser tocadas nas rádios, nos celulares (o povo já entra no clima), na televisão todas (ou quase todas) as propagandas usam as mais diversas maneiras de lembrar essa data. As emissoras fazem aquelas campanhas emocionantes mostrando o quanto tem “tudo a ver com você”, programas e filmes especiais para a ocasião são apresentados. A base de tudo isso é sensibilizar a população para a necessidade de dar presentes, de providenciar o mais rápido possível o uso de seu décimo terceiro. Promoções das mais variadas instigando o giro das engrenagens do fetiche capitalista aparecem nessa época também. É impossível não presenciar o ritual, essa data com seu enfoque no consumo está entranhada na sociedade.
Nessa época do ano as pessoas ficam mais sensíveis, percebem que existe pobreza, e até dão mais esmolas para se sentirem melhor e mais humanas. Assim, para acatar com o apoio popular, as prefeituras por intermédio de suas secretarias de assistência social pregam a doutrina mais estupidamente assistencialista que se pode imaginar, como se somente nessa época do ano houvesse pobreza. Percebam os “bons prefeitos” fazendo belas e enfeitadas propagandas, no dito horário nobre, de seus “Natais Solidários” (quase sempre com trabalhadores da instituição e da sociedade para “apadrinhar” alguma criança), lá tem a mamãe noel com seu bom velhinho vestido com trajes tipicamente europeu, com aquelas lindas e cintilantes roupas vermelhas, pesadas botas e ainda toca, em pleno verão aqui em nossa América. As secretárias e secretários de assistência social ficam tão sensíveis que até resolvem solidariamente dobrar o número de cestas básicas, esse ano elas triplicam e ficam mais cheinhas com muita facilidade, 2012 é ano eleitoral, então elas (es) ficam mais sensíveis ainda.
O comércio fica a um milhão, calculando a estimativa de vendas. Algumas crianças ganham os tão esperados presentes de natal, lindos e caros que passam na televisão, na hora certa que a criança precisa assistir, com fantasias tentadoras. Alguns pais precisam parcelar em muitas vezes um presente, mas para essa data vale a pena, afinal a criança estudou o ano inteiro e foi “boazinha”, percebam os reais valores. No outro extremo, estão as crianças que não são entrevistadas na televisão com seus pais fazendo compras nos grandes templos do capitalismo, são as que precisam trabalhar para sustentar suas famílias, das mais diversas organizações. Por conta de sua condição social, essas crianças pobres, nem sabem desses belos e imprescindíveis brinquedos, preferem ter o que comer e beber, e há os que sem opção precisam se anestesiar com um pouco de crack, agora o oxi, é mais barato e “pega” mais rápido, além de matar mais rápido também. Não é o crack da classe média, daquela campanha “Crack nem Pensar” é a droga do que precisa forrar o estômago e a mente para sofrer menos, ou não, nesse mundo mais que covarde.
O menino pobre que lá está na rua o ano inteiro, que o Conselho Tutelar algumas vezes já tentou responsabilizar a família por ele está pedindo esmolas (e desistiu, é claro!), pois se não for assim ele tem que roubar, matar, e eticétera; este poderá até ganhar um carrinho de R$ 1,99 do papai noel que o prefeito mandou entregar (com o dinheiro de algum “padrinho”). Mas, não lembraram dessa criança durante todo ano (a não ser em campanhas alucinadas pela redução da maioridade penal), ou até sua mãe recebeu cestas básicas, ou algum benefício, digamos medidas pontuais, não mais do que isso. Agora nem pergunte em quantos municípios do nosso Brasil existe uma política de assistência social pautada em um projeto ético político que visa combater a desigualdade social com seriedade.
Pois bem, Papai Noel tire essa roupa da Coca Cola, vista um bermudão e vamos dar uma volta por nossos municípios, vou te apresentar essas gentes que nem sonham mais contigo. Mas pode ser que ainda reste a esperança de que essas gentes acreditem em outro sentido para além do natal, para a vida, qual seja: olhar para o outro com respeito. É nesse Natal que eu acredito. Deixando de lado essa obsessão pela hipocrisia, pode ser que estejamos mais próximos da liberdade. Cabe fazer mensão a Ernesto Che Guevara, o homem que pôs em prática o sentido do humanismo revolucionário,
“Deixe-me dizer, com o risco de parecer ridículo, que o verdadeiro revolucionário é movido por grandes sentimentos de amor…” (O socialismo e o homem em Cuba).
Não estamos nos referindo ao interesse de quem entrega uma cesta básica com segundas intenções e vira as costas, mas ao amor de quem atende essas gentes com atenção, dedicação e luta constante por outro mundo, um mundo livre da injustiça social.
Desejo que nesse Natal, e em todos os outros dias, sejamos mais Revoltados!
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¡Feliz Navidad!
Por Lidiane Ramos Leal.
Ho ho ho…
Unos meses antes de la Navidad las calles empiezan a quedarse encendidas y exponen árboles de Navidad y Papás Noeles gigantes, con cita previa para que la gente espere al conocido “buen viejito” de carne y hueso. En las instituciones públicas y privadas los empleados necesitan entrar en el clima y en algunos locales son sometidos a trabajar con gorra roja con pompón. Las casas más ornamentadas reciben premios, aquellas canciones típicas empiezan a tocar en las radios, en los teléfonos móviles (la gente ya entra en el clima), en la televisión todos los anuncios (o casi todos) usan las más diversas maneras de recordar esta fecha. Los medios de comunicación hacen aquellas emotivas campañas que muestran cuánto tienen que ver con usted, programas y películas especiales son presentados para la ocasión. La base de todo eso es para sensibilizar a la población para la necesidad de dar regalos, de proporcionar lo más rápido posible el uso de su aguinaldo. Variadas promociones instigando el giro de los engranajes del fetiche capitalista también aparecen en esta época. Es imposible no presenciar el ritual, esa fecha con su enfoque en el consumo está arraigada en la sociedad.
En esta época del año las personas se ponen más sensibles, perciben que hay pobreza y hasta dan más limosnas para sentirsen mejores y más humanas. Así, para acatar con el apoyo popular, las intendencias por intermedio de sus secretarías de asistencia social predican la doctrina más estúpidamente asistencial que se pueda imaginar, como si sólo en esta época del año hubiese pobreza. Presten atención a los “buenos intendentes”que hacen bellas y adornadas propagandas, en el “horário estelar”, de sus “solidaridad navideña” (casi siempre con trabajadores de la institución y de la sociedad para “apadrinar” a un niño), con la Mamá Noel con su buen veijito vestido con trajes típicamente de Europa, con aquellas bellas y brillantes ropas rojas, botas pesadas y aun gorra, en pleno verano latinoamericano. Las secretarias y secretarios de asistencia social se ponen tan sensibles que incluso deciden solidariamente duplicar el número de canastas familiares. Este año ellas triplican y están más llenas con mucha facilidad, 2012 es año de elección, entonces se ponen aún más sensibles.
El comercio se pone loco calculando la estimación de las ventas. Algunos niños ganan sus tan esperados regalos de Navidad, bellos y caros, que pasan en la televisión en el preciso momento en que tienen que mirar, con tentadoras fantasías. Algunos padres, muchas vezes, necesitan pagar en cuotas un regalo, mas para esa fecha es válido, al fin y al cabo el niño estudió todo el año y fue “buenito”, perciban los valores reales. En el otro extremo están los niños que no son entrevistadas en la televisión con sus padres haciendo compras en los gran templos del capitalismo, son los que necesitan trabajar para mantener a sus familias, de las más diversas organizaciones. Debido a su condición social, estos niños pobres no conocen los hermosos e indispensables juguetes, prefieren tener algo que comer y beber. Y hay los que sin opción necesitan anestesiarse con un poco de crack, ahora el oxi, más barato y que “pega” más rápido, además de matar más rápido también. No es el crack de la clase media, de la campaña “Crack ni Pensar”, es la droga que necesita recubrir el estómago y la mente para sufrir menos, o no, en este mundo más que cobarde.
El chico pobre que está en la calle todo el año, que el Consejo Tutelar algunas vezes ya intentó responsabilizar a la familia porque él está pidiendo limosna (¡y desistió, por supuesto!), pues si no es así él tiene que robar, matar, y etc; este podrá hasta ganar un autito de R$ 1,99 de Papá Noel, que el intendente mandó entregar (con el dinero de algun “padrino”). Sin embargo, no recuerdan a este niño durante todo el año (excepto en las campañas alucinadas por la redución de la mayoridad penal), o hasta su madre recibió la canasta familiar, o algún otro beneficio, digamos medidas puntuales, no más que eso. Ahora ni preguntes en cuántos municipios de nuestro Brasil tienen una política de asistencia social guiada por un proyecto ético-político que busque combatir la desigualdad social con seriedad.
Bueno, Papá Noel, sáquese esta ropa de la Coca-Cola, vista unas bermudas y vamos a dar una vuelta por nuestros municipios, voy a presentarte a estas personas que no sueñan más con usted. Sin embargo, es posible que aún tenga la esperanza de que estas personas crean en otro sentido más allá del Navidad, para la vida, que es: mirar al otro con respeto. Es en nesta Navidad que yo creo. Dejando de lado esta obsesión por la hipocresía estaríamos más cerca de la liberdad. Cabe hacer mención a Ernesto Che Guevara, el hombre que puso en práctica el sentido del humanismo revolucionario,
“Déjeme decirle, a riesgo de parecer ridículo, que el revolucionario verdadero está movido por grandes sentimientos de amor…” (El socialismo y el hombre en Cuba).
No nos estamos refiriendo a los intereses de quien entrega una canasta familiar con segundas intenciones y después se aleja, mas al amor de quien atienda a esas personas con atención, dedicación y lucha constante por otro mundo, un mundo libre de la injusticia social.
¡Deseo que en nesta Navidad, y en todos los otros días, seamos más Rebeldes!
Tradução: Marsal P. da Silveira
Foto/Montagem: Marsal P. da Silveira
Incrível esse artigo!
Não comprarei presentes sem o menor peso na consciência. Muito claro.
Um abraço.
Oi Lidi… muito bom… gosto de ler suas reflexões…
Um Feliz Natal e concordo não iremos silenciar no meio
de tanta injustiça… Mande noticias… Bj no coração