O diretor de Documentação do Diap (Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar), Antônio Augusto de Queiroz (Toninho), alertou sobre o forte ataque do governo Michel Temer ao Estado brasileiro. Após examinar a proposta governamental do Orçamento da União de 2018, ele afirma enfaticamente: “O Brasil vai para a beira do caos”.
Segundo Toninho, com redução drástica do orçamento para o investimento, para a tecnologia, consequentemente haverá menos recursos para as políticas sociais, como para a promoção da desigualdade social e para os direitos das mulheres. Além de menos recursos para os programas como Bolsa Família, reforma agrária, atendimento aos indígenas.
Para ele, os cortes em verbas de custeio e programas sociais significam abandono dos pobres e carregamento de recursos para os rentistas.
“Em vez de usar os poderes do Estado e do Orçamento para promover inclusão e reduzir desigualdades regionais, o governo cuida da preservação de contratos, das propriedades e da moeda”, disse Toninho.
Tragédia
Segundo Antônio Augusto de Queiroz, haverá menos recursos para a igualdade racial, os direitos das mulheres, o Bolsa Família, a reforma agrária e o atendimento aos indígenas. O impacto urbano também será drástico, pois o Ministério das Cidades terá corte de 86% nos seus recursos. Ou seja, a Pasta contará com apenas 14% do que teve este ano. “É tragédia”, ele diz.
Em entrevista à Agência Sindical, o diretor do Diap diz haver “uma opção deliberada do governo no sentido de desproteger os mais vulneráveis”. Ele cita, como exemplo, a opção por canalizar os recursos arrecadados compulsoriamente da sociedade para os compromissos das dívidas interna e externa. Segundo o jornalista, isso afetará duramente o atendimento da população em demandas básicas por educação, saúde e segurança.
Toninho alerta: “Há o risco concreto de o país parar e ocorrer um colapso do Estado brasileiro”.
Ainda segundo o diretor do Diap, é fundamental que o movimento sindical e os movimentos sociais possam chamar atenção da população para a necessidade urgente de revogar a Emenda à Constituição 95/2016 que congela os gastos públicos, pois esse congelamento tornaria impossível a prática de políticas públicas em favor dos mais pobres.
Fonte: Portal Vermelho.