Os sindicatos franceses, liderados pela Confederação Geral do Trabalho (CGT), lançaram, na terça-feira (12), uma série de greves e manifestações contra a reforma trabalhista ordenada pelo presidente Emmanuel Macron.
Demonstrações contra a flexibilização do trabalho, promovidas por Macron, aconteceram em todos os cantos do país rejeitando o novo Código do Trabalho, que o Executivo procura aprovar através de um decreto.
O secretário-geral da CGT, Philippe Martinez, disse que, com a mobilização, a classe trabalhadora e os cidadãos em geral mostram sua rejeição à reforma trabalhista, cujo único propósito é “responder às demandas de grandes empresas e dos empresários franceses reunidos no Medef (Movimento das Empresas da França)”.
O texto apresentado por Macron prevê medidas que facilitam as demissões, estabelecem um teto para indenizações e dão maior flexibilidade às contratações. Também há a possibilidade de sobrepor as negociações individuais aos acordos coletivos para empresas com até 50 funcionários. A CGT considera que a nova reforma significa um revés no direito do trabalho e um golpe no estado social.
No entanto, o chefe de Estado francês não pretende dar o braço a torcer. Em um discurso na sexta-feira (8), ele reiterou: “estou determinado e não cederei. Nem aos preguiçosos, nem aos cínicos, nem aos extremistas”, disse.
Por seu turno, o líder de esquerda, Jean-Luc Mélenchon, ironizou em sua conta no Twitter: “extremistas, cínicos e preguiçosos … todos às ruas!”
“(Macron) Acabará cedendo, esse país não quer um mundo liberal … Estamos na França, não no Reino Unido”, declarou o líder do partido França Insubmissa, que participou de uma passeata na cidade de Marselha.
A reforma do código do trabalho é uma parte fundamental da agenda da Macron e o primeiro passo para uma revisão mais abrangente do modelo social da França, que também irá retirar benefícios nos auxílios-desemprego e nas pensões dos aposentados.
Os protestos acontecem em um momento delicado para o líder centrista, cuja popularidade despencou desde que assumiu o cargo em maio. Uma pesquisa recente mostrou que apenas 40% dos franceses estão satisfeitos com seu trabalho.
Outra greve geral já tem data marcada para o dia 21 de setembro. As vésperas de Macron apresentar a reforma trabalhista, chamada de “Loi Travail” (Lei do Trabalho, em francês) ao Conselho de Ministros.
Fonte: Resistência.