Por Kiko Nogueira.
Os artistas brasileiros que fizeram atos barulhentos em favor do juiz Marcelo Bretas, o “Moro do Rio”, e gravaram vídeos canastrões em defesa da Amazônia estão em silêncio sobre o aberrante encerramento da exposição Queermuseu no Santander Cultural de Porto Alegre.
Nem uma linha nas redes sociais de Paula Lavigne, ativa empresária de Caetano Veloso que organiza jantares em seu apartamento no Leblon com políticos e idealizou “movimentos” como o 342 Agora.
Nem uma palavra de Caetano, que segurou uma faixa (com erro de gramática grotesco) ao lado de Bretas, Lucinha Lins e a galera gente boa do Vem Pra Rua.
Nem um pio de Cássia Kiss, que deu pitis no Faustão sobre Dilma Rousseff e tem se encontrado com Dallagnol, segundo ela um sujeito “brilhante”, para discutir os rumos do Brasil.
O departamento artístico da Globo não autorizou? Podemos perder o patrocínio do Santander? Vamos esperar um ok? Não dá para arriscar perder clientes da classe média?
Que não são artistas propriamente populares já se sabia. Mas é um pouco pior: são populistas. As causas são, ao final das contas, as mesmas de paneleiros desmiolados: o fim da corrupção, a destruição da mata etc. Coisas fáceis de pegar como uma música de três acordes, para otário curtir.
Hoje o pai dela declara que o Brasil não teve ditadura, mas um “militarismo vigiado”. Como disse Xico Sá: “Se o pau-de-arara fosse no seu cu, Zezé, talvez vc tivesse outra opinião”.
Zezé não é exceção. Zezé é regra.
O pau de arara está vindo. E quando as milícias dos kataguiris resolverem que “Leãozinho” é uma apologia da pedofilia? Que “Ele me deu um beijo na boca” é perversão? Que “Amor Mais que discreto” é zoofilia?
Aí não haverá magistrado punitivista para proteger ninguém porque terá sido tarde demais.