Por Liliana Borges.
O líder norte-americano anunciou a sua decisão esta quarta-feira
O Presidente norte-americano anunciou nesta quarta-feira que o Governo dos EUA “não vai aceitar nem admitir transgênero para servir no Exército norte-americano”. Para Donald Trump, “os militares devem estar focados nas vitórias decisivas e esmagadoras e não podem ficar com o fardo dos tremendos custos médicos e transtornos que ser transgênero no Exército implicaria”.
After consultation with my Generals and military experts, please be advised that the United States Government will not accept or allow……
— Donald J. Trump (@realDonaldTrump) 26 de julho de 2017
….Transgender individuals to serve in any capacity in the U.S. Military. Our military must be focused on decisive and overwhelming…..
— Donald J. Trump (@realDonaldTrump) 26 de julho de 2017
….victory and cannot be burdened with the tremendous medical costs and disruption that transgender in the military would entail. Thank you
— Donald J. Trump (@realDonaldTrump) 26 de julho de 2017
O líder da Casa Branca repõe assim a proibição existente até Junho de 2016, que barrava o acesso ao Exército, Marinha e Força Aérea a quem tinha uma identidade de gênero diferente da que lhe foi atribuída à nascença. Poder integrar os corpos militares tinha sido uma conquista da comunidade transgênero durante a Administração Obama. À data, a decisão foi anunciada pelo então secretário de Estado da Defesa dos EUA, Ashton B. Carter.
Ash Carter: We’re ending the ban on transgender troops “effective immediately” https://t.co/tJ4mtAoOAv https://t.co/v5CX87uv4U
— CNN Politics (@CNNPolitics) 30 de junho de 2016
“Não podemos permitir que haja barreiras à entrada das pessoas — barreiras que não têm nada que ver com as suas qualificações para aqueles lugares”, explicava o então secretário da Defesa. “Não vão poder continuar a ser dispensados ou afastados de qualquer maneira do serviço militar apenas por serem transgênero.”
No entanto, a decisão nunca chegou a ser levada à prática. No início de Julho de 2017, o atual secretário da Defesa norte-americano, James Mattis, aprovou uma “recomendação” para “adiar o acesso dos candidatos transgênero às Forças Armadas até 1 de Janeiro de 2018”.
Como é hábito, Trump anunciou a decisão no Twitter. O Presidente norte-americano afirma que a medida resulta de uma reunião com generais e especialistas ligados ao Exército.
Esta não é a primeira medida que Trump revoga em relação a pessoas transgênero. Em Fevereiro, a Administração Trump revogou uma directiva de Barack Obama sobre o uso de casas de banho e balneários por alunos transgênero nas escolas públicas. Os alunos transgênero deixaram de estar autorizados a utilizar as casas de banho e balneários reservadas ao sexo com o qual se identificam.
Democratas já reagiram
A decisão de Trump está a ser criticada pelos democratas, pela voz do líder do partido, Tom Perez, que desde Fevereiro tem como missão liderar a oposição ao Presidente. A reação ao anúncio de Trump surgiu igualmente no Twitter.
“Aos membros da comunidade transgênero: Vocês não são um ‘fardo’. Não deixem que este Presidente vos abale. Nós vos apoiamos, estamos com vocês”, lê-se no tweet publicado por Perez, que numa segunda publicação agradece ao Exército norte-americano pelo serviço prestado ao país.
To the members of the transgender community: You are not a “burden.” Do not let this president shake you. We support you, we stand with you.
— Tom Perez (@TomPerez) 26 de julho de 2017
Também do lado dos republicanos a decisão não é consensual. A congressista norte-americana Ileana Ros-Lehtinen condenou Trump e sublinhou: “A nenhum americano, qualquer que seja a sua orientação sexual ou gênero com que se identifica, deverá ser vedada a honra e privilégio que é servir a nossa nação.”
No American, no matter their sexual orientation or gender identity, should be prohibited from honor + privilege of serving our nation #LGBT
— Ileana Ros-Lehtinen (@RosLehtinen) 26 de julho de 2017
Fonte: Público.