Os servidores públicos municipais de Jaraguá do Sul ainda estão sem o reajuste anual de salário, previsto na Constituição Federal. A data-base da categoria é em 1º de abril e, até o momento, o prefeito Antídio Lunelli não fez qualquer proposta para a categoria. O Sindicato dos Servidores Públicos Municipais (Sinsep) ocupou a tribuna livre da Câmara de Vereadores, na sessão de quinta-feira e reforçou o pedido para que o poder legislativo interceda na defesa dos servidores. Durante mais de 10 minutos o presidente do Sinsep, Luiz Cezar Schorner fez um resgate sobre a desmotivação profissional da categoria que, além de perder direitos, não teve reposição salarial.
O Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos socioeconômicos) possui dados que contradizem a administração Antídio Lunelli/Udo Wagner quanto à realidade financeira do município. “A própria Prefeitura divulga que o comprometimento das finanças com a folha de pagamento é de pouco mais de 47%, portanto, pode conceder o reajuste e permanecer dentro do que diz a Lei de Responsabilidade Fiscal”, argumentou Luiz Schorner, citando reportagem recente publicada em jornais de circulação estadual que coloca o salário dos professores jaraguaenses como um dos melhores em Santa Catarina: “A falta de reposição salarial interrompe um processo de valorização do magistério e dos servidores em geral”, acrescentou.
O presidente do Sinsep defendeu a eleição direta para diretores de escolas e centros de Educação Infantil, prevista nos Planos Nacional e Municipal de Educação, como forma de assegurar a gestão democrática do ensino. “O Sinsep vai intensificar o debate sobre este tema neste segundo semestre”, antecipou. Outro tema lembrado na tribuna foi em relação ao assédio moral nos locais de trabalho, existentes nesta administração, com mais de 30 servidores respondendo a processo administrativo disciplinar, uma perseguição aos servidores que fizeram greve contra a retirada de direitos. “Que o assédio cesse na Prefeitura e que o servidor tenha o reajuste salarial devido”.
Antes de concluir o pronunciamento, Luiz Schorner fez questão de lamentar a aprovação da reforma trabalhista pelo Senado Federal, ocorrida no dia 11 de julho, por 50 votos favoráveis e 26 contrários. Lembrou dos nove deputados federais de Santa Catarina que votaram contra a classe trabalhadora na Câmara Federal e, agora, dos senadores catarinenses Dalírio Beber (PSDB), Dário Berger (PMDB) e Paulo Bauer (PSDB) que votaram favoravelmente ao texto da reforma trabalhista (PLC 38/2017) – a Lei foi sancionada por Michel Temer ainda na quinta-feira. “Uma situação de barbárie, um processo de semi-escravidão”, definiu Luiz Schorner ao comentar sobre a reforma trabalhista, que retira mais de 100 direitos trabalhistas inscritos na CLT (Consolidação das Leis do Trabalho): “Com que dinheiro a economia do país vai girar, se os ganhos dos trabalhadores vão diminuir e o emprego vai precarizar?”, questionou Luiz Cezar Schorner.
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Fonte: TIM Francisco.