O Governo da República Árabe da Síria denunciou, no domingo (4), que as forças da “coalizão” liderada pelos EUA vem matando civis e destruindo a infraestrutura do país tendo bombardeado no dia 2 (sexta-feira) um prédio residencial em Raqqa, causando a morte de 43 civis, “em sua maioria mulheres e crianças”. Os ataques da “coalizão” em território sírio, a pretexto de combate ao terrorismo do auto-denominado Estado Islâmico, acontecem sem autorização do Conselho de Segurança da ONU ou do presidente legítimo do país, Bashar Assad. Em carta endereçada ao presidente do Conselho de Segurança da ONU, o Governo Sírio denuncia que “não é correto que esta ‘coalizão’ ilegítima refira-se às muitas vítimas como ‘danos colaterais’, porque todos os indícios apontam que estes ataques foram realizados de forma calculada e precisa, utilizando-se de aviões de ponta”. Para os sírios, fica mais uma vez provada a aliança entre os EUA e os terroristas: “quem quer combater o ISIS não ataca civis e nem a infraestrutura, muito menos as forças do Exército Árabe Sírio, como ocorreu no ataque ao Exército Sírio em Jabal Al Tharda, em Deir Ezzour e contra as forças deste Exército que lutavam contra o ISIS na região de Tanaf”. Leia abaixo a íntegra da carta.
Carta, em duas vias de igual teor, dirigida ao Presidente do Conselho de Segurança e ao Secretário-Geral da ONU
As forças da “coalizão internacional” ilegítima, liderada pelos Estados Unidos da América, cometeram mais um crime bárbaro contra a cidade de Raqqa, na noite da última sexta-feira, 02/06/2017. Os aviões das forças desta “coalizão” bombardearam o Edifício Al Jamily, de seis andares, provocando a morte de 43 civis, em sua maioria mulheres e crianças, além de ferir muitos outros e provocar uma enorme destruição no local. Esta “coalizão” ilegítima de Washington afirmou em nota, datada em 03/06/2017, que cerca de 484 civis foram mortos em consequência dos bombardeios por ela contra a Síria e o Iraque durante o último e curto período. É sabido que as forças desta coalizão cometeram diversos crimes de guerra contra os civis sírios e iraquianos e os números indicam que o número de vítimas é muito maior do que o divulgado nas notas da “coalizão”. Também não é correto que esta “coalizão” ilegítima refira-se às muitas vítimas como “danos colaterais”, porque todos os indícios apontam que estes ataques foram realizados de forma calculada e precisa, utilizando-se de aviões de ponta, que são os mesmos utilizados por estes países da coalizão em suas operações militares. Numa rápida comparação das perdas humanas e materiais provocadas pelos bombardeios desta “coalizão” com o resultado dos crimes perpetrados pelo ISIS contra os civis sírios inocentes, veremos que os dois estão no mesmo páreo, sem contar os bombardeios contra a infraestrutura, que atingiu pontes, poços de petróleo e gás, represas, estações de geração de energia elétrica e de água e prédios públicos e privados na Síria.
Quem observa e acompanha estes bombardeios criminosos perpetrados pelos aviões da “coalizão”, não precisa de muito para saber quais são seus reais alvos e concluir que seus atos não estão de acordo com as suas alegações sobre sua guerra contra o ISIS e os outros grupos terroristas armados. Quem quer combater o ISIS não ataca civis e nem a infraestrutura, muito menos as forças do Exército Árabe Sírio, como ocorreu no ataque ao Exército Sírio em Jabal Al Tharda, em Deir Ezzour e contra as forças deste Exército que lutavam contra o ISIS na região de Tanaf, localizada na fronteira entre a Síria e o Iraque.
A República Árabe da Síria reitera sua condenação às ações desta coalizão ilegítima, que incluem a matança de civis e a destruição da infraestrutura da Síria, e exige dos países membros da coalizão que cessem com a violação ao Direito Internacional e com as agressões desta “coalizão” contra a soberania e a independência da Síria, com base em todas as resoluções do Conselho de Segurança que preveem a necessidade do respeito dos países à soberania e a inviolabilidade dos territórios sírios. A verdade sobre os objetivos desta coalizão já está clara, de que estes não têm relação com a guerra contra o ISIS e as outras organizações terroristas.
O objetivo confirmado é o esgotamento da Síria e o prolongamento da crise, para enfraquecer o seu exército em sua luta contra o terrorismo e para obstruir o alcance de qualquer solução política para a crise. A Síria exige, novamente, do Conselho de Segurança que condene as violações desta “coalizão” ilegítima, especialmente no que concerne às agressões contra a vida dos civis sírios inocentes, incluindo mulheres e crianças, e insta os países membros das Nações Unidas para que não deem ouvidos aos representantes dos países da “coalizão”, que se profissionalizaram na deturpação dos fatos, durante as reuniões do Conselho de Segurança e nos outros fóruns, com o objetivo de acobertar os crimes de sua vergonhosa “coalizão”, que só se empenha em matar civis e destruir suas fontes de sobrevivência. Não podemos mais nos calar diante dos seguidos massacres perpetrados pelos aviões desta “coalizão”, que contradizem suas alegações sobre o respeito ao Direito Humanitário Internacional, às leis de Direitos Humanos e às intenções e objetivos da Carta das Nações Unidas.
Fonte: Resistência.