Por Camila Queiroz – Adital.
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No último domingo (13), um efetivo de três mil homens das polícias Civil, Militar e Federal e das Forças Armadas ocuparam a favela da Rocinha, localizada na cidade do Rio de Janeiro, Brasil, e conhecida como a maior da América Latina. A ação, nomeada “Choque de Paz”,objetiva instalar a 19ª Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) da cidade, em um plano que prevê 40 destas unidades, ao todo.
Preocupadas com possíveis violações que a polícia possa cometer contra moradores, organizações sociais lançaram nota pública em que exigem, do Governo do Estado e do Governo Federal, garantia de que a ocupação respeite os direitos da população.
“Estaremos atentos e não vamos tolerar: invasão da casa de moradores sem mandado judicial; abordagem policial truculenta; agressões, espancamentos e execuções sumárias; prisões arbitrárias, feitas sem qualquer prova; extorsão e roubo feita por grupos de policiais criminosos”, advertem.
As organizações justificam a preocupação relembrando a ação da polícia no Complexo do Alemão, ocupado em novembro de 2010. “Com apoio e participação das Forças Armadas, diversos crimes e abusos foram praticados por agentes públicos, no exercício de suas funções. No entanto, governantes, parlamentares, meios de imprensa e outras entidades ignoraram as denúncias feitas por moradores e por organizações da sociedade civil, e comprovadas posteriormente com a investigação feita pela Polícia Federal”, denunciam.
Apesar do temor com relação à postura da polícia, as entidades ressaltam que as favelas e comunidades pobres do Rio de Janeiro têm direito a uma vida com segurança plena, garantida pelo Estado, porém, respeitando seus direitos. “Deve ser feita com o respeito absoluto a todos os direitos dos cidadãos que sempre viveram na Rocinha, e que não podem ser tratados como criminosos”, alertam, acrescentando que a cultura das favelas precisa ser respeitada.
O texto se dirige ainda aos veículos de comunicação, solicitando equilíbrio e imparcialidade no trabalho jornalístico. “(que) cumpram seu dever de fiscalização da atividade policial e façam uma cobertura que relate com fidelidade e equilíbrio o momento delicado pelo qual as famílias que moram na Rocinha passam, não omitindo as denúncias dos moradores nem baseando-se exclusivamente na versão das autoridades policiais”, enfatizam.
Contexto
Pela representatividade da favela, a ocupação da Rocinha é abordada, pela mídia brasileira e pela polícia, como ação simbólica. No exterior, o fato repercute como um grande passo na garantia de segurança para os turistas que estarão na cidade em 2014, por ocasião da Copa do Mundo de Futebol, e em 2016 para assistir às Olimpíadas.
O governo propagandeia investimentos de 100 milhões de reais para garantir equipamentos sociais aos quais os moradores da Rocinha não tinham direito antes – creche, biblioteca, um centro da juventude, um parque ecológico, e a urbanização dos principais pontos da favela.
Além disso, há a possibilidade de a Rocinha receber mais de 700 milhões de reais, em obras previstas no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 2) de urbanização e na construção de um teleférico no local.
Organizaciones exigen respeto a pobladores de la favela da Rocinha
Por Camila Queiroz – Adital
El pasado domingo (13), un contingente de tres mil hombres de las policías Civil, Militar y Federal y de las Fuerzas Armadas, ocuparon la favela de la Rocinha, localizada en Rio de Janeiro, Brasil, y conocida como la mayor de América Latina. La acción, denominada “Choque de Paz”, tiene como objetivo instalar la 19ª Unidad de la Policía Pacificadora (UPP) de la ciudad, teniendo por marco un plan que prevé establecer un total de 40 de estas unidades.
Preocupadas por las posibles violaciones que la policía pueda cometer contra los moradores, organizaciones sociales lanzaron una nota pública en la que exigen del Gobierno del Estado y del Gobierno Federal, garantías de que la ocupación respete los derechos humanos de la población.
“Estaremos atentos y no vamos a tolerar: invasión de la casa de los moradores sin orden judicial; abordaje policial truculento; agresiones, golpizas y ejecuciones sumarias; prisiones arbitrarias, hechos con sin pruebas; extorsión y robo por parte de grupos de policías delincuentes”, advierten.
Las organizaciones justifican su preocupación recordando la acción de la policía en el Complejo del Alemán, ocupado en noviembre de 2010. “Con apoyo y participación de las Fuerzas Armadas, diversos crímenes y abusos fueron practicados por agentes públicos, en el ejercicio de sus funciones. Sin embargo, gobernantes, parlamentarios, medios de prensa, y otras entidades ignoraron las denuncias presentadas por los moradores y por organizaciones de la sociedad civil, y comprobadas posteriormente por la investigación hecha por la Policía Federal”, denuncian.
A pesar del temor a la postura de la policía, las entidades destacan que las favelas y comunidades pobres de Rio de Janeiro tienen derecho a una vida con seguridad plena, garantizada por el Estado, con respeto a sus derechos. “Debe ser hecha con respeto absoluto a todos los derechos de los ciudadanos que siempre vivieron en la Rocinha, y que no pueden ser tratados como criminales”,alertan, agregando que la cultura de las favelas debe ser respetada.
El texto se dirige también a los medios de comunicación, solicitando equilibrio e imparcialidad en el trabajo periodístico. “(que) cumplan su deber de fiscalizar la actividad policial y hagan una cobertura que presente con fidelidad y equilibrio, el momento delicado por el cual las familias que viven en la Rocinha están pasando, sin omitir las denuncias de los moradores, ni basarse exclusivamente en la versión de las autoridades policiales”, enfatizan.
Contexto
Por la representatividad de la favela, la ocupación de la Rocinha es abordada por la prensa brasilera y por la policía, como una acción simbólica. En el exterior, el hecho repercute como un gran paso en la garantía de seguridad para los turistas que estarán en la ciudad por las Olimpiadas.
El gobierno publicita la inversión de 100 millones de reales para garantizar la infraestructura social a la cual los moradores de la Rocinha no tenían derecho hasta ahora – centro de desarrollo infantil, biblioteca, un centro de la juventud, un parque ecológico, y la urbanización de los principales puntos de la favela.
Además, hay la posibilidad de que la Rocinha reciba otros 700 millones de reales, en obras previstas en el Programa de Aceleración del Crecimiento (PAC 2), para urbanización y construcción de un teleférico en la favela.
Traducción: Ricardo Zúniga