Por Flávio Leandro.
Meus Amigos e Minhas Amigas.
É notório e sabido que não existiu tragédia humana maior nesse mundo do que a escravidão negra no Brasil e na América. Milhões de negros foram capturados em suas tribos e aldeias, jogados no bojo dos navios negreiros, e numa viagem de horror, tortura e morte eram trazidos aos portos das capitanias brasileiras. Esses portos eram na verdade um agônico palco dos horrores.
Não é preciso dissertar como era a vida do escravo no Brasil. Jornada de trabalho forçado do nascer ao por do sol; humilhações; má alimentação; câmara dos suplícios; troncos; chibatas; estupros; marcação a ferro quente; assassinatos; os mortos jogados em valas comunitárias… hoje, passados quase centro e trinta anos da abolição da escravatura, a negritude brasileira ainda sofre com alguns resquícios, que não foram totalmente abolidos.
Vários outros crimes nos dias de hoje, infelizmente, ainda são cometidos principalmente contra a juventude negra. Um crime hediondo e uma ação temerária contra a negritude brasileira é essa vontade insana e bestial dos movimentos negros de romancearem a escravidão negra no Brasil. Transformam locais de genocídio dos africanos, aqui chegados, em palco de sagração. Permitem que se transforme em atração turística uma vala onde eram descartados os corpos de africanos e das africanas que não suportavam a agônica viagem nos bojos dos navios negreiros, ou simplesmente eram trucidados por não terem nenhuma valia.
Esses dois casos específicos são o Cais do Valongo e o Cemitério dos Pretos Novos. Duas aberrações genocidas contra os africanos, descobertas recentemente, reverenciados, adorados e cultuados por um bando de negros e de negras inconsequentes.
O vocábulo Valongo é uma questão fonética. É a aglutinação do substantivo aumentativo masculinoVALÃO mais o adjetivo LONGO. No português arcaico do século XVIII e XIX – e mesmo entre os negros recém-chegados, que ainda não detinham o domínio da língua estranha – era comum a ruptura ou a junção dos vocábulos duplos. Exemplos: filho de algo, fidalgo; nobre realeza, nobreza; em boa hora,embora; água ardente, aguardente…
Assim, Valão Longo, virou Valongo, em referência a uma espécie de Canal, que descia do Morro do Livramento, (aonde hoje é o Observatório da UFRJ do Valongo) cortava a Prainha e escoava na Baia de Guanabara. Devido as proximidades, a enseada existente no entorno, na época, também era chamada de Valongo. Nada a ver com a cidade homônima de Portugal ou com nenhum vocábulo africano, como algunsestudiosos dos movimentos negros gostam de conceituar.
As peças que sobravam dos leilões e vendas, por não estarem em condições físicas e de saúde desejadas pelos compradores, eram jogadas numa embarcação menor e levada por meio do Valão Longo, onde num trecho da Gamboa havia um arcaico ancoradouro. Ali homens, mulheres e crianças africanas eram leiloadas. E o pior: os meninos e as meninas eram arrematados por comerciantes para servirem como suas escravas sexuais e, também, para revenda com o mesmo propósito para padres, fazendeiros, militares e viajantes. ]
Devido ao grande número de africanos e africanas que chegavam debilitados da fatídica viagem nos navios negreiros, esse transporte e comércio tomou proporções. Sendo assim, o Valão Longo – que virou Valongo – passou a não suportar o trafego das embarcações. Os africanos e africanas doentes – debilitados por mais uma viagem – não resistiam e em princípio, eram descartados no mar. Muitos corpos retornavam trazidos pelas marés, criando um hediondo congestionamento na Prainha.
Numa visita ao local, a Imperatriz Leopoldina ficou horrorizada com a fedentina e com o que presenciara, e pediu providencias ao seu marido, o Imperador Pedro I. Era o ano de 1811 e o Imperador ordenou ao Vice-Rei, o Marques do Lavradio, que proibisse o descarte de africanos mortos ao mar, e que fizesse ampliações no Valão Longo. As ordens foram cumpridas pelo Intendente Geral de Polícia da Corte. O Valão Longo foi reconstruído e se tornou um ancoradouro, chamado de Valongo; hoje erroneamente chamado de Cais do Valongo. O local nunca foi um cais e sim um pequeno ancoradouro.
Sobre o descarte dos africanos ao mar, o Intendente mandou abrir inúmeras valas no em torno do Valongo, onde os corpos dos africanos e das africanas passaram a ser descartados. De hoje, onde está a Praça Mauá, até a Estação Ferroviária da Central do Brasil, centenas de valas forram abertas e receberam os corpos de africanos e de africanas sucumbidos sob as atrocidades da viagem e dos maus tratos ao chegarem aqui.
Grandes e terríveis aberrações contra os africanos e africanas eram cometidos no Valongo. Além do descarte dos mortos no mar e, depois, o enterro em valas rasas. Como já descrito, vendas de meninos e de meninas para escravos sexuais; arregimentação das peças inúteis (os doentes e debilitados) para que, acorrentados limpassem as ruas das fezes dos cavalos que movimentavam o transporte público na cidade; as velhas eram usadas para serviços domésticos; os velhos para encilhadores de cavalos e outras funções. Os que arrematam essas peças a preços irrisórios eram pessoas de baixo poder aquisitivos e, também, negros alforriados e pretos de ganho. (Tudo a ver com os líderes dos movimentos negros de hoje)
*Exatamente dois séculos depois, em 2011, o Valongo foi redescoberto durante as escavações das obras de revitalização da Zona Portuária. É aí que entra a intransigência, a tremenda falta de bom senso e o desrespeito sem medida – promovido pelos movimentos negros fluminense – com a memória dos africanos e africanas, que sucumbiram naquele palco dos horrores.
De maneira insana, politiqueira e mercadológica essa súcia de vendilhões da raça, pretos de ganho, capitães do mato pós-moderno e de mucamas de gabinetes promovem no Valongo uma bestial sagração. Veneram, adoram e festejam o palco de genocídios, crueldade estupros dos seus ancestrais. A desculpa é que precisam chamar atenção para que aquela aberração, aquele palco dos horrores chamado Valongo seja reconhecida pela UNESCO como Patrimônio da Humanidade.
As valas abertas no em torno do Valongo para descartes dos africanos e das africanas mortos antes de irem a leilão, representam os crimes mais atroz, mais vil e repugnável cometido contra uma raça. Quem passa pela Gamboa, Santo Cristo e Saúde está pisando sobre restos mortais de africanos e africanas vítimas do genocídio do cativeiro. – Praticamente 40% da área do Santo Cristo, Saúde e da Gamboa guardam sob o asfalto milhares de restos mortais de africanos mortos e supliciados no Valongo. – É o que afirma e professor e historiador, negro, Israel de Paula.
Em 1996, durante escavações para a reforma de uma casa na Rua Pedro Ernesto, 36, na Gamboa, foi encontrada em baixo da sua estrutura, uma dessas valas, com fragmentos de crânios e ossos humanos. O achado foi comunicado à inutilidade denominada Centro Cultural José Bonifácio, vizinha da casa, que por sua vez avisou aos movimentos negros.
Vendo na descoberta uma provável fonte de renda para sua ganancia sem medida, os movimentos negros comunicaram o achado ao Departamento Geral de Patrimônio Cultural, órgão da Secretaria de Cultura. Uma equipe de profissionais da Prefeitura e do Instituto de Arqueologia Brasileira foi enviada ao local, que deram o veredito: tratava-se de um achado histórico.
Uma verdadeira farra dos bois promovida pelos movimentos negros, e pelas falsas entidades de defesa do negro e da igualdade racial, aconteceu no local. A casa foi transformada num sitio arqueológico(para os movimentos negros e arqueólogos fluminense ossadas de africanos tem o mesmo peso do achadode ossada de dinossauro).
Hoje o local, um centro cultural pouco visitado e frequentado, é conhecido e cultuado (pela súcia dos movimentos negros) como Cemitério dos Pretos Novos. Olhem a indigna denominação que deram aos africanos e africanas mortas no Valongo, e descartados em valas rasas: pretos novos. É o ridículo levado ao extremo por aquela velha e conhecida turminha.
Nenhum evento fúnebre, dentro dos ritos africanos, foi prestada às ossadas simbolizando as vidas que as ocuparam no corpo físico. Mas, orçamentos e mais orçamentos com dinheiro público para manutenção do local eclode a cada ano. Dar um enterro digno, dentro da liturgia africana, aos restos mortais, não se pensa e nem se fala. – Talvez por se tratar de restos mortais de cativos africanos que morreram antes de serem escravizados. – Desabafou uma veterana e conhecida atriz negra. – Se fosse restos mortais dos portugueses opressores a história seria outra. Seus ossos não seriam um achado arqueológico. – completou a professora e líder sindical, numa roda de bate papo, no Centro Cultural da Justiça Federal, na Cinelândia, em Abril.
*Não bastassem a banalização da Causa Negra e a usurpação das verbas Quilombolas, os movimentos negros agora, para somar aos outros seus hediondos legados, resolveram fomentar outra aberração contra à memória ancestral: a criação do museu da escravidão. Existe legado mais vil, mais torpe, mais incoerente, abominável em sua essência do que essa lamentável iniciativa?
É algo tão fora do contexto que o assunto já virou piada de insinuações nas rodas de bate papos do Rio – “Os caras dos movimentos negros na verdade estão é de olho na verba do orçamento para a criação construção do famigerado museu”. – “Vai ser igual acontece com as verbas dos Quilombos. Vai sumir e não vai ter museu nenhum”. – “Museu da escravidão? Isso é sério? ” – “Esses caras dos movimentos negros não são bobos não. Tão sempre dando um jeitinho de levantar uma graninha”. – “São Pretos arrumando pra cima dos pretos. Só mesmo o movimento negro pra sair com uma baboseira dessas. ”
Botecos na Cinelândia e na Lapa; rodas de samba; terreiros; universidades; estações de trem… onde se comenta sobre essa aberração chamada de museu da escravidão, a ação está sempre associada a uma falta do que fazer, e mais uma armação dos movimentos negros. Pode-se identificar nessa ação de senilidade o desejo sensacionalista de ações espetaculares sem conteúdos sérios, e sem quaisquer interesses efetivos – de legados, conquistas e de herança cultural – para a negritude.
As amargas palavras de uma jovem negra, operadora de telemarketing, durante uma roda de amigos, no Centro Cultural Banco do Brasil, no final de Abril, refletem bem o sentimento de repulsa a essa ação bestial dos movimentos negros.
– “Transformaram o Valongo, onde atrocidades medonhas foram cometidas contra os africanos, arrancados à ferro e a sangue de suas tribos, em lugar de adoração. Agora querem transformar o holocausto desses mesmos africanos, nossos ancestrais, em uma hedionda câmara dos horrores chamado museu da escravidão”.
– Da até vontade chorar! – Completou o jovem mestiço, filho de um conceituado compositor carioca.
Realmente, é para chorar!
Abraços a todos.