Michel Temer disse no fim de semana que era favorável a Eleições Diretas para retomar a credibilidade do governo. Referia-se, o ilegítimo, à Venezuela. Naquele momento ele não tinha ainda a distinção que a última pesquisa conferiu: o de político mais rejeitado da história do país. Os dados foram divulgados pelo Instituto IPSOS nesta quarta-feira quando as turbinas da sociedade organizada organizam aquela que deve ser a mais bem sucedida Greve Geral do terceiro milênio no Brasil, na sexta-feira (28). Quem sabe que agora, diante de números incontestáveis, utiliza o que talvez tenha de bom senso e convoque eleições gerais?
De acordo com os números, a aprovação a Temer sofreu mudança relevante no período de um mês. Caiu de 17% para 10% (em outubro de 2016, em seu melhor momento, chegou a 31%). Nesse quesito, porém, ele aparece melhor que Cunha, aprovado por apenas 2%. Este percentual é inferior à margem de erro.
A Ipsos, que faz esse monitoramento mensalmente, ouviu 1.200 pessoas em 72 municípios entre 1º e 12 de abril. O noticiário sobre as reformas já era intenso. As entrevistas, no entanto, foram feitas antes da divulgação das delações da Odebrecht, que atingiram Temer e vários outros políticos da situação e da oposição. Isso significa que, caso fosse feita hoje, uma nova apuração poderia indicar algo ainda pior – caso seja possível.
No capítulo de avaliação do governo federal, a pesquisa demole o presidente. Os brasileiros que julgam a administração como boa ou ótima somam apenas 4%, a menor taxa desde a posse. É numericamente o mesmo patamar apurado no pior período da gestão da ex-presidente Dilma Rousseff, entre setembro de novembro de 2015.
Na ponta oposta, a taxa dos que avaliam o governo atual como ruim ou péssimo sobe mês a mês. Era de 59% em janeiro e fevereiro, passou para 62% em março, atingiu 75% em abril.
Fonte: Conexão Jornalismo.