Morreu na tarde de domingo (5) o companheiro Joel Aparecido, 27 anos, atingido pela Barragem de Fumaça construída no rio Gualaxo do Sul, entre as cidades mineiras de Mariana e Diogo de Vasconcelos. Ele se afogou no lago da hidrelétrica perto da ETE da comunidade de Miguel Rodrigues, município de Diogo de Vasconcelos.
Joel participava de todas as lutas a favor dos direitos dos atingidos, era atuante nas mobilizações contra o golpe e pelo respeito à democracia e estava se preparando para começar nesta semana seus estudos na Escola Família Agrícola Paulo Freire (EFAP), em Acaiaca.
Em 10 dias, é o segundo atingido a falecer no lago. No dia 24 de fevereiro, antes do carnaval, Joaquim Caetano, 55 anos, Zélia Lucas do Espírito Santo, 56, e Damião Lucas, 14, sofreram um acidente perto da barragem. O carro foi lançado no lago. Joaquim não sobreviveu e Damião, que tem Síndrome de Down, ficou uma semana internado.
Para Marta Caetano, integrante da coordenação do MAB na região, as mortes dos últimos dias repetem situações que já vivemos antes. “A morte do meu irmão antes do carnaval poderia ter sido evitada se houvesse uma proteção perto do lago. Uma simples cerca teria dado condições do carro não entrar na água”, comenta.
“E tem outra coisa: no caso do Joel, que era um jovem que nos ajudava muito no trabalho do movimento, a morte foi em um local perto da ETE da comunidade, que não funciona direito, onde crianças brincam e pescam. Homens, mulheres e crianças convivem sem proteção adequada com águas com até 18 metros de profundidade, o que facilita episódios tristes como este”, denuncia.
O MAB se solidariza com as famílias e acionará a Companhia Energética Integrada – CEI, atual proprietária da barragem, e os órgãos públicos responsáveis para discutir a segurança no lago de barragem, entre outros temas para garantir a vida e a dignidade de todos os atingidos.
Fonte: MAB.