Mesmo em um cenário agudo de crise econômica e de alta do desemprego, o número de famílias inclusas no programa Bolsa Família só cai.
Mesmo em um cenário agudo de crise econômica e de alta do desemprego, o número de famílias inclusas no programa Bolsa Família só cai. No dado mais recente, há 12,9 milhões de desempregados no trimestre de novembro a janeiro, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). É a taxa mais alta desde que o instituto começou a publicar a pesquisa, em 2012. Já entre os beneficiários do programa social, em três anos, foram 485 mil famílias a menos, o que corresponde a cerca de 1,4 milhão de pessoas.
Em 2016, foram 1,1 milhão de famílias cortadas do Bolsa Família. No mesmo período, outras 700 mil famílias entraram, ainda assim deixando um deficit superior a 400 mil beneficiários. Em vez de crescer com o ingresso de desempregados pela crise econômica, o programa vem encolhendo.
O programa Bolsa Família foi criado em 2003, no governo Lula, e se tornou um dos pilares para redução da pobreza extrema no Brasil. Em 2014, a ONU (Organização das Nações Unidas) apontou essa queda em 75%, entre 2001 e 2012, e citou o Bolsa Família como responsável por tirar o país do mapa da fome.
O governo de Temer atribui a queda ao maior controle e fiscalização do programa, como várias vezes já noticiamos aqui no Alerta o “modo pente fino” de gerir os programas sociais dos golpistas.
Queda de beneficiados se acentua a partir de 2016 com o golpe
Reportagem do UOL publicada na Folha de São Paulo destaca casos absurdos e injustos que levaram pessoas desempregadas, suspeitas de fraudes, por problemas burocráticos no cadastro ou no registro do cumprimento das condicionalidades a perderem o benefício do Bolsa Família. Como o exemplo de Rubivânia:
Rubivânia de Lima sobrevive com R$ 200 da pesca de sururu; seu Bolsa Família foi cortado por problema no cadastro. Ela explica que teve o Bolsa Família cortado porque, na certidão de nascimento dos filhos, não constava o nome do pai das crianças. “Apenas para o de 14 anos o pai quis resolver, e já consegui o acerto para incluir. O outro não quer [pôr o nome na certidão] e não sei mais o que fazer”, conta ela, que recebia R$ 163.
Fonte: Alerta Social.