Projeto ‘Marias vão com as outras’ busca o empoderamento de meninas de Florianópolis com cursos gratuitos

Por Bibiana Beck

Na contramão da “Escola de Princesas” que deu o que falar por reforçar estereótipos de gênero, surgiram iniciativas em todo o Brasil para empoderar meninas através do compartilhamento de conhecimentos. Aqui em Florianópolis também existem mulheres tomando a frente para criar uma sociedade mais igualitária no que diz respeito à gênero. Além do “Curso para Meninas Livres“, surgiu o projetoMarias vão com as outras. Com um nome que remete à sororidade, foi criada em um claro exemplo da aplicação da palavra: mulheres unidas.

Gabriela da Silva, Rafaella Machado e Izabele Cristini da Silva estão na organização geral, contando com o apoio de Camila Barros para organizar o orçamento, Beatriz Cascaes na identidade visual e Camila Dias na comunicação nas redes sociais. Elas estão em um grupo no Facebook onde mais mulheres estão ajudando a criar a programação e divulgar o projeto, formando uma rede de mulheres que estão dedicando um pouco do seu tempo para apoiar o desenvolvimento da iniciativa.

O projeto consiste em cursos e oficinas, que vão acontecer em seis tardes. As temáticas foram escolhidas a partir de eixos essenciais para o projeto: empoderamento, gênero, raça, classe (eixos transversais); identidade de gênero; padrões estéticos; história das mulheres; e mulher, cultura e sociedade contemporânea. Os encontros vão acontecer de 30 de janeiro a 4 de fevereiro, no período vespertino. O local escolhido foi a sede da Floram Educação Ambiental, no Córrego Grande, sendo que em duas tardes haverá deslocamento para o Espaço Erê, na Agronômica.

As inscrições já estão abertas para meninas de 10 a 14 anos e podem ser feitas online por meio deste formulário até o dia 15 de janeiro. Os critérios de seleção ainda estão sendo elaborados, mas uma das prioridades é inclusão: “queremos, principalmente, incluir meninas que não têm condições de participar desse tipo de espaço. Por isso, o projeto precisa ser gratuito e acessível para elas”, afirma Gabriela Silva.

Para viabilizar a realização do projeto nestes termos, está sendo realizada uma campanha de financiamento coletivo. Nele, a partir de R$15 o colaborador pode escolher receber recompensas feitas por mulheres, como bonecas abayomis fesitos pelas Associação das Mulheres Empreendedoras e Costureiras da Comunidade Nova Esperança de Monte Cristo, porta-celulares de crochê feitos pelas mulheres em reclusão na penitenciária de Tijucas ou ainda ecobags feitas pela AFAGO (Associação das Fazendeiras Amigas Guerreiras e Otimistas).

Além das doações, é possível colaborar divulgando o financiamento coletivo por meio das redes sociais, contatos com figuras públicas e contatos pessoais: “O contato direto com pessoas com apoiam a causa é extremamente necessário nesse momento para que batamos nossa meta no financiamento coletivo”, explica Gabriela. Também é possível fazer doações em forma de materiais que diminuam os custos dos encontros, como material de limpeza, papel higiênico, papel toalha, copos ecológicos, material de escritório.

Em um mundo onde meninas são ensinadas a competirem entre si e seguirem padrões que não as representam, são muito importantes as iniciativas que querem mostrar que juntas podem ser diferentes e mais fortes: “As outras não são nossas inimigas. Não tem problema ser como as outras. Também não tem problema andar com as outras, justamente porque ir juntas é a solução. Vamos juntas?”, convida a organização.

A gente deixa o convite para contribuir como puder e compartilhar com as meninas que você conhece.

Fonte: O barato de Floripa

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