Texto e foto: Sindicato dos Jornalistas de Santa Catarina.
As frustradas negociações entre o Sindicato dos Jornalistas de Santa Catarina e o segmento empresarial terminaram em dissídio coletivo. Nesta quarta-feira (23/11), o processo foi protocolado eletronicamente no Tribunal Regional do Trabalho (TRT/SC) contra o Sindicato de Empresas de Rádio e Televisão (Sert-SC) e o Sindicato das Empresas de Jornais e Revistas (Sindejor-SC). Agora, a decisão sobre as reivindicações dos jornalistas está nas mãos da Justiça.
O ingresso judicial foi aprovado pela categoria, por unanimidade. Foram duas assembléias realizadas em outubro, com a participação de cerca de 60 jornalistas, em frente ao Grupo NC (antigo Grupo RBS) e à RIC-Record. A proposta patronal, rechaçada pelos trabalhadores, era de reposição salarial de apenas 5%, frente a uma inflação de 9,83%.
O processo foi elaborado nos últimos 30 dias e teve por objetivo fundamentar as 65 cláusulas da pauta de reivindicações dos jornalistas e se adequar as novas tendências normativas da Justiça do Trabalho. O documento, com mais de 70 páginas, lista as reivindicações aprovadas pela categoria em assembleia geral de abril deste ano. Agora, o TRT deverá convocar uma audiência de conciliação.
“Buscamos resolver as negociações deste ano sem a necessidade de recorrer à Justiça. Mas a intransigência e o desrespeito dos patrões chegaram a um ponto intransponível. Não temos nenhuma disposição de assinar qualquer acordo que represente perdas salariais”, argumentou o presidente do SJSC, Aderbal Filho.
Último dissídio foi em 2004
Há 12 anos, o Sindicato dos Jornalistas de Santa Catarina ingressou com um dissídio contra o Sert-SC e o Sindejor-SC. O julgamento foi até a última instância, tendo sido concluído em 2006. No acórdão, o Tribunal Superior do Trabalho (TST) reconheceu o pleito dos jornalistas e concedeu o reajuste salarial de acordo com a inflação e também se pronunciou sobre outras cláusulas da convenção coletiva.