A paralisação do Instituto Federal de Santa Catarina no Câmpus Florianópolis iniciou-se às 5h00 da manhã do dia 11 de novembro. O Câmpus está ocupado desde o dia 26 de outubro por deliberação de uma Assembleia Geral dos estudantes secundaristas, sem a paralisação das aulas. Temos promovido atividades culturais e políticas todos os dias desde o início da ocupação, porém a adesão dos estudantes ainda não foi alta devido a razões tais como os professores não liberarem ou incentivarem os estudantes a participar das atividades e a difamação da ocupação por parte de movimentos contrários à mobilização estudantil.
Além disso, mesmo com as mais de 1800 escolas, universidades e institutos federais ocupados no Brasil, o governo Temer não tem demonstrado interesse algum em acatar a posição dos estudantes em relação a Proposta de Emenda à Constituição 55, a Medida Provisória 746 ou o Projeto Escola Sem Partido. O Ministério da Educação (MEC) também se nega ao diálogo com os estudantes, como foi possível perceber com o ocorrido na Audiência Pública do dia 7 de novembro na ALESC, em que o representante do MEC deixou a assembleia após sua fala, sem ouvir as demandas dos estudantes e da população lá presentes. Nós, da OCUPA IFSC FLORIPA, repudiamos tal atitude pois a consideramos desrespeitosa e antidemocrática.
Diante do avanço da PEC nas instâncias que continuadamente a aprovam e da falta de compreensão da parte dos estudantes da gravidade do que tramita hoje no Legislativo, decidimos por interromper as aulas durante os três turnos do dia 11 de novembro. A construção desse dia nacional de mobilização dos estudantes e dos trabalhadores veio das mais diversas categorias, mas mantivemos nossa autonomia nas decisões que foram tomadas. Entendemos completamente o transtorno causado pela interrupção de um dia de aula, mas também compreendemos as dificuldades ainda maiores no futuro caso a PEC 55, a MP 746 e Lei da Mordaça sejam aprovadas.
Todos aqueles que defendem a educação pública devem entender que a Ocupação tem aí seu maior fundamento e que para isso não basta atender às aulas, mas lutar para que esse direito seja mantido. A Ocupação se mantém aberta e deve ser construída por todos os alunos do IFSC, incluindo graduações, subsequentes, FIC e PROEJA para barrar o retrocesso.
Agradecemos imensamente a todos que participaram da paralisação no dia 11, todos os estudantes, funcionários e professores que, ao chegarem no Campus e verem que não haveria aula, entraram conosco e com o resto do Brasil nesta luta por educação e saúde de qualidade, por nenhum direito a menos!