Ao grupo RBS e ao Coordenador geral do Diretório central dos Estudantes da Universidade Federal de Santa Catarina, esta é uma nota de repúdio à reportagem lançada nesta quarta-feira (09/11/2016), às 18 hrs 04 min.
Em matéria online do Diário Catarinense, a RBS, maior rede de comunicação e mídia de Santa Catarina, foi publicada uma notícia de conteúdo falacioso sobre as deliberações tomadas em plenária a partir da assembleia geral dos estudantes da Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC, realizada neste mesmo dia, com início às 12 h, no Centro de Desportos – CDS. Esta reportagem traz conteúdos que não condizem com as verdadeiras deliberações retiradas em assembleia LEGÍTIMA dos estudantes da UFSC e apresenta argumentos apenas do coordenador do DCE, Plínio Oliveira Filho, que, apesar de ter passado pelo processo formal de eleições, NÃO REPRESENTA os e as estudantes que estavam presentes.
Deste modo, nós, da comissão de comunicação da ocupação do CFH viemos explicitar os pontos que acreditamos estar discordantes com a verdade:
1- Em nenhum momento foi deliberado que TODOS os centros da Universidade Federal de Santa Catarina seriam ocupados. A deliberação dos aproximadamente 1,5 mil estudantes, que participavam da plenária, foi de prosseguir com a ocupação dos centros já ocupados e a TENTATIVA, por meio de debates e rodas de conversa, que os demais centros fossem ocupados por seus respectivos cursos. Ressaltamos que cada centro tem autonomia para deliberar e decidir sobre as ocupações e seus posicionamentos.
2- O DCE é um órgão cuja responsabilidade é representar os estudantes e, isto posto, é inadmissível a fala de Plínio Oliveira Filho, coordenador desta entidade, uma vez que esta busca deslegitimar a voz do corpo estudantil, sem que ao menos ele tenha justificado as pautas apresentadas pelo Diretório na matéria, frente aos 1,5 mil alunos que estavam presentes na sessão. Destacamos também que o DCE, órgão consultado para a realização da reportagem, em nenhum momento propôs um debate aberto com todo o corpo estudantil da UFSC, para que estes temas pudessem ser amplamente discutidos antes de ser realizada qualquer consulta.
3- A assembleia realizada por “pouco mais de mil alunos”, como ironiza o coordenador do DCE, na fala citada pela reportagem, foi uma assembleia histórica para o movimento estudantil da UFSC, que há muitos anos não reunia tamanha plenária. Neste espaço não só foi possível debater amplamente os motivos e rumos das ocupações, tal como não foi realizado pela entidade, mas também o posicionamento destes estudantes participantes frente aos seus futuros, de forma autônoma e autogestionada.
4- O coordenador do DCE, em sua fala, não cita, entretanto, sua abstenção não apenas dos debates sobre as ocupações, mas que o DCE só iniciou a sua “consulta pública” após ser pressionado pelos demais órgãos estudantis e alunos da universidade por um posicionamento.
5- O Diretório Central dos Estudantes se manteve omisso durante a assembleia, levando apenas um membro como representante, cujas falas foram focadas apenas na defesa desta “consulta pública” por eles realizada, não se atendo em nenhum momento às pautas levantadas ou apresentando qualquer tipo de posicionamento em relação à PEC 55/2016, MP 764/2016 e permanência estudantil, reivindicações das ocupações.Deste modo, gostaríamos de ressaltar que a consulta pública feita pelo diretório central NÃO É REPRESENTATIVA para os estudantes que, em ampla maioria, votaram pelas deliberações supracitadas.
Destacamos também que, tal reportagem possui a intenção invalidar um movimento legítimo estudantil, que busca defender os direitos do ensino público de qualidade, a permanência estudantil e defender seu posicionamento contra a PEC 55/2016 e a MP 746.
Destarte, considerando o impacto que esta notícia, por deveras tendenciosa, causa em todos os seus espectadores, gostaríamos de reivindicar um espaço oferecido pela rede RBS para os estudantes que compuseram a assembleia e são participantes das ocupações, de modo que possamos apresentar nosso posicionamento frente à assembleia do dia 09, tal como nossas motivações para tal. Justificamos este pedido uma vez que a matéria não buscou conhecer os argumentos destes estudantes, que não se sentem representados pela fala de Plínio. Reivindicamos também uma retratação por parte da instituição sobre os erros que foram publicados em sua matéria.Historicamente o grupo RBS se posiciona contra as manifestações populares de nossa cidade, colocando a população contra as frentes de luta. Não iremos deixar passar mais uma vírgula de calúnias e injúrias contra o movimento daqueles que estão pelos direitos de todos!
Comissão de Comunicação da Ocupação do CFH.