O governo do presidente de fato, Michel Temer, aprovou a maior importação, em décadas, de milho transgênico produzido nos EUA. O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento diz que a medida visa garantir o abastecimento do grão no mercado brasileiro. A medida revoltou os agricultores que cultivam o cereal orgânico, no Brasil
A Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) subscreve a importação do milho transgênico cultivado nos EUA. As sementes são originárias de transnacionais como a Monsanto e a Bunge. Em comunicado, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), disse que a medida irá garantir o abastecimento do grão no mercado brasileiro.
Ração animal
A CTNBio deu prazo de 30 dias para que qualquer interessado recorra da medida. Caso haja contestação, a decisão vai para o Conselho de Ministros. Se em 30 dias não houver recurso, a importação poderá liberada.
“A medida vai beneficiar indústrias e produtores que usam o milho na ração animal”, disse, em nota, o secretário de Relações Internacionais do Agronegócio, Odilson Ribeiro e Silva. Este ano, o grão sofreu quebra de safra no Brasil por problemas climáticos, o que encareceu o produto e os custos de produção. Este ano, a Câmara de Comércio Exterior (Camex) já autorizou a importação de até 1 milhão de toneladas até o final deste ano, com tarifa zero. “Isso poderá ajudar a agilizar a entrada do milho no país”, diz a nota
Revolta no campo
O milho transgênico da Monsanto, MON 863, autorizado a ser comercializado na Europa e no Brasil, há muito tempo tem causado polêmica sobre sua inocuidade. Segundo a revista Archives of Environmental Contamination and Toxicology, no entanto, o milho geneticamente modificado é tóxico para o fígado e os rins.
Segundo a publicação a ingestão do milho MON 863 perturba, em variadas intensidades, numerosos parâmetros biológicos. Entre eles, o peso dos rins e do fígado, taxa de reticulócitos (jovens glóbulos vermelhos), de triglicérides, para citar alguns. A composição da urina também se altera com a redução de sódio e de fósforo numa proporção que chega a 35%.
Transgênico
O médico argentino e membro da Rede Popular de Médicos da Argentina, Javier Balbea, estuda o assunto. Ele critica o uso dos transgênicos e agrotóxicos, pois acredita que eles são uma tecnologia que serve ao propósito de dominar os territórios dos países produtores.
Para o médico, o ato de comer e produzir alimentos está ligado diretamente à cultura dos povos, e isso está sendo ameaçado.
— A produção transgênica é de mercadoria, não de alimentos. Isso vai na contramão da cultura dos povos — concluiu.
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Foto: Google
Fonte: Cariri em Ação com Correio do Brasil .