Quando o Sr. Ninguém ganhou as eleições

dibujoelhombresinrostroPor Caroline Dall’Agnol, Caxias do Sul, para Desacato.info.

Pode até ter sido coincidência ou o acaso, mas que São Paulo, Rio de Janeiro e Porto Alegre elegeram o Ninguém, isso os números não negam. O acaso de uma eleição que não faz sentido algum. Democracia? Aquela que foi ferida por um golpe parlamentar? Democracia que o eleitor prova que é um cidadão quando aperta o botão “confirma”? Sim, sim, essa é a democracia brasileira. Democracia de burguês, à moda burguesa eu diria. Essa sim está muito em alta. Até os partidos de conciliação de classe a aderiram colocando candidatos a concorrerem às eleições nesta vergonhosa conjuntura golpista. Partidos em coligações sujas espalhadas pelo país, PP com PT, PMDB com PDT. Uma triste eleição brasileira. E ainda querem dizer que foi uma injustiça. Não, uma realidade anunciada diria meu amigo historiador trotskista Jones Gaio.

E por que o boicote das eleições não ocorreu? Por que uma frente única de esquerda não puxou o NÃO ÀS ELEIÇÕES? O boicote não foi feito e a classe burguesa foi eleita. Quem sabe se tivesse sido feito, o Temer não estaria mais aí. Pressão popular com consciência transforma. A gente sabe que transforma. Mas, a situação é que o eterno presidente interino continua no poder e os seguidores nas prefeituras. Mas, ninguém poderá negar que o Sr. Ninguém esteve lá, nas tristes eleições de 2016. E foi bonito de ver…

Em São Paulo ficou assim:

  1. Ninguém com 3.096.186 votos
  2. Dória (PSDB) com 3.085.181 votos
  3. Haddad (PT) com 967.190 votos

Já no Rio de Janeiro:

  1. Ninguém com 1.866.621 votos
  2. Crivella (PRB) com 842.201 votos
  3. Freixo (PSOL) com 553.424 votos

A capital gaúcha também não fugiu de eleger o Sr. Ninguém:

  1. Ninguém com 382.535 votos
  2. Marchezan (PSDB) com 213.646 votos
  3. Melo (PMDB) 185.655 votos

O Sr. Ninguém obteve sua eleição com os votos nulos, brancos e abstenções de eleitores que entenderam que, um país que não respeita a democracia, tão cedo possuirá legitimidade de cobrar a cidadania por meio de um voto.

Imagem: Arquivo da internet.

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