Carta aberta aos partidos, dirigentes, filiados, candidatos e militantes sociais
Professor, arquiteto e vereador Lino Peres.
Há 24 anos, a eleição do Governo de Frente Popular lançou Florianópolis a um enorme avanço da prática democrática e participativa. Foi um período de intensa organização popular, da criação de um Conselho Político Municipal e do Orçamento Participativo. A periferia e as comunidades entraram no mapa da Capital, e tiveram vez e voz na construção da cidade. Hoje, depois de duas décadas de governos de direita, estamos entregues ao capital especulativo, sob o chicote de políticas claramente elitistas e o risco de aprovar um Plano Diretor que vai esgotar Florianópolis. As eleições de outubro prometem ser apenas a confirmação desse cenário. Mas ainda há tempo.
A Lei Eleitoral tem prazo no calendário para a formação de uma Frente Ampla dos partidos do campo democrático em Florianópolis, com uma candidatura única! Segundo o TSE, 15 de agosto é a data final para o registro de candidatos e coligações dos partidos políticos nos cartórios. A lei pode ser lida no site do TSE:
Ainda que os partidos já tenham escolhido nomes para a chapa majoritária, a lei permite e o momento histórico exige: união por uma Florianópolis contra a acumulação agressiva do capital e a favor de uma cidade pensada e construída de forma democrática, visando a inclusão e a redução de desigualdades. Grande parte da população da cidade, incluindo militantes, movimentos sociais e coletivos, vem exigindo um posicionamento pró-Frente Ampla dos partidos. POR QUE NOS DIVIDIMOS? As lideranças precisam levar em conta os anseios desses movimentos, dentro e fora dos partidos. Na Capital, milhares estão nas ruas para defender o país do retrocesso atual, inclusive sofrendo repressão policial como aconteceu no ato Fora Temer! na terça-feira passada, 9. A presidente Dilma, eleita por 54.499.901 votos diretos, virou ré nesta quarta-feira, 10, em um farsesco processo de impeachment comandado pelos mesmos tipos que sangram o país há centenas de anos.
Hoje, o Estado de Exceção está imposto ao povo brasileiro.
O mandato se incorpora à voz dos movimentos sociais e chama pela unidade e construção de uma alternativa forte para enfrentar a direita histórica em Florianópolis. Impressiona a quantidade de companheiros descontentes com a separação das candidaturas de Elson Pereira (Frente PSOL-PV-REDE) e de Angela Albino (Frente PCdoB-PT). Ainda que nosso mandato seja do Partido dos Trabalhadores e se submeta à convenção partidária, realizada no dia 4 de agosto, este gesto político não prejudica as candidaturas aprovadas – é um manifesto de livre expressão que se soma às diversas iniciativas em prol da aliança da esquerda na cidade, reunindo estas duas candidaturas para construir uma Frente Ampla dos partidos envolvidos, ainda que reste pouco tempo para essa iniciativa. Esclarecemos que desde o último trimestre do ano passado, além das tentativas de formação desta frente pelo PT, PSOL, PCB, PCdoB e PDT, eu, vereador Lino Peres, tenho empreendido enorme esforço nessa articulação.
O que mais é necessário para que os partidos do campo democrático se unam e mostrem sua resistência ao golpe e à perda dos nossos direitos? Elson, Angela, dirigentes, fazemos um pedido: reúnam-se, conversem e unam-se em defesa da cidade!
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Foto: Tali Feld Gleiser.