Fascistas atacam com bombas na UnB, e agora?

não passarão

Nesta sexta-feira, por volta das 21 horas, um grupo de cerca de 20 fascistas atacaram a UnB. Tentaram invadir o Centro Acadêmico de Ciências Sociais para destruí-lo. Atacaram um estudante com um taser (arma que dispara choque elétrico), portavam porretes e jogaram duas bombas de “efeito moral”!

Segundo relatos o barulho delas pode ser escutado na L2 (Avenida a cerca de 500 metros do local).  O grupo vestia camisetas “100% livres de esquerdismo”, “fora PT”, frases de apoio a Bolsonaro, e como de costume portavam bandeiras do Brasil. Gritavam “Polícia Federal, orgulho nacional” e pediam a ditadura militar, ou seja, que os militares fiadores do impeachment assumam explicitamente o controle.

O que faz alusão direta ao golpe de estado em marcha no país. E, por outro lado, evidencia mais uma vez o conteúdo fascista deste golpe. Durante a preparação do golpe, fascistas realizaram ataques como este em todo país contra sindicatos, contra partidos de esquerda, contra a UNE, etc.

Polarização

Claramente, esta ação de ontem foi uma reação ao contra-ato organizado pela esquerda a um ato fascista na semana passada e à assembleia estudantil realizada contra o desejo do DCE que indicou apoio da maioria à luta contra o golpe.
O desenvolvimento do polo fascista nos últimos tempos evidenciado pelas marchas verde-amarelas e a realização do golpe desenvolveu um amplo movimento nacional contra o golpe. Manifestações da esquerda ultrapassaram, inclusive, as da direita. Por sua vez, este desenvolvimento do polo antigolpista estimula novo desenvolvimento do polo fascista. E será assim até que um choque decisivo. Afinal, o colapso mundial do capitalismo destrói o “centro” e não será possível restabelece-lo; o que se confirma em todo o globo pelo crescimento dos extremos do espectro político – o fascismo cresce mais rapidamente pois conta com apoio das organizações da burguesia mundial e seus financiamentos.

Assim, qualquer recuo ou vacilação da esquerda significará a vitória da contrarrevolução e a instauração do terror contra a população, censura e tortura, prisões em massa, etc. É preciso o quanto antes, enquanto este polo fascista ainda é relativamente pequeno, esmaga-lo. Relativamente, pois pesquisas mostraram que em 2009 havia mais de 150 mil nazistas no Brasil, sendo cerca de 10% organizados em células. O Distrito Federal aparece entre os seis estados com mais membros na federação. Hoje, após intensa campanha ideológica e investimento capitalista, o número deles deve ser muito maior que este. Contudo, a esquerda é muito maior. É preciso transformar essa potencia em realidade.

Democratismo pacifista

Após o ato da esquerda contra a direita na UnB, em que um estudante retirou a bandeira monarquista de um fascista ao que se seguiram chutes e socos, parte da esquerda iniciou uma campanha em defesa da liberdade de expressão e do pacifismo. Nada mais cretino. Uma traição contra a liberdade usando seu nome. O exemplo de ontem mostra o conteúdo do pacifismo contra fascistas armados com bombas, etc. O pacifismo é a defesa da capitulação ao horror e a barbárie.  Só uma força maior e determinada contrária aos fascistas poderá fazer voltá-los para o esgoto de onde não deviam ter saído.

Solução policial vs autodefesa

Alguns dirão que é preciso que a polícia intervenha. Se intervierem será contra a esquerda, em relação à direita haverá apoio incondicional. A segurança, ontem, impediu que os fascistas destruíssem o CA, mas soltaram-no imediatamente.
Alguma dúvida que isso é a regra¿ Policiais soltaram Carecas do ABC presos em flagrante armados. Rafael Braga está preso até hoje por portar desinfetante. E a lista seria imensa, na história, e nos dias atuais por todo o mundo do apoio da policias aos fascistas.

Setores da direita fascista e o Juntos! Corrente interna do PSOL já lançaram notas defendendo a solução policial. Nada surpreendente, já que o primeiro sabe que os policias estão ao seu lado. E o Juntos (MES PSol) é a corrente da golpista Luciana Genro…que tem tanta ilusão que acredita que a burguesia mundial derrubou PT para dar chances para ela. Pedir por policiamento não é só uma ilusão, mas é favorecer o fascismo que encontra na corporação uma incubadora das milícias fascistas paramilitares.

Só a formação de grupos de autodefesa antifascistas podem garantir nossa segurança contra novas agressões.

A luta contra o fascismo na UnB é a luta contra o golpe

Um perigo possível para a esquerda estudantil da UnB seria procurar resolver este problema “internamente” e isolar este fato do conjunto da situação política nacional e assim isolar-se da massa trabalhadora.

O fascismo foi posto em marcha pela burguesia financeira para realizar o golpe de estado. Derrotar o fascismo passa por derrotar o golpe de estado. Assim, todo antifascista deve apoiar irrestritamente a luta contra o golpe.

Os estudantes da UnB devem, através de inúmeros materiais (panfletos, cartazes, vídeos), denunciar o ocorrido para toda a população brasiliense e nacional. Mostrar o vínculo desses ataques ao golpe e convocar que as massas se levantem contra essa ameaça.

Liberalismo é fascismo!

Cinicamente, alguns grupos fascistas da UnB ditos liberais soltaram notas em repúdio ao ocorrido. Não nos enganarão!
Membros nazistas sempre fizeram parte das últimas gestões do DCE sob a direção do EPL. O EPL é parte fundamental do movimento fascista verde-amarelo; é um instrumento, uma correia de transmissão de interesses estrangeiros, de direitistas como irmãos Koch no Brasil. O EPL atuou de forma fascista em várias ocasiões. Vide as investidas fascistas na UFSC contra a ocupação de estudantes ou contra piquetes realizados pelos funcionários.

Uma demagogia agora não reverterá a realidade. O batido disfarce orquestrado do bandido bom e do bando mal que brigam não surtirá efeito aqui.

Fascismo é um movimento de massas reacionárias da pequena-burguesia dirigida pelo capital financeiro contra a esquerda, contra o comunismo, contra a organização dos trabalhadores.
O EPL foi organizado no Brasil por banqueiros, para realizar uma ampla campanha ideológica e preparar o terreno para o golpe de estado.

O liberalismo, ou seja, o fim dos programas sociais, o fim da saúde e educação pública, o fim da CLT, do salário mínimo é fascismo! Afinal, como fariam isso, diante da inevitável reação popular? A história nos mostra como: com as botas de um Pinochet. O pai do neoliberalismo Milton Friedman ajudou Pinochet. Mises fez parte do governo fascista na Áustria. Mussolini defendeu o liberalismo em 1921 na primeira eleição que concorreu pelo PNF.

Liberalismo e fascismo há tempos estão unidos. Ainda mais no Brasil, um país atrasado. O fascismo não se define por esta ou aquela ideologia. Pelo contrário, o fascismo sempre foi uma junção esdruxula de ideologias. Não se define por vestimentas. Não se define pelo que diz de si mesmo. Fascismo é o capital financeiro organizando a pequena-burguesia para atacar a classe operária e destruir suas organizações. O fascismo é imperialista. No Brasil, o pró-imperialismo necessariamente aparece como liberalismo, já que aqui não há bancos e uma burguesia desenvolvida como nos EUA, Alemanha, França, etc.

Ocupar o DCE: formar um comitê de mobilização e combate permanente

Assim, é preciso desde já tirar os fascistas do DCE da UnB. Realizar uma ocupação com todos antifascistas e transformar o DCE num quartel de mobilização permanente na universidade e no Distrito Federal. A ocupação formará suas comissões executivas e será subordinada a assembleias semanais amplamente convocadas.

A luta está apenas no seu começo. Será possível derrota-los se confiarmos na maioria dos trabalhadores e da juventude. Devemos ir a eles. Lançar uma imprensa independente regular que faça esse dialogo. Realizar atividades inúmeras (debates, palestras, cineclubes, festas antifascistas). Nossa liberdade é muito cara para deixarmos esvair-se por nossas mãos sem uma dura batalha.

Por uma Frente Única Antifascista!
Abaixo o golpe!
Ocupar o DCE!

Fascistas, golpistas! Não passarão!

Fonte: O Homem Livre.

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