Prece

prece

(Meu irmão, minha irmã, é para repetir cada verso)

Recebe, Irmão dos Pobres de Abya Yala

Comandante da gente desta terra

A humilde prece dum ateu cercado

Pelos demônios da Malinche mascarada

Ô, Carontes fugidios sob enxofre do tirano

Por que, te pergunto São Ernesto e Companheiro

– Aos teus olhos bem abertos me dirijo-

Me propões tão absurda penitência?

Iludir-me com traidores e covardes

Comandantes encagaçados, quartas-frotas

Sete séculos há, espreitando sem descanso

Distintos estudantes instruídos lá na Europa, perfumados

Patrocinam nossa Paz nos Cemitérios

E empunhando microfones, palavrórios

Troçam do fuzil dos libertários

Por que, meu Santo Ernesto, Camarada?

São Ernesto que ascendeste lá, em La Higuera

Até o Céu dos Imortais da Liberdade!

Libertai-me dos que aviltam tua imagem

Os traidores, os errados, os falsários

Que não invoquem mais em vão teu Santo Nome

Como invocam pelas razões de Estado

Nem discurso, nem frase, nem palavra

Que só Nós, o Povo Pobre, Os Terceiros

Libertemo-nos com as pernas, com os dentes

Com os braços, com a língua, com as unhas

Das cadeias, os impérios, os lacaios

Que mandemos à merda o Inimigo

-não é nosso irmão, é o sicário-

E com armas, ovos podres ou pedradas

As Mulheres, os Homens da Tua Pátria, Abya Yala

Sem palanques, apenas Teus Olhos, CLAMO!

Levantemos a Bandeira do Mundo Livre

São Ernesto, Meu Irmão, te serei grato!

(Repita-se a cada companheiro traído por razões de Estado; não cura, mas, alivia)

Raul Fitipaldi.

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