a) Mais de cinco meses depois de receber o pedido do afastamento e sem nenhum motivo que já não estivesse apontado pelo MPF, Teori Zavaski (STF) afasta Cunha! Mas não há justiça nesse fato, os danos irreparáveis que ele cometeu à democracia, ao processo político e ao governo de Dilma Rousseff nunca serão sanados.
b) A decisão abre caminho para Temer, que não terá a sombra de Cunha chantageando-o permanentemente com …todos os segredos que Cunha guarda sobre o vice-presidente.
c) Legitima o impeachment no Senado, na medida em que o STF entrega um dos anéis do poder político ao povo, mas preserva esse para tomar as decisões que interessam aos golpistas.
d) Por fim, cria o argumento de que não há intocáveis, na mesma semana em que Lula é indiciado por falar palavrões em ligação gravada de forma ilegal e em que é acusado pelo crime de “NÃO TINHA COMO NÃO SABER”, o domínio do fato, esse expediente ditatorial criado para eliminar adversários políticos contra quem não há nenhum indício de crime cometido.
e) Por essa lógica, Lula TINHA QUE SABER do ataque às Torres Gêmeas, tinha que saber da queda do voo da Gol, tinha que saber do afundamento do Titanic etc.
f) Com Cunha afastado (temporariamente), será agora proposto ao mesmo uma delação premiada (alguém duvida?) aos moldes das propostas aos barões da corrupção empresarial detidos pela Lava Jato: entregue quem lhe dissermos para entregar (não importam as provas, apenas “delate”) e em troca será condenado à prisão domiciliar (em sua mansão) por uns dois anos e talvez até possa ficar com algum do que levou no bolso (é esse o resultado final para os executivos das empreiteiras já “condenados” e que “colaboraram”).
g) O afastamento de Cunha, cuidadosamente calculado para acontecer, é o instrumento para prenderem Lula sem provas. Preparem-se que as bestas estão todas soltas e uivando, organizando uma cadeia de eventos sinistros para os próximos dias, nos quais irão ocorrer o afastamento de Dilma, pedido de prisão de Lula e acordo de delação premiada com Cunha (que deverá demorar ainda alguns meses para aparecer, provavelmente na véspera da votação definitiva sobre o impeachment de Dilma, mas que já está preparado e talvez já tenha até sido soprado a Cunha).
h) Este afastamento de Cunha, portanto, tem quatro atos, um para legitimar o afastamento de Dilma, exortando à comoção pública, outro para garantir o impeachment definitivo do governo, a partir de uma “delação” negociada com Cunha. Mais um para concentrar poder político nas mãos de Temer e, por fim, preparar a derradeira tentativa de destruição política de Lula.
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