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Por Ana Rosa Moreno Aguilar, do México, para Desacato.info
No domingo 24 de abril marcharam milhares e milhares de mulheres vestidas de lilás em 27 cidades da república mexicana para mostrar seu desconforto ante a situação que se vive no México com relação ao machismo, a violência, o acosso sexual, às desaparições forçadas e os femicídios. E que se em algo tem se destacado a sociedade mexicana é em violentar a mulheres. E como perceberão, as autoridades mexicanas, as mesmas que prometeram dar-nos certeza e segurança, são as mesmas que brilham pela sua incompetência e que têm sido cúmplices do agressor à hora de exercer justiça.
Foto: Manuel Ureste
Tem agressões todos os dias e de diferentes tipos, existem desde épocas imemoriais e em todo o mundo desde cantadas subidas de tom nas ruas, manuseio no ônibus o no metrô, acosso sexual, violações, desaparições forçadas, violência intra-familiar e no namoro, discriminação laboral, feminicídios, etc.
Agressões e ações que fazem da mulher um ser vulnerável e sem acesso à justiça, porque as autoridades não são capazes de decretar um castigo ao agressor. Nosso país se fundou numa base machista e religiosa. Se a isto somarmos a falta de uma educação unificadora e integradora, gera-se um ambiente pouco amigável para as mulheres. Isto se reflete no pensar dos homens e das mesmas mulheres; que se não sabe esfregar não serve, se não é um rosto bonito e com um bom corpo não casará nem terá sucesso. Que as mulheres têm a vida fácil, que as mulheres provocam as agressões e, estes padrões se repetem até que assimilamos a violência e tombamos neste processo de decadência onde a sociedade perde os valores. Também não devemos esquecer que este tipo de agressões também a vivem os homens, mas, eles calam porque o mesmo sistema têm dito a eles que não devem falar dos seus sentimentos ou de suas vivências incômodas porque os torna “menos homens”.
O que vimos no domingo é o resultado de todas estas agressões que não foram castigadas e que, portanto, se repetem.
Escutamos histórias como a de Paulina Camargo, a garota que foi seqüestrada e assassinada pelo seu namorado quando soube que ela estava grávida. A obrigou a abortar mas, Paulina se negou e o jovem terminou com a vida da sua namorada e a cortou em pedaços, jogou seus restos no container de lixo. Já quase faz um ano do assassinato e embora o namorado confessou o homicídio, por não encontrarem o corpo de Paulina o agressor, José Maria Sosa, pode sair do cárcere com direito a fiança.
O caso Yakiri, mulher que foi privada de sua liberdade, foi violada por dois homens e tentaram assassiná-la. A garota por defender-se durante empurra-empurra com um dos criminosos lhe arrebatou a faca com a qual iam matá-la e a enterrou no pescoço do agressor. Yakiri saiu do hotel seminua, gritando e procurando ajuda. Quando a poícia chegou e investigou o caso, deu por sentado que Yakiri era a agressora. Acusaram-na de homicídio e a pena foi de 20 anos de prisão, quando era claro que foi em defesa própria que agiu, para salvar sua vida. Yakiri conseguiu a liberdade graças a uma campanha em nível nacional onde se pressionou à procuradoria para que se reabrisse o caso e se estudasse realmente os fatos como foram.
Os porkys, um grupo de adolescentes endinheirados, filhos de empresários e políticos que seqüestraram, violaram e assassinaram menores de idade. Seu bom posicionamento social abriu-lhes a porta para cometer crimes sem ser castigados. Faz um ano estes jovens violaram Daphne Fernández e o pai denunciou ante as autoridades o dano que fizeram à sua filha, mas, não teve sucesso e ao contrário, a jovem tem sido vítima de ataques e burlas, tanto perto do seu domicílio como nas redes sociais. A um ano do acontecido o pai continua pedindo justiça e embora seu caso tenha ecoado nos meios de comunicação, a justiça segue surda e cega.
Por último, o ataque à jornalista Andrea Noel, que colabora para “Vice News”. Ela caminhava a plena luz do dia numa das ruas de La Condessa (condomínio VIP da cidade de México, quando um sujeito emergiu correndo, levantou a saia dela e abaixou sua roupa interior. A jornalista conseguiu o vídeo da sua agressão e denunciou-a nas redes sociais.
Esses são os casos mais sonoros, mas não são os únicos. Segundo um informe realizado pelo Banco Mundial, mais de 365 mil mulheres foram vítimas da violência durante o ano passado; delas, ao menos 65 mil tiveram de ser hospitalizadas pela gravidade das suas lesões. Segundo o Instituto Mexicano da Juventude (Imjuve), a cada 15 minutos uma mulher é agredida e a cada 35 minutos uma pede ajuda. Enquanto isso, o Instituto Nacional das Mulheres reporta que a cada 24 h morrem seis mexicanas pela violência, quatro por homicídio e duas por suicídio. Segundo este informe, um total de 47 mil 178 homicídios de mulheres no México tem acontecido entre 1985 e 2004.
De acordo com o índice para uma Vida Melhor 2014, elaborado pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), o 47% das mulheres mexicanas reconheceram ter sido vítimas de violência física, sexual ou emocional por parte dos seus companheiros.
Faz anos que o México vêm tendo o primeiro lugar em agressões contra a mulher. Sobre acosso, tão só na Cidade de México, um 72% da população feminina denuncia ter sofrido algum tipo de violência sexual (Instituto Nacional de Estatística, INEGI). Isso é mais do que a média nacional e supera os Estados mais violentos do país, como Guerrero y Chihuahua. A cifra de abusos aumenta até 78 de cada 100 mulheres entre 20 a 29 anos.
Em nível nacional, casos de violações, abuso e acosso sexual em lugares públicos e privados constam em 32 mil 976 expedientes (entre 1º de janeiro de 2006 e 31 de janeiro de 2016), dados extraídos do Sistema Nacional de Segurança Pública. Desse total, 90% das agressões não são denunciadas, e quando se denuncia só 2% dos casos terminam com a consignação do presumível culpado.
A discriminação de gênero também é um tipo de violência contra a mulher, esta é cotidiana e impacta na saúde, na liberdade, na segurança e na vida das mulheres e nas meninas, socava o desenvolvimento dos países e dana a sociedade no seu conjunto. Com estes dados aterradores se explica a base violenta da marcha que chamaram “Vivas Nos Queremos Contra a Violência Machista”.
Também em redes sociais se utilizou o hashtag #MIPrimerAcoso onde as mulheres romperam o silêncio e falaram de suas primeiras experiências de acosso ou agressão sexual, fato que incomodou os internautas, já que nem todos os homens são agressores e as mulheres não são as únicas que tem sofrido algum tipo de acosso sexual.
Fatos que me incomodaram da marcha:
- Que os homens que participaram na demonstração foram agredidos e incluso as manifestantes pediam que eles marchassem atrás do contingente e
- Que mulheres vandalizaram nas ruas, incluso ante o monumento dos 43 normalistas desaparecidos de Ayotzinapa, que foi objeto de grafites e não respeitado por ser dedicado a normalistas varões.
A partir daqui tenho descrito um México bárbaro e totalmente machista, mas, não tudo está perdido, já que o México tem dado mulheres bem sucedidas na ciência, na arte, na política, nos esportes, etc. Faz falta que a mulher mexicana acredita nela com a doutora Maria Antonieta Chávez González que é pesquisadora no Centro Médico Século XXY, do Instituto Mexicano do Seguro Social, ou como Olga Medrano, estudante de terceirão: a primeira foi reconhecida junto com sua equipe pela sua pesquisa onde avalia 6 moléculas, procurando eliminar de maneira seletiva ou preferencial às células mãe da leucemia mieloide crônica, sem afetar as sadias e a segunda garota, de 17 anos, ganhou ouro na Olimpíada Européia Feminina de Matemáticas; de fato é a primeira vez que uma aluna mexicana obtém um prêmio desse nível.
Fonte: Foro Consultivo Científico y Tecnológico, A.C.
Fote: Facebook de Olga Medrano
Concluo, a violência contra a mulher se pode terminar ou reduzir se educamos às novas gerações e às gerações prematuras que já estão aqui: respeito, tolerância e igualdade, sem divisões nem vitimação, somos diferentes, mas, podemos complementar-nos, a luta é contra um inimigo comum – o Estado e o sistema machista – que como já tenho repetido, afeta homens e mulheres por igual.
Versão em português: Raul Fitipaldi, para Desacato.info
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México se pintó de violeta contra la violencia hacia la mujer
Por Ana Rosa Moreno Aguilar.
El domingo 24 de abril salieron a marchar miles y miles de mujeres vestidas de violeta en 27 ciudades de la república mexicana para mostrar su enojo ante la situación que se vive en México con respecto al machismo, a la violencia, al acoso sexual, a las desapariciones forzadas y los feminicidios. Y es que si en algo se ha lucido la sociedad mexicana es en violentar a la mujer y como se darán cuenta las autoridades mexicanas, las mismas que prometieron darnos certeza y seguridad son las mismas que brillan por su incompetencia y que han sido cómplices del agresor a la hora de impartir justicia.
Foto: Manuel Ureste
Hay agresiones todos los días y de diferentes tipos, han existido desde épocas inmemoriales y en todo el mundo desde piropos subidos de tono en las calles, manoseo en el autobús o en el metro, acoso sexual, violaciones, desapariciones forzadas, violencia intrafamiliar y en el noviazgo, discriminación laboral, feminicidios, etc.
Agresiones y acciones que hacen de la mujer un ser vulnerable y sin acceso a la justicia, porque las autoridades no son capaces de emitir un castigo al agresor. Nuestro país se fundó en una base machista y religiosa sia esto le sumamos la falta de una educación unificadora e integradora genera un ambiente poco amigable para las féminas y esto lo vemos reflejado en el pensar de los hombres y de las mimas mujeres; que si no sabe trapear no sirve, que si no es de cara bonita y con buen cuerpo no se casara o tendrá éxito, que las mujeres la tienen fácil, que las mujeres provocan las agresiones y estos patrones se repiten hasta que asimilamos la violencia y caemos en este proceso de decadencia donde la sociedad pierde valores.Tampoco debemos olvidar que este tipo de agresiones también la viven los hombres pero estos callan porque el mismo sistema les ha dicho que no deben hablar de sus sentimientos o de sus vivencias incomodas porque les hace menos hombres.
Lo que vimos el domingo es el resultado de todas estas agresiones que no han sido castigadas y que por lo tanto se repiten.
Foto: Manuel Ureste
Escuchamos historias como la de Paulina Camargo, la chica que fue secuestrada y asesinada por su novio cuando se enteró que ella estaba embarazada, la obligo abortar pero Paulina se negó, el joven termino con la vida de su pareja y la corto en pedazos, finalmente arrojo sus restos en un contenedor de basura, ya casi se cumple un año de su asesinato y aunque su novio confeso el homicidio, por no encontrar el cuerpo de Paulina el agresor José María Sosa puede salir de la cárcel con derecho a fianza.
El caso Yakiri, esta mujer fue privada de su libertad, fue violada por dos hombres e intentaron asesinarla, la chica por defenderse durante el forcejeo con uno de los criminales le arrebato el cuchillo con el que la iban a matar y se lo enterró en el cuello. Yakiri salió del hotel semi desnuda, gritando y buscando ayuda, cuando la policía llego e investigo el caso dio por sentado que Yakiriera la agresora, se le acuso de homicidio y se le sentencio a 20 años de cárcel cuando era claro que fue bajo defensa propia para salvar su vida. Yakiri logro su libertad gracias a una campaña a nivel nacional donde se presionó a la procuraduría para que se reabriera el caso y se estudiara realmente los hechos como fueron.
Los porkys, este es un grupo de adolescentes adinerados hijos de empresarios y políticos que han secuestrado, violado y asesinados a menores de edad, su buen posicionamiento social les ha dado la puerta abierta para cometer crimines sin ser castigados. Hace un año estos jóvenes violaron a Daphne Fernández y el padre de ella denuncio ante las autoridades el daño que le hicieron a su hija pero no tuvo éxito y al contrario la joven ha sido víctima de ataques y burlas tanto cerca de su domicilio como en la redes sociales.A un año de lo ocurrido el padre sigue pidiendo justicia y aunque su caso ha resonado en los medios la justicia sigue como sorda y ciega.
Y por último, el ataque a la periodista Andrea Noel quien colabora para “Vice News”, ella iba caminando en plena luz del día en una de las calles de la Condesa (Colonia VIP de la ciudad de México) cuando un sujeto salió corriendo, le levanto la falda y bajo su ropa anterior, la periodista logro conseguir el video de su agresión y denuncio en la redes sociales.
Esos son los casos más sonados pero no los únicos. Según un informe realizado por el Banco Mundial, Más de 365 mil mujeres fueron víctimas de la violencia durante el año pasado; de ellas, al menos 65 mil tuvieron que ser hospitalizadas por la gravedad de sus lesiones. Según el Instituto Mexicano de la Juventud (Imjuve), cada 15 minutos una mujer es agredida y cada 35 minutos una pide ayuda. En tanto, el Instituto Nacional de las Mujeres reporta que cada 24 horas mueren seis mexicanas por violencia, cuatro por homicidio y dos por suicidio. Según este informe un total de 47 mil 178 homicidios de mujeres en México han ocurrido entre 1985 y 2014.
De acuerdo con el índice para una Vida Mejor 2014 elaborado por la Organización para la Cooperación y Desarrollo Económico (OCDE), el 47 por ciento de las mujeres mexicanas reconocieron haber sido víctimas de violencia física, sexual o emocional por parte de sus parejas.
Desde hace años México ha sido primer lugar en agresiones contra la mujer. Sobre acoso sexual, tan solo en la Ciudad de México un 72% de la población femenina denuncia haber sufrido algún tipo de violencia sexual (Instituto Nacional de Estadística, INEGI). Esto es más que la media nacional y supera a los Estados más violentos del país, como Guerrero o Chihuahua. La cifra de abusos aumenta hasta 78 de cada 100 mujeres entre 20 y 29 años.
A nivel nacional casos de de violaciones, abuso y acoso sexual en lugares públicos y privados constan en 32 mil 976 expedientes (entre el 1 de enero de 2006 y el 31 de enero de 2016), datos extraídos del Sistema Nacional de Seguridad Pública. De ese total, el 90% de las agresiones no son denunciados, y cuando si se denuncia sólo el 2% de los casos terminan con la consignación del presunto culpable.
La discriminación de género también es un tipo de violencia hacia la mujer, este es cotidiano e impacta en la salud, la libertad, la seguridad y la vida de las mujeres y las niñas, socava el desarrollo de los países y daña a la sociedad en su conjunto.Con estos datos aterradores se explica la base de la marcha de violenta que le llamaron “Vivas Nos Queremos contra la violencia machista”.
También en redes sociales se utilizó el hashtag #MIPrimerAcoso donde las mujeres rompieron el silencio y hablaron de sus primeras experiencias de acoso o agresión sexual, hecho que molesto a los internautas, ya que no todos los hombres son agresores y las mujeres no son las únicas que han sufrido algún tipo de acoso sexual.
Hechos que me molestaron de la marcha son dos: 1. Que los hombres que participaron en la demostración fueron agredidos e incluso las manifestantes pedían que ellos marcharan atrás de los contingentes y 2. Que mujeres vandalizaran las calles, incluso el anti monumento de los 43 normalistas desaparecidos de Ayotzinapa fue grafiteado y no respetado por ser dedicado a normalistas varones.
A partir de aquí he descrito un México bárbaro y totalmente machista pero no todo está perdido, ya que México ha dado a mujeres exitosas en la ciencia, en el arte, en la política, en los deportes, etc, hace falta que la mujer mexicana se la crea tal como la doctora María Antonieta Chávez González que es investigadora en el Centro Médico Siglo XXI, del Instituto Mexicano de Seguro Social o como Olga Medrano estudiante de preparatoria; la primera fue reconocida junto con su equipo por su investigación dónde evalúan seis moléculas, buscando eliminar de manera selectiva o preferencial a las células madre de leucemia mieloide crónica, sin afectar a las sanas y la segunda chica de 17 años ganó el oro en la Olimpiada Europea Femenil de Matemáticas, de hecho es la primera vez que una alumna mexicana obtiene un premio de ese nivel.
Fuente: Foro Consultivo Científico y Tecnológico, A.C.
Fuente: Facebook de Olga Medrano
Concluyo, la violencia contra la mujer se puede terminar o reducir si educamos a las nuevas generaciones y a las generaciones prematuras que ya están aquí: respeto, tolerancia e igualdad, sin divisiones ni victimización, somos diferentes pero podemos complementarnos, la lucha es contraun enemigo común – el Estado y el sistema machista – que como ya les he repetido les afecta a hombres y mujeres por igual.