Por Silvia Agostini, para Desacato.info.
Com expectativa e esperança de que o senso de democracia vencerá a tentativa do impeachment da presidenta Dilma Roussef, três mil pessoas participaram do Ato contra o Golpe, ontem, dia 15 de abril, em frente ao Terminal Central de Florianópolis. Esse foi a terceira manifestação popular organizada na cidade, neste ano.
A menos de 48 horas da votação do processo que tramita na Câmara Federal, marcada para dia 17, domingo, ás 14 horas, trabalhadores de diversos ramos, estudantes e também lideranças políticas e religiosas usaram seus discursos, bandeiras, camisas de todas as cores, palavras de ordem e músicas para repudiar a tentativa de retrocesso ao regime democrático brasileiro, implantado com a Constituição de 1988.
Discursaram pra quem passava pelo terminal representantes do PT, do PC do B, da CUT, da CTB, do PSOL, do MST, da Intersindical Central dos Trabalhadores, da UNE, UCE, da CNBB-SC, organizações de juventude, movimento negro, de mulheres e muitos outros. Para eles, o impeachment significa também uma maneira mais fácil de retirar os direitos trabalhistas garantidos pela CLT e conquistas sociais que a população brasileira obteve nos últimos anos, assim como uma ameaça às riquezas e empresas públicas, como a Petrobrás e o pré-sal.
Um pouco antes, às 13h30, juristas pela legalidade e democracia manifestaram-se em frente à OAB e protocolaram documento contra a posição da OAB-SC, que apoiou o processo do impedimento da presidenta sem que haja motivos legais para isso.
Estudantes e servidores da UFSC também fizeram uma manifestação cultural no início da tarde no campus da universidade e partiram em caminhada até o Ato no centro da Capital.
A votação será acompanhada por manifestações em todo o país. Em Florianópolis, a partir das 14 horas, milhares de pessoas devem comparecer à vigília a favor da democracia em frente à Catedral Metropolitana.
Foto: Elaine Tavares